Governo francês pede que atletas que recusaram vestir camisa LGBTQIA+ sejam punidos
Na 35ª rodada do Campeonato Francês, ocorrida neste último final de semana, um episódio extracampo roubou os holofotes das partidas. Quatro atletas do Toulouse e um do Nantes se recusaram a participar da partida entre os clubes por conta de uma iniciativa da Federação Francesa de Futebol contra a homofobia.
A campanha "Gay ou hétero, todos nós usamos o mesmo uniforme" conta com a utilização de camisetas e acessórios que fazem alusão ao movimento LGBTQIA+.
O governo francês se manifestou nesta segunda-feira (15) e reprovou a atitude dos jogadores e pediu punições aos envolvidos.
"O objetivo da campanha era passar uma simples mensagem contra a discriminação, algo essencial em um país como a França, que defende e promove os direitos humanos. Por isso, os jogadores que se recusaram a fazer isso devem ser punidos", comentou a ministra do esporte, Amélie Oudéa-Castera, ao canal de TV France 3.
Antes da partida diante do Nantes começar, o Toulouse divulgou uma nota oficial explicando o ocorrido.
"Jogadores do elenco profissional manifestaram sua desaprovação com a associação de suas imagens com as cores do arco-íris que representam o movimento LGBT. Apesar de respeitar a escolha individual de seus jogadores, o Toulouse Football Club optou por dispensar os referidos atletas do jogo agendado para este domingo", explicou o comunicado.
Nantes pune jogador
O Nantes também anunciou nesta segunda que vai multar o jogador egípcio Mostafa Mohamed. Ele se recusou a jogar contra o Toulouse para não ter que vestir a camisa com as cores do arco-íris, na campanha contra a homofobia.
"Mostafa Mohamed, atacante do Nantes, recusou fazer parte do jogo contra o Toulouse por razões pessoais, num momento em que o Nantes luta pela permanência na primeira divisão. Por isso, a diretoria decidiu puni-lo financeiramente", anunciou o clube em comunicado nesta segunda-feira.
No texto, o Nantes não informa o valor da multa que será imposta ao jogador, mas afirma que "o dinheiro será destinado à associação SOS Homophobie, que luta todos os dias contra a homofobia e saberá utilizá-lo".
O clube "condena com a mesma firmeza as ameaças contra Mostafa Mohamed e sua família, tanto antes da partida como depois", acrescenta a nota, que não dá detalhes sobre tais ameaças.
Por outro lado, o atacante, autor de oito gols nesta temporada, não será suspenso e poderá entrar em campo no próximo sábado (20), contra o Montpellier.
Nesta madrugada, Mohamed, que é muçulmano, explicou sua atitude nas redes sociais: "Respeito todas as diferenças. Respeito todas as crenças e todas as convicções. Este respeito aos outros inclui também o respeito às minhas crenças pessoais."
"Por minhas raízes, minha cultura, a importância das minhas convicções e crenças, não era possível para mim participar desta campanha. Espero que a minha decisão seja respeitada", escreveu o jogador egípcio.
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