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Corinthians: tudo que você precisa saber sobre as eleições de sábado

A eleição presidencial do Corinthians acontece neste fim de semana Imagem: Reprodução/Wikipedia

24/11/2023 07h00

Neste sábado (25), o torcedor do Corinthians saberá quem será o presidente do clube pelo próximo triênio (2024-2025-2026). André Luiz de Oliveira, mais conhecido como André Negão, representa o lado da situação. Augusto Melo, por sua vez, é o nome que lidera a frente ampla da oposição do Parque São Jorge.

Local e horário

As eleições do Corinthians acontecerão no clube, no Ginásio Wlamir Marques, no Parque São Jorge (Rua São Jorge, 777). A previsão é de início das votações às 9 horas (de Brasília), com fim às 17.

Quem vota?

O futuro de um clube com mais de 30 milhões de torcedores é definido por um colégio eleitoral reduzido. Só podem votar nas eleições do Corinthians sócios patrimoniais e remidos (que não necessitam pagar mensalidade) do clube social com mais de 18 anos, admitidos há mais de cinco. O eleitor também precisa estar com todas suas obrigações financeiras em dia até dois meses antes da eleição.

Na última eleição, que decretou vitória de Duilio Monteiro Alves, 2.873 sócios compareceram ao Parque São Jorge para votar. Já em 2018. quando Andrés Sanchez triunfou, 3.642 pessoas compareceram para registrar seu voto.

Nessa eleição, a expectativa é que cerca de 4 mil sócios compareçam ao clube para a votação.

Como funciona a votação?

O sócio vai registrar seu voto via urnas eletrônicas emprestadas pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo). O órgão cedeu cerca de 20 urnas para a eleição do Corinthians e vai ajudar com a adoção de medidas de segurança cabíveis, arcando também com os custos técnicos e pessoais para a realização dessas eleições.

Quem são os candidatos à presidência?

André Negão representa a Renovação e Transparência, chapa que está à frente do clube há 16 anos. Empresário e conselheiro vitalício, o situacionista já ocupou diversos cargos na diretoria do Timão desde 2007, chegando a ser diretor administrativo e vice-presidente nesse período. Até pouco tempo atrás, André presidia a Comissão de Ética e Disciplina do clube.

Ex-apostador no jogo do bicho, o candidato da situação chegou a ser preso em flagrante por porte ilegal de armas em 2016, sendo liberado após pagamento de fiança. Na ocasião, André vinha sendo investigado pela Operação Lava Jato, que apurava irregularidades na construção da Neo Química Arena, envolvendo suposto pagamento de propina da empreiteira Oderbrecht, responsável pela obra do estádio.

Caso eleito, André Negão terá forte suporte de Andrés Sanchez no futebol. No cenário idealizado pela situação, o ex-presidente do Timão terá cargo na gestão do companheiro de Renovação e Transparência, enquanto João Carlos Chede será o responsável pelas finanças do clube.

A ideia de André é ter mais uma pessoa para cuidar do futebol do Timão, de preferência algum profissional do mercado, como executivo. No feminino, o nome da situação pretende manter Cris Gambaré como diretora, e o mesmo se aplica ao setor jurídico, com Daniel Bialski.

O técnico Mano Menezes é nome de confiança de André Negão e Andrés Sanchez e, caso a Renovação e Transparência se mantenha no poder, ele deve ter respaldo para trabalhar e tomar as decisões que achar necessárias. O candidato da situação é cauteloso ao falar de renovações e saídas de jogadores, deixando claro que isso seria conversado primeiramente com o treinador.

Os vices de André Negão são Milton Leite, vereador (União Brasil) e presidente da Câmara Municipal de São Paulo, e Donato Votta, que já foi diretor do Departamento de Responsabilidade Social e Cultural e atualmente é responsável pelo setor de E-sports do clube.

Do outro lado, se posiciona Augusto Melo, representante da chapa Corinthians Mais Forte. O empresário de 59 anos tem experiência no ramo têxtil e vive o cotidiano do Corinthians há mais de 40 anos, tendo atuado como assessor da categoria sub-17 entre 2015 e 2016. Ainda no futebol, o oposicionista atuou como diretor de futebol do União Barbarense por um período.

