Novas catracas geram enormes filas no entorno da Vila e recebem vaias da torcida do Santos
16/07/2024 14h46
Na última segunda-feira, o Santos deu os primeiros passos rumo à modernidade. O Peixe, pela primeira vez, utilizou as catracas de reconhecimento facial, sistema que será adotado em dias de jogo na Vila Belmiro. O time mediu forças contra o Ituano e venceu por 2 a 0, pela 15ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
As novas catracas já haviam sido devidamente instaladas, mas o sistema para reconhecimento facial ainda não se fez presente. O clube irá implementar o recurso de maneira gradual e prevê que a tecnologia faça sua estreia no próximo jogo da equipe em casa, contra o Coritiba, na próxima segunda-feira, às 20h (de Brasília), pela 17ª rodada da Segunda Divisão.
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Desta maneira, os torcedores deveriam apresentar um QR Code para acessar o estádio na última noite. Entretanto, a nova catraca apresentou falhas na leitura do código e gerou enormes filas no entorno da Vila Belmiro.
Novas catracas foram instaladas pelo Santos na Vila Belmiro
A reportagem da Gazeta Esportiva ouviu torcedores que relataram ter tido que passar o código "várias vezes" para entrar na Vila. Boa parte dos santistas que foram ao estádio, inclusive, não conseguiram assistir aos dois gols da equipe, que saíram aos 10 e aos 17 minutos do primeiro tempo. Muitos chegaram quando o Peixe já vencia por 2 a 0.
Este foi o caso do assistente jurídico e torcedor do Santos, Andrey Leandro Maia, de 26 anos. Em entrevista à Gazeta Esportiva, o santista admitiu que chegou "em cima da hora", mas afirmou ter se deparado com uma "fila estrondosa" no Portão 7/8 da Vila Belmiro, que dá acesso à Arquibancada Cosmo Damião, onde ficam as torcidas organizadas do time. Andrey só conseguiu entrar no estádio aos 34 minutos do primeiro tempo.
"Já chegamos em cima da hora, porque não estávamos achando lugar para estacionar. Quando chegamos [na Vila], a fila estava imensa ali no Portão 7/8, ia até um pouco antes da subsede da Torcida Jovem. A revista também tomou bastante tempo. No meu caso, a passagem na catraca foi rápida, já estava com o QR Code impresso e salvo no celular. Então eu passei pelo celular e deu certo. Mas é aquilo, quando nós entramos já estava 2 a 0 e com 34 minutos do segundo tempo", relatou o torcedor à reportagem.
"Foi uma série de erros, né?. Tudo bem que eu cheguei em cima da hora, mas quando você chega nesse horário, você espera que as pessoas já tenham entrado no estádio. Mas estava uma fila estrondosa, tinha muita gente ali no Portão 7/8", acrescentou.
Ao contrário de Andrey, outros torcedores escutados pela Gazeta Esportiva, que chegaram com antecedência, não tiveram problemas para acessar o estádio e entraram tranquilamente.
Já no final da partida, o locutor da Vila Belmiro agradeceu ao torcedor pela paciência com o novo sistema e informou que o cadastro do reconhecimento facial será obrigatório para o próximo jogo do Santos como mandante. Enfurecida com os problemas apresentados por algumas catracas, a torcida respondeu com vaias das arquibancadas.
VEJA MAIS: Entenda como funcionará a entrada de torcedores na Vila com o sistema de reconhecimento facial
Apesar da confusão do lado de fora, a Vila recebeu um ótimo público no primeiro jogo após o fim da punição imposta pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). Foram 12.839 torcedores presentes no estádio, para uma renda de R$ 571.587,50.
O Santos, por sua vez, está otimista com a implementação do reconhecimento facial na Vila Belmiro. O clube projeta uma economia de R$ 100 mil por mês com a tecnologia. A diretoria entende que o sistema evitará fraudes e não será mais necessária a confecção de carteirinhas para a entrada no estádio.
O reconhecimento facial é uma ferramenta muito utilizada em locais com grande circulação de pessoas, inclusive em estádios. O Palmeiras, por exemplo, adotou o recurso no Allianz Parque já no ano passado.
O presidente do Santos, Marcelo Teixeira, já havia dito em entrevistas anteriores que tinha intenção de implementar o sistema na Vila Belmiro.