Corinthians: Presidente do Conselho cita indícios de infração após reunião

A Comissão de Justiça do Corinthians identificou indícios de infração estatutária de diretores do clube. Isso foi revelado pelo próprio Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, após reunião realizada no Parque São Jorge na última segunda-feira.

Augusto Melo (presidente), Armando Mendonça (segundo vice-presidente), Rozallah Santoro (ex-diretor financeiro), Yun Ki Lee (ex-diretor jurídico), Fernando Perino (ex-integrante do departamento jurídico), Marcelo Mariano (diretor administrativo) e Rubens Gomes (ex-diretor de futebol) foram investigados na Comissão de Justiça e agora passarão pelo processo de apuração da Ética do clube.

"Foi uma reunião normal, em alguns poucos momentos tensa, mas é natural. A comissão de Justiça, por indicação nossa, apurou os fatos, analisou contratos, documentos, ouviu pessoas e decidiu encaminhar para a Ética. A Justiça não pode intimar pessoas a serem ouvidas, ela convida pessoas. E eles acharam que há indícios de que alguém pode ter infringido regra estatutária. Recomendaram para mim que fosse para a Comissão de Ética, eu acolhi o parecer e encaminhei para a Ética, que tem poder legal para instaurar procedimento administrativo, ouvir todo mundo, apurar efetivamente o que foi falado e, se encontrar alguma irregularidade com embasamento no estatuto referente a algum conselheiro ou dirigente, vai devolver para o plenário decidir", disse Romeu Tuma Júnior em contato com repórteres após a reunião no Conselho.

"Há indícios (de infração), pelo que apuramos, mas não temos certeza. Por isso precisa dessa apuração mais focada. Por isso vai para a Comissão de Ética. Ela tem condições de apurar definitivamente e responsabilizar quem efetivamente infringiu o estatuto. Se encontrar, ela vai identificar as pessoas, individualizar condutas e indicar no estatuto se houve infração e quem foi o autor. Aí o Conselho julga", complementou.

Segundo Romeu, o "tema impeachment" em nenhum momento foi abordado na reunião do Conselho Deliberativo. Não há prazo definido para a Comissão de Ética encerrar as suas investigações e oferecer parecer ao CD.

Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing, foi ouvido pela Comissão de Justiça, mas não pode ser encaminhado para a Ética pois não é funcionário e não tem ligação estatutária com o clube.

"Faço questão de responder e esclarecer tudo que me for perguntado na Comissão de Ética para deixar tudo às claras e finalizar esse tema. Que todos sejam julgados e que se cumpra o estatuto do clube", disse o presidente Augusto Melo em nota oficial.

Na noite desta segunda-feira, a Comissão de Justiça do clube entregou um relatório para conselheiros a respeito de suas investigações sobre alguns temas que envolvem a gestão de Augusto Melo, como as negociações com a VaideBet (ex-patrocinadora máster) e a Gazin (empresa de colchões que tem espaço no uniforme de treino).

Nas palavras de Romeu, a Comissão de Justiça não teve acesso ao inquérito policial no "caso VaideBet". Possíveis irregularidades no acordo entre o Corinthians e a antiga patrocinadora estão sendo investigadas pela DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania).

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"A Comissão de Justiça não teve acesso ao inquérito policial que tramita sob segredo de justiça. Eu até pedi autorização judicial para que a Comissão tivesse acesso, mas não houve despacho do juiz até agora. A Comissão de Ética tem mais condição de fazer isso, pois é uma comissão processante, ela vai processar as pessoas, analisar tudo o que foi falado", disse Romeu.

Agora, cabe à Comissão de Ética seguir com as investigações, questionar os envolvidos e, dependendo da conclusão da apuração, sugerir providências para Romeu Tuma Júnior.

Augusto Melo, Armando Mendonça e Marcelo Mariano não serão afastados de seus respectivos cargos enquanto a Comissão de Ética investiga possíveis irregularidades estatutárias da gestão atual.

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