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Ronaldo e Rivaldo recordam momentos marcantes na Copa América

Ronaldo e Rivaldo comemoram título da seleção brasileira na Copa América de 1999 Imagem: Matthew Ashton - EMPICS/PA Images via Getty Images

20/06/2024 10h04

A Copa América traz uma história de muita emoção e rivalidade entre as equipes do continente. Ídolos da seleção brasileira, Rivaldo e Ronaldo relembraram um pouco de suas experiências na disputa da competição, vencida com a dupla em campo em 1999, no Paraguai.

"Meu momento mais marcante foi a final da competição, foi um momento legal, onde marquei dois gols e o Ronaldo fez o terceiro gol, mas teve muita coisa acontecendo durante a competição, como ganhar da Argentina por 2 a 1, fiz o gol do empate e o Ronaldo fez o gol da vitória. Fui expulso contra o México, aconteceu de tudo na Copa América", brincou Rivaldo, em entrevista ao canal oficial da Betfair no YouTube.

Ronaldo lembrou da motivação do Brasil na Copa América, um ano após a derrota para a França na final da Copa do Mundo de 1998. "O bom do futebol é que ele é dinâmico: perde num dia, na outra semana a gente tem a chance de ganhar. E nós, que viemos do futebol e do esporte, aceitamos de maneira razoável a derrota, diferente do torcedor que busca histórias e teorias da conspiração. A gente aprende desde muito cedo no esporte a ganhar e, principalmente, a perder. Mas a vontade de estar na seleção brasileira é sempre muito grande, então, o objetivo seguinte, que era a Copa América, todo o grupo fez questão de ir, se colocar à disposição, e lá estávamos já prontos para apagar de maneira momentânea a derrota de 98."

Ronaldo destaca a confiança do grupo campeão de 1999. "Sentia uma confiança, sentimento de que a gente poderia ganhar de qualquer seleção do mundo. A gente ia para cada jogo como se fosse o último e nós temos que ganhar deles, depois o próximo. Juntar um grupo de grandes campeões comprometidos com o objetivo que é ser campeão, com todos remando na mesma direção, faz do grupo muito especial. A seleção passava essa sensação de poder conquistar qualquer objetivo. Acho que esse grupo ficou consagrado pelos títulos e por toda a luta que teve por trás de cada um - individualmente falando, foi muito grande", afirmou.

1999, ano especial para Rivaldo

A temporada de 1999 foi especial para Rivaldo: campeão do torneio continental com a seleção, artilheiro do torneio, campeão pelo Barcelona e coroado como melhor jogador do mundo naquele ano. Para o ex-jogador, essa foi sua principal conquista na carreira.

"Ser campeão do mundo é sempre muito importante, mas ser considerado o melhor jogador do mundo é algo que qualquer jogador do mundo deseja. Aquele ano de 1999 foi muito importante, vencer a Copa América, conquistar títulos pelo Barcelona também, ser artilheiro, depois ser considerado melhor jogador do mundo foi muito especial pra mim, ajudando a coroar aquele ano incrível", destaca Rivaldo.

Respeito por Luxemburgo

Ronaldo e Rivaldo falam com carinho do trabalho feito por Vanderlei Luxemburgo, treinador na conquista da Copa América de 1999. Ronaldo brinca que muitas histórias com o treinador não poderão ser divulgadas. "Lembro de muitas histórias não publicáveis." Na sequência afirma o respeito pelo treinador da conquista brasileira. "Tenho um respeito máximo, ele é uma lenda do futebol brasileiro, inovador no seu momento, um cara que entendia do esporte como poucos e, no dia a dia, sempre muito agradável com todos", afirma Ronaldo.

"Ele é um cara parceiro, aquele cara que sempre esteve na zoeira com os jogadores", falou Rivaldo sobre o treinador que o trouxe para jogar no Palmeiras e Cruzeiro. Ronaldo completa que por Vanderlei ter sido jogador de futebol antes de virar treinador, fez a diferença para a união daquele grupo. "Ele foi jogador também e, por isso, entendia muito bem aquele momento do atleta, o que passa na cabeça naquela situação — isso foi importante para a nossa conquista", disse o Fenômeno.

Ronaldinho Gaúcho brilha pela primeira vez

Ronaldinho Gaúcho, pela seleção brasileira, em ação na Copa América de 1999 Imagem: Matthew Ashton - EMPICS/PA Images via Getty Images

Destaque no Grêmio, em 1999 despontava Ronaldinho Gaúcho para o futebol mundial, convocado no lugar de Edílson, Ronaldinho Gaúcho chegou estreando e marcando um lindo gol pela seleção, nos 7 a 0 sobre a Venezuela. Rivaldo, que viu de perto a chegada do 'Bruxo' na seleção, fala que o jovem aproveitou rápido seu momento na seleção em sua primeira convocação.

"Ronaldinho Gaúcho se soltou rápido, se destacou fazendo aquele gol bonito no primeiro jogo, ele veio para o lugar de Edilson, que foi cortado, acabou entrando muito bem e se tornou o que ele é hoje por conta do que fez naquela Copa América."

Momentos inesquecíveis

Ronaldo relembrou com carinho das brincadeiras que fazia na seleção para a chegada de novos convocados, destacando como eram os trotes com as novas gerações que chegavam à seleção brasileira.

"A gente fez trote, mas era muito leve perto do que a gente sofreu quando entramos na seleção. Sofremos mais com as gerações do passado, mas a gente fazia coisa boba com eles: deixávamos a tampa do shampoo aberta, sujar a escova de dente, nada muito elaborado e especial, até porque, as gerações tem uma mudança de comportamento e atitude, e a gente sempre respeitava os mais novos, por mais que tenhamos que ensinar, era nossa responsabilidade de que se adaptassem o mais rápido possível naquele ambiente de seleção para os objetivos do grupo, sendo agradável e colaborativo".

Craques brasileiros

Rivaldo destaca a frieza que Ronaldo Fenômeno exibia cara a cara com goleiros durante sua carreira. "Uma qualidade do Ronaldo pra mim que era super positiva é o cara a cara com o goleiro, ele tinha uma habilidade enorme. Sua pedalada na frente do goleiro, para driblar e fazer o gol é uma demonstração de sua frieza. Ele tinha uma facilidade enorme, com isso, seja o goleiro que for", elogiou Rivaldo.

Para Ronaldo, a visão de jogo e o pé esquerdo de Rivaldo eram dois pontos que causavam uma "inveja-boa". "Não tenho dúvida que a canhota do Rivaldo faltou no meu currículo. Minha esquerda era boa, mas igual ao Rivaldo não existiu. Sempre aquela pancada de esquerda de fora da área. E não fica só nisso não: a movimentação em campo, a força que ele tinha, com passadas largas e a visão de jogo de um verdadeiro camisa dez, que está lá atrás e visualiza o todo. O Rivaldo cadenciava a partida e enxergava as jogadas, com capacidade de liderar o jogo com a bola nos pés sendo perfeita. Ele foi um verdadeiro craque e, com a canhota, foi diferenciado como jogador", destacou.

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