Corinthians tenta superar 'climão' às vésperas de clássico para não aumentar pressão

O clima no CT Dr. Joaquim Grava, às vésperas do clássico contra o São Paulo, não é bom. No Majestoso de hoje, o elenco do Corinthians terá a missão de superar divergências internas para não aumentar ainda mais a pressão que vem das arquibancadas e da opinião pública. A bola rola às 19h30 (de Brasília), na Neo Química Arena.

Falta de reforços gera incômodo

A comissão técnica, chefiada por Mano Menezes, e líderes do elenco do Corinthians estão insatisfeitos com os poucos reforços que chegaram ao clube até o momento. Do grupo que terminou a temporada de 2023, 11 atletas deixaram o time, enquanto apenas seis foram contratados pela nova gestão, que tem Augusto Melo como presidente. Dessa meia dúzia, Raniele, Diego Palacios, Félix Torres e Hugo entraram em campo, enquanto Rodrigo Garro e Gustavo Henrique, por diferentes motivos, ainda não.

Não por acaso, Mano vem "quebrando a cabeça" para compor o banco de reservas nesse começo de Paulistão. O treinador inicialmente teve que levar aos jogos garotos da equipe sub-17 e agora, mais recentemente, passou a aproveitar os jovens que conquistaram a Copa São Paulo de Futebol Júnior.

A insatisfação do vestiário foi externada após a derrota por 1 a 0 para o Ituano, pela 2ª rodada do Estadual. Mano Menezes e Cássio falaram publicamente de como o elenco precisa de mais peças, gerando uma pressão ainda maior em Augusto e no diretor de futebol Rubão.

Cássio pediu desculpas para a diretoria após o ocorrido, mas em nenhum momento mudou de opinião quanto ao momento do clube que defende desde 2012, conforme apurou a reportagem da Gazeta Esportiva.

Mudança radical no quadro de funcionários no CT desagrada elenco

Desde que Augusto Melo assumiu a presidência do clube, no dia 2 de janeiro, a rotina do CT Dr. Joaquim Grava mudou radicalmente. Muitos funcionários novos foram contratados e a circulação de pessoas que não possuem cargo no clube se intensificou, como noticiado inicialmente pelo Meu Timão.

Essas mudanças encontraram resistência de alguns jogadores, sendo um dos motivos a maior exposição que eles acabam enfrentando no dia a dia, o que não combinaria com um ambiente de trabalho.

Outro fator importante é que, na visão dos atletas incomodados, eles deveriam ter sido escutados antes das mudanças se concretizarem no CT. O fato dos jogadores não terem sido consultados, ou avisados, acabou gerando um desgaste nesse início de relação entre diretoria e elenco.

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Majestoso é muito importante para Mano Menezes

O clássico desta terça-feira é muito importante para Mano. Não dá para cravar que ele será mandado embora em caso de derrota, mas é fato que, caso o São Paulo vença o Corinthians pela primeira vez na Neo Química Arena, a situação do treinador pode ficar bem complicada.

Além dos resultados ruins nesse começo de ano, alguns pontos ajudam a desgastar a imagem do treinador com direção e jogadores.

Começando pela parte administrativa, Augusto Melo e Rubão não gostaram do jeito que Mano conduziu o tema da falta de reforços na entrevista coletiva após a derrota para o Ituano. Apesar do discurso de apoio a Mano desde a reta final da campanha eleitoral, é de conhecimento público que o empresário nunca teve o treinador como "plano A" para dirigir a equipe. O técnico gaúcho foi escolhido unicamente por Duilio Monteiro Alves, antecessor de Melo.

Já em relação ao vestiário, as falas de Mano Menezes citando os jogadores publicamente em entrevistas coletivas por vezes não são bem vistas. A situação não é vista como grave, mas gera um certo desconforto.

Após a última rodada do Campeonato Brasileiro, contra o Coritiba, o treinador criticou a atuação de Fausto em coletiva. Neste ano, Mano usou termos firmes para justificar as broncas dadas em Raniele durante a partida contra o Ituano, o que rendeu até uma nota oficial do Cuiabá contestando as falas do comandante.

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Mais recentemente, o treinador foi flagrado perguntando em tom alto se Yuri Alberto era "burro" após uma falta no campo de ataque, contra o São Bernardo. Posteriormente, Mano e o camisa 9 conversaram à beira do gramado e o treinador minimizou o episódio à imprensa.

Rubão pressionado

Rubens Gomes, mais conhecido como Rubão, vive dias de pressão após algumas frustrações que o Corinthians vem acumulando no mercado da bola, como a saída repentina de Lucas Veríssimo, o retorno de Matheuzinho ao Flamengo após treinar com a camisa do Timão e a demora para Rodrigo Garro ser registrado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF. O clube também não conseguiu avançar em algumas negociações que envolveram nomes como Gabigol, Rafael Borré e Luiz Henrique.

Além disso, a reportagem da Gazeta Esportiva apurou que o diretor de futebol nunca desfrutou de grande prestígio no Parque São Jorge, por conta do período em que atuou como vice-presidente de futebol do Corinthians, em 2007. Naquele ano, o clube foi rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro pela primeira e única vez em sua história.

A pressão em cima de Rubão, naturalmente, respinga no presidente Augusto Melo. O mandatário vem recebendo pedidos para desligar o diretor de futebol do cargo imediatamente. A Gazeta Esportiva apurou, inclusive, que líderes das principais torcidas organizadas do Alvinegro estão conversando e estudam fazer uma manifestação ou marcar uma conversa com Augusto, para pedir a saída do profissional de 58 anos.

Buscando auxiliar o aliado político na busca por reforços, Augusto contratou Fabinho Soldado como executivo de futebol. O profissional estava no Flamengo e já está inserido no dia a dia do Timão, se adaptando a todos os processos da equipe paulista.

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O Corinthians segue ativo no mercado da bola, para dar mais opções ao técnico Mano Menezes. O clube está próximo de se resolver com o Toluca para contratar o atacante Pedro Raul e monitora outras posições, como o meio de campo e as beiradas.

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