Corinthians: Augusto Melo planeja 'mudança geral' na gestão da Neo Química Arena
Augusto Melo, eleito presidente do Corinthians no último sábado, pretende reformular completamente a gestão da Neo Química Arena. Em entrevista ao programa Mesa Redonda, da TV Gazeta, o mandatário detalhou todas as mudanças que pretende fazer no estádio.
Com Augusto no poder, o Corinthians terá o auxílio de uma empresa para administrar a Arena, transformando-a em um local multiuso, sem se limitar a receber apenas jogos de futebol.
"A gestão da Arena vai mudar geral. Vai ser uma grande empresa que vai nos ajudar a administrar, uma empresa de mercado. Nossa Arena não pode viver só de futebol, ela tem que ser usada de forma multiuso. Vamos ter um diretor de Arena que vai nos ajudar com uma grande empresa, com expertise, que já dirige outras arenas no país", comentou Augusto.
O empresário também questionou o que ele chama de "elitização da Arena", com pouco espaço para o "povo" no estádio. Uma das medidas que ele quer implementar é a entrada gratuita para crianças de até oito anos de idade.
Classificação e jogos
"Elitizaram muito a Arena. Tudo bem que ela é linda, maravilhosa, mas tinha que ter um espaço para o nosso povo, porque é ele que tira o time dessa situação. Acho o ingresso caro, o estacionamento caro. Hoje eu paguei R$ 140 no estacionamento, paguei como sócio normal. É terceirizado. Se tenho um estacionamento, por que eu não posso administrá-lo? Eu administro meu comércio", comentou o presidente.
"Nosso projeto é: crianças de até oito anos não pagam ingresso. Hoje, um garoto de dois anos paga um ingresso absurdo, por isso nossa proposta é devolver o Corinthians para o corintiano", complementou.
Augusto segue firme com o intuito de ampliar a Neo Química Arena, que na visão ideal dele teria cerca de 68 mil lugares. A capacidade atual é de pouco mais de 49 mil.
Para que a ampliação seja feita, o clube vai depender de uma troca de propriedade com alguma empresa parceira, já que não possui recursos financeiros para bancar a reforma por conta. Augusto disse que está conversando com firmas para tirar a ideia do papel e, agora que venceu as eleições, a tendência é as negociações evoluam.
"Estive no Palácio do Governo com uma das lideranças, que nos liberou o estádio, está tudo ok. Falta negociar uma troca de propriedade, sem o Corinthians gastar um real. Estamos trabalhando em prol da marca, estamos trabalhando para que a gente possa fazer uma permuta com essa marca", comentou.
"Já conversamos com três grandes empresas, uma das maiores do país. Conversamos como candidato e agora sou presidente, consigo conversar melhor. Todo mundo quer estar na marca do Corinthians, porque sabem que o retorno é garantido", completou.
Mas como ampliar o estádio? Augusto quer que as cadeiras do setor Sul sejam retiradas, o que aumentaria a capacidade do local naturalmente. O presidente também entende que essa parte do estádio deveria ter uma redução de preço, já que é a mesma visão da Norte, onde ficam as organizadas. Além disso, Augusto confirrmou que pretende "fechar" algumas "brechas" do estádio, para melhorar a acústica e pressionar mais os adversários.
"Por que não posso ampliar a Arena? Todo projeto que fazemos tentam manchar nossa imagem. Temos uma das marcas mais valiosas do país, uma das maiores torcidas do país, que nos dá respaldo. Quero a Arena com 68 mil lugares, com 6, 6,5 mil ingressos na Norte e 6, 6,5 mil na Sul... tirando as cadeiras da Sul, que é a mesma visibilidade, abaixando o valor do ingresso. Nós queremos fechar algumas partes do estádio, para ter uma acústica melhor, para que seja um caldeirão, uma pressão. Com isso, aumentaremos a capacidade", disse Augusto.
Em relação à proposta de quitação da Arena feita pelo Corinthians à Caixa, o presidente do Timão reforçou que quer acreditar que ela tenha sido real, mas teme que tenha sido apenas uma "obra eleitoreira", com o intuito de gerar votos para André Negão, que participou da eleição pela situação.
"Se for um bom negócio, e espero que seja, será um alívio para nós. Imagina o Corinthians entrar em janeiro com a Arena quitada, como diz o ex-presidente. Espero acreditar nele pelo menos uma vez na vida. Para mim tudo isso é obra eleitoreira, assim como está sendo no Parque São Jorge. De sexta para cá você não se ouve falar nisso, não tem mais obras no clube. Fizeram uma planta e de repente não são obras da planta. Tudo obra eleitoreira. E agora vem a quitação da Arena. Vou torcer, espero que seja verdade, jamais conseguiriam isso até final de dezembro, precisa passar pelos órgãos. Mas estamos torcendo. Por que não fizeram isso no começo da gestão? Por que deixou a gente pagar R$ 100 milhões de juros? Por que renegociamos com a Caixa?", indagou Augusto.
Nesta segunda-feira, Duilio Monteiro Alves e Augusto Melo irão se encontrar e iniciar o processo de transição de diretoria. A Arena, naturalmente, vai ser pauta na conversa dos dirigentes nesse período de mudança de gestão.
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