Sistema defensivo ainda é dor de cabeça pra Dorival na Seleção
22/06/2024 15h31
Não são poucos os problemas a resolver na Seleção Brasileira, a começar pela ausência de Neymar por lesão, mas o que mais dá dor de cabeça ao técnico Dorival Júnior antes da Estreia na Copa América é a fragilidade da defesa.
Embora esteja invicto desde a chegada de Dorival, em janeiro, o Brasil sofreu seis gols nos quatro amistosos que disputou desde então, contra Inglaterra (1 a 0), Espanha (3 a 3), México (3 a 2) e Estados Unidos (1 a 1).
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Em alguns jogos, o treinador não pôde contar com os goleiros Alisson e Ederson, nem os zagueiros mais experientes, como Marquinhos, Éder Militão e Gabriel Magalhães.
Por isso, o desafio de melhorar o sistema defensivo é ainda mais complicado neste início de trabalho.
A Seleção vai fechar a primeira rodada do Grupo D da Copa América contra a Costa Rica na próxima segunda-feira, em Inglewood, Califórnia. Colômbia e Paraguai se enfrentam antes, em Houston, Texas.
"É natural que ainda estejamos distantes do que queremos. Para mim, o futebol parte de um equilíbrio e você tem que ser efetivo. Sem a posse, você precisa estar um pouco mais atento e com os compartimentos mais próximos", disse Dorival.
Sem equilíbrio
Mas esse equilíbrio tem sido difícil de alcançar nesses cinco meses de trabalho, em uma equipe bem servida no ataque com os jovens Vinícius Júnior, Rodrygo e Endrick.
"Até encontrarmos um equilíbrio, vamos precisar um pouco mais da individualidade desses jogadores [de ataque] no trabalho defensivo, para que depois tenham mais liberdade. O equilíbrio ainda não existe", afirmou o treinador.
Dorival Júnior dá carta branca aos jogadores no momento de atacar, e eles corresponderam marcando uma média de dois gols por jogo. No entanto, eles precisam voltar para recompor e ajudar os laterais e o meio-campo, renovado para a Copa América após a ausência de Casemiro.
Sem o experiente volante do Manchester United, Bruno Guimarães, João Gomes, Douglas Luiz e Andreas Pereira são os homens de meio-campo com a missão de proteger a linha defensiva liderada pelo zagueiro Marquinhos e o lateral Danilo.
"A gente tem que ser um pouco mais inteligente e ficar um pouco mais com a bola no ataque. A gente é um time que tem muita qualidade, então tem que marcar com a bola no pé, poder rodar mais, ter um pouco mais de paciência. Assim a gente vai ficar mais com a bola e vai sofrer menos", afirmou Douglas Luiz.
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Herança complicada
Os problemas defensivos não são novos para a Seleção, que vai buscar seu décimo título da Copa América, o primeiro desde 2019.
Dorival Júnior recebeu uma herança complicada na zaga, já sem o veterano Thiago Silva. Depois de ser uma autêntica muralha na era Tite, a Seleção desmoronou sob o comando do interino Fernando Diniz no início das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026: sete gols sofridos em seis jogos, mais do que os cinco que sofreu durante toda a campanha rumo ao Mundial de 2022.
A pressão é ainda maior devido à modesta sexta posição nas Eliminatórias, uma acima da repescagem.
Por outro lado, Dorival já pode contar com Alisson, recuperado de lesão, e os zagueiros mais experientes, além do jovem Lucas Beraldo (20 anos), que foi seu jogador no São Paulo e fez boa temporada no Paris Saint-Germain.
Com um elenco muito jovem em busca de rodagem, a Costa Rica parece ser um bom adversário na estreia para que a defesa brasileira retome a confiança e chegue pronta para enfrentar as seleções de maior peso no Grupo D da Copa América: Paraguai (28 de junho) e Colômbia (2 de julho).
"É uma questão de tempo, não é em uma convocação que vamos aprender todos os ensinamentos do Dorival", afirmou Beraldo. "Esses detalhes serão ajustados para a Copa América".