Vendas de Meninos da Vila ajudam, e Santos apresenta superávit no 3º trimestre de 2023; veja relatório
28/11/2023 19h44
O Santos apresentou um superávit de R$ 48.532.246,00 no terceiro trimestre de 2023, que encerrou em 30 de setembro. A Gazeta Esportiva teve acesso ao balancete financeiro do clube. A previsão era de um superávit de R$ 7.749.749, uma diferença nominal positiva de R$ 40.782.497.
O Conselho Fiscal esclarece que esse valor foi obtido às custas das vendas de Ângelo e Deivid Washington e do contrato de exploração da propaganda estática no estádio feito com a Brax.
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Ainda sobre a negociação dos Meninos da Vila com o Chelsea, o Santos utilizou quase R$ 20 milhões desse montante em comissões de intermediações de atletas. Ao todo, foram destinados R$ 22.752.796 para este mesmo fim. Ou seja, 88% deste valor foi pago com o dinheiro oriundo dos atacantes.
Segundo o relatório, o Santos vendeu Ângelo por R$ 68.714.850 e Deivid Washington por R$ 74.478.600.
As contas do Peixe
Atualmente, o patrimônio líquido do Alvinegro Praiano é de - R$ 366.937.000, contra o valor de - R$ 415.470.000 no final de junho.
Houve um aumento de 10,53% na folha salarial do clube, com encargos, em relação ao que foi gasto no segundo trimestre de 2023. Somando-se os gastos que o clube teve com direitos de imagem mais os salários (com encargos) do elenco profissional, houve um um "expressivo aumento" de 22,02% em relação ao segundo trimestre.
No terceiro trimestre deste ano, o Santos também captou mais R$ 2,5 milhões junto ao Banco Safra, cujo valor foi destinado para as parcelas do Profut, impostos e despesas diversas. Ao todo, já foram utilizados R$ 64.100.000,00 do Funding
As parcelas deste empréstimo estão sendo quitadas, sendo a última com vencimento para o dia 2 de janeiro de 2024. A posição do saldo a pagar em 30 de setembro de 2023 é de R$ 44.732.649.
Avaliação do Conselho Fiscal
Apesar do superávit, o Conselho Fiscal segue preocupado com as contas do Santos. Na visão do órgão, as vendas de Ângelo e Deivid mais o contrato com a Brax deveriam ser suficiente para fazer frente às despesas até o final do ano, como foi prometido por Andres Rueda em reunião realizada no final de agosto.
"Porém, com os péssimos resultados e descontrole na condução do futebol, o Comitê de Gestão entrou numa corrida desesperada em busca de contratações, a fim de tentar evitar o rebaixamento no Campeonato Brasileiro", escreveu o grupo.
Em meio a este cenário, o Peixe solicitou ao Conselho Deliberativo a antecipação de R$ 30 milhões referentes as cotas do Campeonato Paulista de 2024, o que foi aprovado por ampla maioria, "Uma vez que, sem este recurso, não teria como pagar os atletas e encargos, o que seria uma catástrofe antecipada".
"Neste nosso último relatório, somos repetitivos, como sempre expusemos em todos os nossos pareceres. Recomendamos que a administração reduzisse gastos administrativos, que encarecem o futebol como investimento e não como despesa. Se não dava para sermos campeões, que fôssemos competitivos, adequando nosso plantel à realidade da receita gerada pelo clube. Infelizmente, essas recomendações não foram seguidas. Temos a sexta folha salarial entre os times da Série A e lutamos para não cair nestes três anos", declarou o CF.
"O único alento é que muitas dívidas foram pagas e renegociadas. Contabilmente, o clube está em conformidade. O departamento financeiro possui um fluxo de caixa real e bem fiscalizado. No entanto, nosso fluxo de caixa é extremamente preocupante para o primeiro trimestre de 2024", finalizou.