Polícia Civil envia ofício ao Corinthians e pede contrato de patrocínio com a VaideBet

A Polícia Civil de São Paulo enviou na última terça-feira um ofício ao Corinthians, endereçado ao presidente Augusto Melo, com questionamentos referentes ao contrato de patrocínio com a casa de apostas VaideBet.

O documento, assinado pelo delegado Tiago Fernando Correia, pede acesso ao contrato com a VaideBet, informações sobre a intermediação da Rede Social Media Design LTDA, além de documentos que certifiquem a participação desta empresa no negócio com a casa de apostas.

A informação foi publicada inicialmente pelo Uol e confirmada pela Gazeta Esportiva.

No mês passado, o órgão abriu investigação preliminar a respeito da possível presença de um 'laranja' no processo de intermediação da parceria entre Corinthians e VaideBet.

O caso foi registrado no Departamento de Polícia de Proteção a Cidadania (DPPC), e ainda é investigado pela terceira delegacia responsável por casos de lavagem de dinheiro.

A suposta existência de uma empresa laranja foi divulgada pelo Blog do Juca Kfouri, que dizia que a Neoway Soluções Integradas em Serviços LTDA recebeu uma parte da comissão de R$ 25 milhões, paga pelo Corinthians à Rede Social Media Design LTDA.

No dia 27 de maio, a casa de apostas VaideBet, patrocinadora máster do Corinthians, enviou notificação extrajudicial ao clube e voltou a acenar com a possibilidade de rescindir o contrato.

No documento, a empresa expõe sua insatisfação ao time do Parque São Jorge com as recentes notícias veiculadas na imprensa sobre a parceria e dá prazo de dez dias para que o Timão preste esclarecimentos e apresente soluções sobre o caso. A data limite é esta sexta-feira.

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A situação também causou incômodo em conselheiros do Corinthians, que protocolaram um requerimento pedindo uma reunião extraordinária no CD para que o presidente Augusto Melo e os seus pares apresentem contratos e deem explicações.

Após forte repercussão, o Timão notificou a Rede Social Media Design LTDA e pediu esclarecimentos. A agência tem como o sócio-administrador Alex Cassundé, que foi inserido no grupo de campanha do presidente Augusto Melo no período eleitoral do clube, por indicação de Sérgio Moura, superintendente de marketing que pediu licença do cargo que exercia no Corinthians.

A matéria publicada pelo jornalista Juca Kfouri dizia que a Rede Social Media Design LTDA repassou parte do valor recebido em uma comissão a uma empresa 'laranja', chamada Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda. Ela estaria no nome de Edna Oliveira dos Santos, uma mulher residente na cidade de Peruíbe, no Litoral Sul de São Paulo, que nem sequer saberia da existência da mesma.

O Corinthians, por sua vez, se manifestou há pouco mais de duas semanas por meio de uma nota oficial e ressaltou que "todas as negociações, incluindo patrocínios, se deram de forma legal com empresas regularmente constituídas". O clube destacou que "não guarda responsabilidade sobre eventuais repasses de valores a terceiros" e que "caso sejam apresentadas quaisquer provas de ilícitos, estes serão discutidos junto ao Conselho Deliberativo para providências que se fizerem necessárias".

O contrato de patrocínio entre Corinthians e VaideBet foi firmado no início deste ano, por R$ 370 milhões e validade de três anos. O vínculo prevê o pagamento de um multa de 10% do valor total restante em caso de rescisão sem justa causa.

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