E a base? Veja quais são os planos do CEO Paulo Bracks para os jovens do Santos

Apresentado nesta quinta-feira como CEO do Santos, cargo que nem sequer existia no estatuto do clube, Paulo Bracks promete imergir nas categorias de base do Peixe já nas próximas semanas. O profissional, que tomará conta de diversas áreas do time, como o departamento de futebol, financeiro, jurídico, administrativo, entre outros, pretende dar uma atenção especial ao Meninos da Vila.

Durante toda sua carreira, Bracks sempre tratou a base como "a menina de seus olhos". Agora, ele quer repetir isso no Santos, clube conhecido por revelar diversas joias para o futebol mundial.

O profissional visa implementar processos e aprimorar a estrutura dos jogadores mais jovens para que eles possam performar em alto nível pela equipe profissional. Ele usou o exemplo de JP Chermont, que subiu após a Copinha deste ano e, em pouco tempo, tomou conta da lateral direita do time comandado por Fábio Carille.

"A base sempre foi a menina dos meus olhos. Desde o meu trabalho no América, no Internacional e no Vasco. A base é o início e, ao mesmo tempo, o sustento. O Santos sempre produziu e formou muitos jogadores de altíssimo nível para o futebol mundial. Eu quero ver esses jogadores primeiro jogando aqui, para depois eles virarem ativos e serem, ou não, negociados para o mercado do exterior. Mas o Santos precisa olhar cada vez mais para a sua base. Mais até do que outras áreas. Pode ter certeza que vai ser uma imersão muito grande minha na base, nessa transição. Dar condições a esses atletas para serem formados e performarem aqui dentro. É o meu objetivo", afirmou Paulo Bracks durante sua coletiva de apresentação, na Vila Belmiro.

"Quando vejo um jogador como o JP Chermont, sub-18 praticamente, atuando da forma que atua, conquistando o espaço dele, respeitando outros atletas. A gente quer mais jogadores assim, vamos produzir mais jogadores assim. Mas, para isso, não é uma fábrica de talentos por si só. Temos que dar condições estruturais para esses jogadores trabalharem. Precisamos de metodologia, de coordenação, ter esse atleta apto no momento correto. Me aproximar disso para poder efetivar essas decisões, pode ter certeza que vou estar. As últimas grandes vendas do futebol brasileiro foram do Santos. As últimas grandes vendas do clube foram de jogadores que nasceram aqui dentro. Temos que respeitar as gerações, geração do Robinho, do Neymar, Rodrygo. Respeitar as gerações e produzir mais, mas com muito trabalho. Sempre foi uma atenção muito grande que tive na minha carreira. Gosto, particularmente, sei trabalhar, e vou me aproximar. O Santos desperta em mim essa energia e essa alegria de trabalhar próximo aos Meninos da Vila", acrescentou.

Os trabalhos de Bracks já ajudaram vários jovens do futebol brasileiro a se lapidarem. No América-MG, por exemplo, o profissional chegou a trabalhar com Vitor Roque, atacante do Barcelona, e o lateral Artur, que atualmente defende o Bayer Leverkusen, da Alemanha.

No Internacional, o executivo viu de perto o crescimento de Vinicius Tobias, lateral emprestado ao Real Madrid, e de Yuri Alberto, ex-Santos e atual camisa 9 do Corinthians. Por último, à frente do departamento de futebol do Vasco, ele ajudou a desenvolver Andrey Santos, Marlon Gomes e Gabriel Pec.

Agora como CEO, Bracks pretende exercer a mesma metodologia de trabalho com os mais jovens. Ele, inclusive, está elaborando um projeto de análise individual de cada atleta da base do Santos, envolvendo as categorias sub-15, sub-17 e sub-20.

