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Por falta de dinheiro, São Paulo aposta em africanos para reforçar sua base

Azeez Olalekan Balogun, atacante nigeriano do São Paulo sub-20 - Ana Luiza Rosa/São Paulo FC
Azeez Olalekan Balogun, atacante nigeriano do São Paulo sub-20 Imagem: Ana Luiza Rosa/São Paulo FC

redacao@gazetaesportiva.com (Redação)

13/05/2023 06h00

O São Paulo tem recorrido a contratações um tanto incomuns para fortalecer seu time sub-20. Desde que Marcos Biasotto assumiu o cargo de diretor executivo das categorias de base, o clube passou a apostar em alguns jogadores africanos como forma de se reforçar sem fazer grandes investimentos.

Atualmente o São Paulo tem dois senegaleses, Iba Ly e Clauvis Etienne, um nigeriano, Azeez Balogun, e um ganês, King Faisal, no elenco sub-20, comandado por Juliano Belletti. O sucesso da seleção francesa, composta em sua maioria por atletas descendentes de africanos, foi um dos motivos para que a diretoria bancasse a chegada desses atletas em Cotia.

"Por uma questão de necessidade, por não ter o mesmo dinheiro dos outros, ententemos por meio de uma pesquisa que os jogadores africanos tinham um potencial muito grande. A França é prova disso. Tem muitos jogadores na França ou na Europa. Surgiu essa oportunidade, fomos visitar alguns locais, fomos para Gana e Nigéria", disse o diretor executivo das categorias de base do São Paulo, Marcos Biasotto.

Recentemente, Iba Ly, um dos africanos de Cotia, participou de um treinamento do elenco profissional no CT da Barra Funda. Rogério Ceni ainda era o treinador da equipe principal e teve a oportunidade de avaliar o meio-campista senegalês, que chegou ao Tricolor junto do seu compatriota Clauvis Etienne por indicação de um outro são-paulino.

"Os dois senegaleses [Iba Ly e Clauvis Etienne] que estão aqui foram indicação do Oscar, ex-zagueiro do São Paulo. Uma equipe do Senegal foi fazer uma pré-temporada com o Brasilis, que é do Oscar, no interior de São Paulo. Lá ele viu dois jogadores que entendeu que tinham potencial para jogar no São Paulo. Ele me ligou, disse que tinha dois meninos de que tinha gostado, do Senegal, e abrimos essa exceção para que viessem aqui quando o Alex ainda estava aqui. O Alex ficou com os meninos durante um mês e os aprovou. Como o visto deles estava para vencer, eles voltaram para a África, fizemos todos os trâmites de documentação, e eles voltaram para cá neste ano", explicou Biasotto.

Já Azeez Balogun, da Nigéria, e King Faisal, de Gana, chegaram ao São Paulo graças a um trabalho de captação do clube no continente africano. Aliás, foi o primeiro passo dado pelo Tricolor para abrir as portas no continente africano.

"Em relação ao nigeriano Azeez, nosso diretor e o coordenador de captação foram para a Nigéria, viram o jogador e entenderam que poderiam trazê-lo para cá para abrirmos o mercado lá. Está em um período de adaptação, vamos esperar para ver se ele vai se consolidar. E temos também o Faisal, até o momento nosso destaque. Acabou quebrando o pé no primeiro jogo do sub-20 contra o Ska, no Campeonato Paulista, vinha se destacando mais, foi visto pelo Palhinha em uma academia em Gana", prosseguiu Biasotto.

Embora seja o primeiro clube a explorar o mercado africano para fortalecer as categorias de base, o São Paulo não tem dúvidas de que outros times do futebol brasileiro irão trilhar o mesmo caminho.

"Isso vai acontecer com outros clubes brasileiros também, porque jogador africano é muito talentoso, tem características parecidas com as nossas", completou o diretor executivo das categorias de base do São Paulo.

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