Augusto disputou a eleição de 2020 e terminou na segunda colocação, com 934 votos (32,6%). Duilio Monteiro Alves venceu o pleito em questão, com 1.079 votos (37,7%), enquanto Mário Gobbi terminou em último, com 56 (1,9%).

Em 2015, o candidato da oposição foi condenado pela 9ª Câmara de Direito Criminal do TJ-SP a dois anos,10 meses e 20 dias de reclusão em regime aberto, além de uma multa, devido a crimes contra a ordem tributária. A pena inicial foi substituída por prestação de serviços à comunidade e o pagamento de cestas básicas a uma entidade assistencial. No meio deste ano, Augusto obteve na Justiça de São Paulo deferimento de seu pedido de reabilitação criminal.

O empresário afirma que, caso eleito, fará uma reformulação em todos os setores do Corinthians, com um marketing agressivo e pessoas técnicas em todos os setores. Em sua campanha, ele declarou inúmeras vezes que não haverá "coleguismo" em sua gestão.

Uma de suas principais propostas é a ampliação da Neo Química Arena, que passaria a ter capacidade para quase 70 mil pessoas. A ideia de Augusto é fazer isso sem que o Timão gaste um real, contando com a ajuda de um investidor.

No futebol, Augusto adota discurso mais radical, de reformulação no elenco, tendo em vista que muitos contratos se encerram ao final do ano. O técnico Mano Menezes não era seu nome preferido para assumir o Timão, mas a ideia do candidato da oposição é mantê-lo no cargo, dando-o respaldo para fazer seu trabalho. O empresário também afirma que sob seu comando o Corinthians vai ter um setor capacitado de scouting e uma base fortalecida, com jovens dando retorno técnico ao clube antes de serem negociados.

Augusto já divulgou que Rozallah Santoro será seu diretor financeiro em caso de vitória no pleito. Quanto ao futebol, ele está em contato com profissionais do mercado e pretende contar com um ex-jogador para auxiliar a transição de atletas da base para o profissional. Chicão é forte candidato para assumir esse papel.

Às vésperas das eleições, Augusto Melo foi acusado de misoginia por Cintia Montino, assessora da diretoria administrativa do clube. O candidato assumiu a autoria de um áudio vazado no qual ele utiliza fortes palavras para se referir à sócia. Um grupo de associadas protestou contra o empresário no Parque São Jorge e Cintia foi escutada na CPI da Violência e Assédio Sexual Contra Mulheres da Câmara Municipal na última quinta-feira.

Os vices de Augusto Melo são Osmar Stabile, conselheiro vitalício desde 2006, e Armando José Terreri Rossi Mendonça, advogado e conselheiro trienal há três mandatos.

Apoios

André Negão possui, ao todo, o apoio de sete chapas: 10 (Renovação e Transparência), 23 (Resgata Corinthians), 26 (26 Associativo), 11 (Fiéis Mosqueteiros), 15 (Tradição Corinthiana), 22 (Preto no Branco) e 33 (Corinthians com Respeito).

Augusto Melo, por sua vez, é apoiado por nove: 21 (Liberdade Corinthiana), 55 (Paixão Corinthiana), 12 (Corinthians Mais Forte), 77 (São Jorge 77), 82 (Movimento Corinthians Grande), 83 (Valores 83), 90 (Oficial 90), 85 (Arquibancada 85) e 88 (União dos Vitalícios).

Eleição do Conselho Deliberativo

Além da eleição presidencial, serão definidos os conselheiros do clube para o próximo triênio. Ao todo, 16 chapas de 25 membros cada concorrerão a 200 cadeiras no Conselho Deliberativo.

Os conselheiros ficam encarregados de fiscalizar as ações da diretoria, investigar irregularidades, votar em orçamentos e balanços financeiros do clube, entre outras atribuições.

Policiamento reforçado

A eleição de 2023 é a mais tensa e polarizada dos últimos anos no Parque São Jorge. Tendo isso em vista, a diretoria do clube e a Comissão Eleitoral estão organizando um grande esquema de segurança para proteger os associados. O policiamento no local e nas redondezas será reforçado.

A tendência é que membros da Gaviões da Fiel, principal organizada do clube, marquem presença nos arredores do Parque para protestar contra a Renovação e Transparência durante a votação. A associação externou que está apoiando Augusto Melo nesta eleição.

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