Presidente do São Paulo rebate post de assessora do Ministério da Igualdade Racial: "Ultrajante"

O presidente do São Paulo, Julio Casares, rebateu uma publicação da assessora especial do Ministério da Igualdade Racial, Marcelle Decothé. A assessora da ministra Anielle Franco fez um post no último domingo, durante a final da Copa do Brasil, criticando a torcida são-paulina.

Nos stories de seu Instagram, Marcelle reclamou da "torcida branca" do São Paulo. Ela, que é torcedora do Flamengo, estava no Morumbi para acompanhar a ministra Anielle na assinatura de um protocolo do Governo Federal contra o racismo no esporte.

"Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade... Pior tudo de pauliste", escreveu a assessora.

Publicação de Marcelle Decothé no Instagram (Foto: Reprodução)

Nesta terça-feira, Julio Casares se manifestou contra o que chamou de publicação "ultrajante". Ele também revelou que a ministra Anielle Franco pediu desculpa pelo post nesta manhã, por meio de um contato telefônico. O clube aguarda as providências cabíveis para o caso.

"As redes sociais viraram um ambiente muitas vezes nocivo. Desta vez, fui surpreendido negativamente com um ultrajante post da assessora especial do Ministério da Igualdade Racial, Marcelle Decothé. Algo que vai contra todas as nossas crenças", publicou o presidente.

"Não por acaso, passamos a ser vistos como o time 'mais popular'. Como presidente do São Paulo Futebol Clube, torcedor, e, principalmente, como cidadão engajado nas causas sociais, seguirei na luta para que situações como essa não se repitam", concluiu.

O São Paulo empatou com o Flamengo na final, por 1 a 1, resultado que garantiu o título inédito da Copa do Brasil à equipe paulista. Com isso, o Tricolor ganhou uma vaga na Libertadores do próximo ano.

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Confira, na íntegra, o texto publicado por Casares:

"As redes sociais viraram um ambiente muitas vezes nocivo. Desta vez, fui surpreendido negativamente com um ultrajante post da assessora especial do Ministério da Igualdade Racial, Marcelle Decothe. Algo que vai contra todas as nossas crenças. Em pouco mais de dois anos e meio de gestão, tivemos sempre uma preocupação com a igualdade. Nosso lema é, e sempre será, de que o São Paulo Futebol Clube é de todos, sem haver discriminação de raça, gênero, social ou de qualquer forma. Nesse período, colocamos uma mascote que remete à atleta Melânia Luz (atleta preta que de modo pioneiro disputou os Jogos Olímpicos de 1948); um mascote para o nosso ídolo Leônidas da Silva (conhecido como Diamante Negro), o Diamantinho; criamos o PIT (Programa de Integridade Tricolor); assinamos no dia 11 de agosto de 2022 uma parceria com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol; coibimos atos racistas como o sofrido por um jovem de 12 anos na partida contra o San Lorenzo (no dia 10 de agosto deste ano) e demos todo o suporte para o garoto e sua família; criamos o setor popular no Morumbi (com preços reduzidos). Ações que foram apoiadas pela torcida e por pessoas que não estão no dia a dia do Clube, como Vagner Freitas (Presidente do Sesi). Não por acaso, passamos a ser vistos como o time "mais popular". Hoje pela manhã, a Ministra da Igualdade Racial no Brasil, Anielle Franco, em contato telefônico, pediu desculpas pelo ocorrido e explicou que medidas serão tomadas. Como presidente do São Paulo Futebol Clube, torcedor, e, principalmente, como cidadão engajado nas causas sociais, seguirei na luta para que situações como essa não se repitam. Aguardamos, com urgências, as providências cabíveis. O São Paulo é de todos!"

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