Abel lamenta deslizes e diz que dificilmente Botafogo perde o Brasileirão

Ele também classificou como "uma pena" o fato do Palmeiras não ter saído da etapa inicial vencendo por um placar mais elástico. Além disso, em sua avaliação do jogo, o europeu destacou que o Alviverde foi melhor até o momento do pênalti assinalado para o Bragantino.

O Alviverde tem clássico pela frente no Brasileirão. Na Arena Barueri, às 16h (de Brasília) do próximo domingo, o time palestrino enfrenta o Santos. Por outro lado, a equipe de Pedro Caixinha visita o Athletico-PR na Ligga Arena, no mesmo dia, mas às 18h30.

Os comandados de Abel Ferreira, entretanto, voltam suas atenções totais para a Libertadores. Às 21h30 da quinta-feira, o Palmeiras recebe o Boca Juniors — no Allianz Parque — pela partida de volta das semifinais da competição continental. A ida, na Bombonera, terminou empatada em 0 a 0.

Confira todas as respostas de Abel Ferreira na entrevista coletiva:

Chances do Palmeiras no Brasileirão

"O que eu falei sobre isso, várias vezes? Desde que o Luís Castro nos venceu em casa, fui muito claro à imprensa: 'dificilmente o Botafogo perde esse campeonato'. Apesar de sermos os atuais campeões, somos a equipe a ser batida, que ganhou dois títulos esse ano. Bom que não se esqueça disso. Quinta-feira temos um jogo importante, quarta vez seguida que chegamos às semifinais. Segundo eu sei, não é tão fácil conseguir isso, só o Santos de Pelé conseguiu. Há que valorizar todo o trabalho que este grupo tem feito, o que nós já conquistamos, os jogadores que jogaram hoje. Qualquer dia vou ser acusado de trabalho infantil, porque eles ainda não são maiores de idade. Quinta-feira estaremos lá para dar a resposta que temos que dar e fazer o nosso melhor para chegarmos à final."

Importância da questão mental para a partida contra o Boca Juniors

"Eu não vivo do 'se'. Se minha avó tivesse rodas, seria um caminhão. O que posso dizer é que jogos de Libertadores são jogos diferentes. Posso falar da minha experiência. É um jogo decisivo, é um jogo em nossa casa, seguramente terá uma história que só saberemos no fim. Vamos nos preparar para ela, só isso que posso te dizer. Não vivemos com o 'se', vivemos com os fatos e com realidade. O que controlamos é a preparação para esse jogo, contar com alguns jogadores que atuaram aqui... é verdade que perdemos, mas aprendemos muito. Essa equipe que vocês viram, nossa 'segunda linha', fizeram um primeiro tempo extraordinário. Foi uma pena, porque mereciam ter chegado ao final da primeira parte com outro resultado, que nos garantiria a margem de sofrer um gol no segundo tempo. Foi uma pena, porque o Bragantino só entrou no jogo depois do pênalti. Estavam com dificuldades de chegar na nossa defesa. Quinta-feira é um jogo diferente, na nossa casa, com nosso público e vamos contar com a ajuda deles para voltarmos à final."

Posicionamento do Endrick

"Quando o Endrick é bom? Quando tem espaço nas costas, utiliza sua velocidade — ainda mais marcante. Drible, finalização... nisto, ele é forte. Quando jogamos contra equipes que jogam em bloco baixo, com pouco espaço... também nos ajuda, é um jogador de 17 anos. Ele e Luís Guilherme jogaram muito bem. Esta equipe tem presente e futuro. O que o futebol brasileiro às vezes não tem é paciência. Erros nesse processo de formação, jogos em que as coisas não vão correr tão bem... algumas vezes ganhamos, outras aprendemos. Dar os parabéns ao Bragantino. Poderíamos ter saído daqui com outro resultado, mas futebol é eficácia, é não cometer os deslizes que cometemos. Tenho certeza que os jogadores que atuaram quiseram fazer seu melhor, fizeram uma belíssima primeira parte. Bragantino tem sempre jogado da mesma maneira, nos últimos quatro ou cinco jogos o (Pedro) Caixinha não tem alterado a equipe praticamente. Na minha opinião, os jogadores estiveram muito bem hoje."

Análise do jogo

"É o pênalti. Até os 60 minutos, zero (chances contundentes do Bragantino). Depois, sim, carregaram, tiveram mais ritmo de jogo, volume. Mas, até o pênalti, estávamos completamente por cima (do jogo). Como disse, foi uma pena o primeiro tempo. Aquelas duas (finalizações) que bateram na trave, uma poderia ter entrado. Nas outras chances que tivemos, poderíamos ter feito mais um ou dois gols. Teríamos margem caso algo acontecesse no segundo tempo, o que aconteceu."

Queimar etapas com os jovens?

"Na nossa vida, não só no futebol, não comemos sempre mousse de goiaba. É nos momentos difíceis que vemos quem são os jogadores que podem ter futuro — ou não — no nosso clube. Derrotas, momentos de dificuldade, de obstáculos definem o caráter de um homem, treinador, árbitro, jornalista, jogador. Quando ganhamos e as coisas estão bem, não precisamos que ninguém faça nada, a onda leva. Problema é quando você está no fundo e precisa escalar. Essa é a grande diferença: os momentos de derrota. A atitude de um vencedor e de um perdedor que faz a diferença. Não é sobre quem vence mais. Existem os covardes, que as dificuldades aparecem e viram as costas. Nós, felizmente, temos jogadores que sabem o potencial que têm. Agora, temos todos que ter um 'cadinho' de paciência. Vão ter dores de crescimento, é normal. Nós, enquanto formadores e educadores, que é o meu caso, é perceber e ajudar no que eles (jovens) precisarem. Na glória e na derrota, como foi hoje: passar confiança e dizer que estes momentos também nos ajudam a crescer."