Turra comenta polêmica com Soteldo no Santos: 'Não me arrependo de nada'

Ex-técnico do Santos, Paulo Turra conversou com exclusividade com a Gazeta Esportiva e relembrou a sua passagem pela Vila Belmiro. O treinador aproveitou para esclarecer a polêmica com Yeferson Soteldo.

Turra ficou marcado por afastar o atacante venezuelano. Na época, o ato acabou irritando alguns torcedores, já que o Peixe estava em situação deliciada no Campeonato Brasileiro. O treinador, porém, explicou que a ideia partiu da diretoria.

"Eu acho que eu fiquei muito marcado pelo episódio Soteldo. O pessoal pensa que fui eu o responsável. Quando eu cheguei, já era de cima para baixo a ordem de afastá-lo. Eu disse que queria conversar com ele. Ele é uma pessoa boa. Depois de uma semana que conversamos, ele cometeu alguns atos que não condizem com um jogador de futebol... Passei o caso para a diretoria e o presidente decidiu afastar", comentou.

"Nesse tempo em que ele esteve no Santos o rendimento era péssimo em relação ao que ele teve no passado. Ele marcou um gol em 14 meses, quatro assistências e três lesões. Eu tinha um plantel de 38 jogadores, eu tinha que enxugar. Eu recebi várias mensagens por conta disso, tive que fechar meu Instagram, houve uma pressão forte, até ameaças. Mas eu não me arrependo de nada", ampliou.

Em sua segunda passagem pelo Alvinegro Praiano, Soteldo disputou 39 partidas, marcou um gol e deu nove assistências. Após a queda para a Série B, o venezuelano foi emprestado ao Grêmio.

A era Turra

Paulo Turra foi anunciado pelo Santos no dia 23 de junho. Ao todo, foram apenas sete jogos, com uma vitória, três empates e três derrotas. Ele foi demitido no dia 6 de agosto, após um empate de 1 a 1 com o Athletico-PR, na Vila Belmiro.

O técnico lamentou o pouco tempo que teve para trabalhar. Na sua visão, o time estava em evolução e o ambiente no CT Rei Pelé estava ficando cada vez mais positivo. Não à toa, ele afirmou que troca mensagens com alguns jogadores até hoje.

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"Enquanto eu estive lá, eu não joguei com torcida no nosso estádio. O time estava punido pelas confusões contra o Corinthians. No final do campeonato, quando o time caiu, alguns jogadores me mandaram mensagens. Até hoje converso com alguns. Três ou quatro me falaram que se eu tivesse ficado, não teria caído. Estava criando um clima bacana, eles estavam entendendo o meu modelo. Mas o presidente tomou a atitude de me demitir", disse.

"Quando eu fui contratado, o Santos estava em uma situação muito difícil. Parece que hoje passa uma impressão que eu fui o grande culpado pelo rebaixamento. Quantos técnicos não passaram antes e depois. Nenhum resolveu. Eu não me arrependo de nada. Meu único lamento é eu ter sido desligado do clube pois havia muita pressão nas redes sociais, nas palavras do presidente", completou.

Turra ainda alfinetou Andres Rueda, ex-presidente do Peixe e responsável por contratar e demitir o comandante.

"Em 42 dias que eu estive no Santos, eu enfrentei o Blooming, com o Santos já eliminado, Goiás, Cuiabá, Botafogo, Fluminense, São Paulo e Athletico-PR. Eram jogos fáceis? Contratamos Jean Lucas, Furch, Basso, Nonato e Dodô. Foram cinco contratações. Todos esses jogadores haviam acabado de chegar. O presidente não tinha condições nenhuma de dirigir o Santos. Ele chegou para mim e disse que o time estava melhorando, mas que as pressões nas redes sociais estavam insustentáveis. Ele me chamou e me desligou", relembrou.

"O meu ambiente dentro do clube era espetacular. Queriam que em 40 dias eu fizesse a multiplicação de pães. Não é assim. A prova disso é que o time caiu. Me falaram que as pessoas estranharam e que o presidente ficou chateado com uma declaração meia no dia anterior, quando eu falei que o Santos vinha mal há três anos", finalizou.

Turra foi desligado na 18ª rodada do Campeonato Brasileiro. Depois, o Santos teve Diego Aguirre e Marcelo Fernandes. Nenhum deles conseguiu salvar o time do inédito rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro.

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Atualmente, o Alvinegro Praiano está com Fábio Carille e lidera a Segunda Divisão, com 28 pontos, um a mais que o Vila Nova, que está em segundo.

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