"Vou citar dois ou três atletas que participei da formação junto com os profissionais do clube e ganharam um mercado de relevância no futebol brasileiro. No América-MG, o Vitor Roque. O Artur, que hoje está na Alemanha, campeão alemão. No Internacional, o Vinicius Tobias. Nem vou falar do Yuri Alberto, porque ele foi formado aqui no Santos. No Vasco, o Andrey, Marlon Gomes, Gabriel Pec. Daqui a pouco outros atletas como o Erick Marcus, Rayan, Estrella, etc. O trabalho com atleta de base exige muito mais dedicação do que o atleta já formado. Ele é um atleta que precisa ter uma estrutura em torno dele muito maior do que esse atleta que já rodou por outros clubes e teve sua formação concluída. O meu trabalho vai ser muito em cima de atletas que, de fato, vão apresentar ao time profissional condições de serem atletas de alto nível, de alta performance. A categoria de base obviamente tem metas de título, mas, para mim, o título da categoria de base é formar atletas que desempenhem em alto nível no profissional. Sempre foi assim nos clubes que eu trabalhei, pretendo que seja assim aqui também", afirmou.

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"Tenho um projeto que vou apresentar ao presidente e ao Comitê de Gestão, de análise individual de desempenho de cada atleta, do sub-15, sub-17 e sub-20. Um trabalho específico de valências desses jogadores, algo que eu não vejo na maioria dos clubes, não é só no Santos. Trabalhar as fraquezas, as forças, desenvolver esse jogador dentro de um universo do centro de treinamento. Não só com a camisa, mas principalmente com as estruturas, com as áreas atuando em cima desse atleta. E fazer o trabalho de projeção desse jogador, para que ele possa ser um atleta profissional com a camisa do Santos. É um trabalho às vezes invisível aos olhos do torcedor, que geralmente vai ver esse atleta dentro de campo. Mas é muito gratificante ver esses jogadores performando e ganhando mercado, como vários atletas do Santos estão hoje no mercado internacional, pelo trabalho que foi feito com ele. Nós queremos otimizar esse trabalho e potencializar. Teremos que ter todas as ferramentas para isso", concluiu.

Em entrevista recente, o presidente do clube, Marcelo Teixeira, disse querer que o time volte a lançar atletas da base. A baixa minutagem aos garotos é uma das maiores críticas da torcida em relação ao trabalho de Fábio Carille. O mandatário, contudo, pede cautela para que esses meninos não pulem etapa e sejam queimados. Ele acredita que o Santos deve subir suas joias com "responsabilidade".

Neste momento, Carille conta com alguns Meninos da Vila no elenco profissional, como o zagueiro Alex, o meio-campista Sandry e o atacante Weslley Patati. Outras joias da base que despertam expectativas na torcida, como Jair, Souza, Enzo Monteiro, Miguelito, Hyan e Bernardo, têm ganhado minutos na equipe sub-20 antes de irem, de forma efetiva, ao grupo profissional.

Quem é Paulo Bracks?

Paulo Bracks é graduado em direito, pós-graduado em Ciências Criminais, especialista MBA em Direito Desportivo e Negócios no Esporte, gestor em Futebol pela CBF, analista de desempenho pela CBF e gestor técnico em futebol pela Universidade do Futebol.

O advogado trabalhou como executivo de futebol em três clubes brasileiros até o momento. O primeiro foi o América-MG, onde ficou de 2018 até 2020. Ele foi responsável por montar os elencos do Coelho que disputaram a Séries A e B do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Campeonato Mineiro.

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Ele, inclusive, começou a sua trajetória nas categorias de base do clube mineiro e promoveu diversos garotos para o time profissional.

Bracks saiu do América-MG após receber um convite do Internacional. Ele começou a temporada de 2021 no clube gaúcho e foi demitido logo no começo de 2022. Neste período, dirigiu a equipe no Campeonato Gaúcho, na Série A, Copa do Brasil, Libertadores e Sul-Americana.

O dirigente não resistiu após uma precoce eliminação do Colorado na Copa do Brasil de 2022, para o Globo-RN, e teve seu contrato rescindido.

Em julho, então, Bracks foi anunciado pela 777 Partners para liderar o Vasco na briga pelo acesso à Série A. Assim como fez no América-MG, ele conseguiu concluir o objetivo com êxito.

No ano seguinte, entretanto, o clube carioca patinou no Brasileirão e só se livrou do rebaixamento na última rodada. Assim, Paulo Bracks acabou sendo demitido pela 777.

Desde então, o advogado estava sem clube. Agora, portanto, ele chega para tentar levar o Santos de volta à elite do futebol brasileiro.

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