"Muito provavelmente é meu último jogo pela Seleção", diz capitão Bruninho após eliminação nas Olimpíadas
Nesta segunda-feira, pelas quartas de final do vôlei das Olimpíadas de Paris, a Seleção Brasileira foi superada pelos Estados Unidos por 3 sets a 1, com parciais de 24/26, 30/28, 19/25 e 19/25. Após a eliminação, o capitão Bruninho comentou sobre o duelo.
Segundo ele, os Estados Unidos e outras seleções estão atualmente acima do Brasil.
"Por mais que soubéssemos que era difícil todo o percurso, nós sempre acreditamos. Acho que isso é aquela coisa que aqui dentro existe uma cobrança muito grande, uma responsabilidade muito grande. Então a gente sofre com uma derrota como essa, sabendo que a gente lutou e que jogamos de igual para igual em muito momentos contra grandes equipes, mas faltou. As equipes hoje estão na nossa frente. Foi o pior ciclo daqueles que eu disputei. Nós tivemos um bronze no Mundial, que acho que foi uma bela conquista. É triste, é frustrante, agora é remoer, cicatrizar essa perda. Acho que o que fica é o legado em relação ao trabalho, nós nunca deixamos de trabalhar, nunca deixamos de lutar. Hoje as equipes estavam na nossa frente, então temos que assumir isso e olhar para frente", disse.
"Acho que tiveram derrotas que não poderiam, como o revés para o Canadá. Mas fora isso, são equipes que estão em semifinal olímpica, então não é que perdemos para qualquer um. Mas para disputar nesse nível, faltou. Não tem muito para onde correr, não adianta dar desculpa", completou.
O atleta de 38 anos também falou sobre sua aposentadoria da Seleção Brasileira.
"Muito provavelmente é meu último jogo pela seleção".
"Eu dei tudo o que eu podia, talvez agora não era mais suficiente para chegar em uma medalha. Eu sei o quanto eu trabalhei no meu dia-a-dia, o quanto eu me sacrifiquei durante todos esse anos. Não joguei na Itália por acaso, joguei na Itália para estar na maior competição do mundo, eu ganhei tudo lá, eu fiquei sozinho, fiquei longe da minha família e amigos, e foi uma escolha de vida. Então não posso pensar que minha história tenha sido manchada por essas quartas de final, todos os maiores jogadores perderam as quartas de finais de Olimpíadas, isso faz parte. Eu fico tranquilo pois eu dei tudo, mas hoje não era suficiente. Três medalhas olímpicas, quatro medalhas em mundiais, dei tudo com a Seleção Brasileira, ganhei tudo com os clubes, não tem muito o que reclamar. Óbvio que eu fico muito chateado e muito triste, eu queria estar em outra semifinal olímpica para conquistar outra medalha, mas temos que reconhecer que as outras seleções estavam na nossa frente", concluiu.
Por último, Bruninho deixou um recado de apoio aos jovens da nova geração do Brasil e comentou o que eles devem fazer em suas carreiras para acompanhar o nível mundial do vôlei.
"Apenas continuem com essa dedicação, eles estão se dedicando ao máximo. Então que eles mantenham essa filosofia e mentalidade de muito trabalho e dedicação, isso sempre fez a diferença. Agora é levantar a cabeça, as derrotas e frustações fazem parte da carreira de um atleta. Não vai ser a primeira, é uma pena dizer isso, mas não vai ser a primeira grande frustação. Mas que tenha resiliência para voltar mais forte", falou.
"Como em qualquer outro esporte, seleções de pouca expressão estão crescendo muito, como a Eslovênia. Times que não tinham expressão, mas os jogadores estão indo para fora. Então ela está mais desafiadora do que antes, são mais equipes para lutar contra. Antigamente eram aquelas que a gente sabia, mas agora são muitos times, então vai ser muito desafiador. Mas como disse anteriormente, temos jovens muito talentosos. Eles vão ter que jogar fora do Brasil, pois é onde eles vão crescer, mas acredito muito no trabalho e comprometimento dessa garotada. Sem dúvida alguma vou estar sempre torcendo", finalizou.
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