O Pacaembu, agora rebatizado de Mercado Livre Arena Pacaembu, com a venda dos naming rights, está muito perto de voltar a sediar grandes eventos. O novo gramado do estádio será sintético, mas tem algumas diferenças do Allianz Parque e outras arenas do Brasil.
A grama do Pacaembu, que já foi praticamente toda instalada, será recheada com um composto de cortiça, diferente do termoplástico que causou a interdição do Allianz, casa do Palmeiras.
A concessionária do estádio, a Allegra Pacaembu, avaliou gramados sintéticos ao redor do mundo, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, e encontrou no país norte-americano uma grama que se adapta melhor à temperatura da cidade paulista.
Na arena do Palmeiras, a grama ficou danificada em virtude do calor e da alta poluição em São Paulo. A solução que foi encontrada pela Real Arenas, administradora do estádio, foi trocar o termoplástico pela mesma cortiça que já foi implantada no Pacaembu.
A reportagem da Gazeta Esportiva visitou o estádio para saber detalhes da obra e entrevistou Bruno Souza, diretor da Allegra. Ele fugiu de polêmicas, justificou a escolha pelo sintético e promete ter um dos "melhores gramados". Os responsáveis pela concessão do Pacaembu investiram cerca de R$ 6,5 milhões no campo.
"A gente segue uma tendência de concessões americanas. Nós analisamos na América e na Europa, é uma tendência, além da qualidade também. A tecnologia evolui muito, quando você tem um estádio que é multiarena e não pertence a um clube específico, o sintético facilita pela manutenção e pela quantidade de eventos que a gente quer fazer. E não estou falando somente de shows, mas o Pacaembu é um lugar onde podemos fazer um piquenique com a população, além de atividades de outras modalidades, como o rugby, o tiro com arco, e outras que podem ser representadas aqui no Pacaembu", disse Bruno.
"Então muito se fala dos outros estádios, acho que os outros têm mais problemas porque eles são um patrimônio dos clubes, eles têm que muitas vezes treinar e jogar semanalmente nos seus estádios. A gente nasce de uma outra forma. Buscamos o melhor gramado nos Estados Unidos, a cortiça que já vem sendo utilizada na Europa como componente final para o gramado, além da parte que fica embaixo para a melhor absorção de impacto aos jogadores, para não termos lesão. E isso modifica anos após ano, a gente não pode falar que o gramado que estamos colocando hoje vai ser o melhor daqui a dez anos. Se a gente reparar o histórico dos gramados sintéticos no Brasil, do Athletico-PR, o Allianz e, agora, o Nilton Santos, que foi muito bem falado pela qualidade e pela forma como o Botafogo jogou lá, estamos buscando a melhor condição, a melhor tecnologia, para que os clubes tenham um gramado mais próximo possível do natural, além de ser um gramado certificado pela Fifa", acrescentou.
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O palco, que passa por reformas desde 2021, está nos retoques finais e promete ser reaberto ainda em junho. O local já tem um novo gramado sintético, que custou R$ 6,5 milhões, e já começou a receber as cadeiras nas arquibancadas laterais.
Ao todo, foram investidos R$ 600 milhões no projeto, que prevê mais de cinco milhões de visitantes por ano. Cedido à uma concessão privada por 35 anos, o estádio do Pacaembu terá capacidade para quase 26 mil pessoas nos dias de jogos e quer transformar um lugar carregado de história em um espaço de eventos, entretenimento e lazer para toda população de São Paulo.
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