Como valorização do futebol feminino no Brasil garantiu a volta ao pódio olímpico
25/08/2024 06h30
Nas Olimpíadas de Paris 2024, a seleção brasileira feminina de futebol garantiu a volta ao pódio depois de 16 anos. A última vez que a equipe havia conquistado a medalha de prata tinha sido nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, quando também foi superada pelos EUA na final. Desde aquela edição na China, o investimento, a visibilidade e a competitividade do esporte aumentaram exponencialmente.
Mesmo com a campanha abaixo das expectativas do time brasileiro, a Copa do Mundo feminina de 2023 quebrou recordes de audiência e público. A Cazé TV ultrapassou, nos três jogos da seleção, o número de 1 milhão de conexões simultâneas. Esse crescimento, mesmo sem os títulos ou conquistas mundiais, só ganhou força na última edição dos Jogos Olímpicos.
Com a falta do futebol masculino, eliminado pelos rivais argentinos no pré-olímpico, o time comandado por Arthur Elias ganhou atenção especial dos brasileiros. A final bateu o recorde de audiência da modalidade. A audiência chegou a 35,1 milhões se somadas apenas as transmissões de Globo e SporTV.
Além disso, a média de idade da seleção foi diminuída em praticamente quatro anos quando comparamos as 11 titulares. A promoção de jovens e estreantes foi marcante nesse ciclo. É possível destacar a meia Yaya e a zagueira Tarciane, que estrearam em competições oficiais nessas Olimpíadas e foram integradas com a chegada de Arthur ao comando.
Este crescimento de atletas mais jovens está ligado a criação de competições que incentivam a entrada nesse meio. Outro elemento que impulsionou a medalha olímpica foi o crescimento dos patrocínios feitos na modalidade. Neste ano, o Campeonato Brasileiro Feminino chegou a marca de mais de 50 marcas juntas entre as equipes do torneio. O maior valor é o do Palmeiras, com a casa de apostas Esportes da Sorte, que figura perto de R$ 20 milhões. Já o maior número de patrocínio pertence à Ferroviária, com sete empresas parceiras.
A evolução do investimento na modalidade também refletiu na premiação do torneio. Em 2023, o Corinthians, campeão do Brasileirão Feminino, faturou R$1,2 milhão, Neste ano, o vencedor será premiado R$1,5 milhão, um aumento de 25%. Além dessa novidade, a CBF, organizadora do campeonato, anunciou um investimento recorde nesta temporada. A instituição irá aportar R$ 25 milhões, evolução de R$ 2 milhões em relação à última edição.