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Procurador-Geral do STJD sobre esquema de apostas: 'Há mais por vir'

Ronaldo Piacente, procurador-geral e ex-presidente do STJD -  Lucas Figueiredo/CBF
Ronaldo Piacente, procurador-geral e ex-presidente do STJD Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

redacao@gazetaesportiva.com (Redação)

17/05/2023 12h46

O Procurador-Geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Ronaldo Piacente, negou envolvimento de membros da comissão de arbitragem no esquema de manipulação de apostas no futebol brasileiro. Ele compareceu a um evento na Federação Paulista de Futebol (FPF) nesta quarta-feira, na sede da entidade, em São Paulo, e falou sobre o tema.

Ronaldo afirmou que está em contato diário com o Ministério Público de Goiás, que conduz as investigações da Operação Penalidade Máxima I e II. Segundo ele, até o momento, não há qualquer participação de árbitros no movimento, mas ainda há "mais por vir".

"Eu falo praticamente todo dia com o Ministério Público de Goiás. A informação que eu tenho é que realmente não há envolvimento de clubes, mas tem mais coisas para vir. Eu indaguei o porquê de alguns atletas mencionados que não foram denunciados, a informação que recebi é que não há provas por enquanto", disse Ronaldo.

"As pessoas mencionam no depoimento o nome desses atletas, mas ainda estão sendo investigados. Há mais jogos para serem investigados e, um ponto importante que saiu na mídia, não há envolvimento de árbitro de futebol. Até hoje, não há", completou.

Quem reforçou a informação foi o Procurador do STJD, Rafael Bozzano. Ele contou que não foi feita nenhuma menção aos árbitros nas provas analisadas pelas autoridades e que os mesmos são orientados pelas Federações a se manterem íntegros.

"Até o presente momento não houve sequer nenhuma menção relacionada a arbitragem, posso falar com tranquilidade. Os árbitros diariamente são cobrados e informados pelas comissões de arbitragem sobre se manter íntegros a qualquer contato ou conversa atravessada", comentou.

Rafael também salientou que o esquema de manipulação de resultados ocorrido em 2005, conhecido como Máfia do Apito, auxiliou as entidades do futebol brasileiro a investirem no processo de educação de arbitragem, para que o mesmo não volte a ocorrer.

A Operação Penalidade Máxima, comandada pelo Ministério Público de Goiás, é o novo marco no combate ao esquema de manipulação de apostas no futebol brasileiro. Segundo investigações, estima-se que, pelo menos, 13 partidas sofreram adulterações, sendo oito do Campeonato Brasileiro da Série A de 2022, uma da Série B de 2022 e quatro de Campeonatos Estaduais realizados em 2023 (Goiano, o Gaúcho, Mato-Grossense e o Paulista).

Até o momento, nove apostadores e 15 jogadores já foram denunciados pela Justiça de Goiás, entre eles o zagueiro Eduardo Bauermann, do Santos. No entanto, mais de 40 atletas são citados nas investigações. Quatro deles preferiram entrar em acordo e admitiram a culpa, tornando-se testemunhas do caso. Já alguns foram afastados pelos seus respectivos clubes, enquanto outros, como Nino Paraíba, que estava no América-MG, tiveram seus contratos rescindidos.