Com mulheres em destaque, Brasil aposta em geração campeã para alcançar o 400º pódio nas Paralimpíadas
28/08/2024 08h00
Os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 têm início nesta quarta-feira, com cerimônia de abertura marcada para às 15 horas (de Brasília). O evento será realizado de maneira inédita fora de um estádio, assim como ocorreu nas Olimpíadas, em agosto. O desfile dos atletas partirá da Champs-Elysées, se estendendo até a Place de la Concorde.
Onde assistir: Os Jogos de Paris 2024 terão transmissão ao vivo do canal SporTV 2 e pelo canal do Comitê Paralímpico Internacional no Youtube.
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A delegação brasileira será a maior para uma edição dos Jogos fora do Brasil, com 280 atletas no total. São 255 com deficiência, 19 atletas-guia (18 para o atletismo e um para o triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo.
Em Paris, o Brasil estará representado em 20 das 22 modalidades, sendo elas atletismo, badminton, bocha, canoagem, ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cegos, goalball, hipismo, halterofilismo, judô, natação, remo, tênis em cadeira de rodas, taekwondo, tênis de mesa, tiro com arco, tiro esportivo, triatlo e vôlei sentado. Só não haverá brasileiros no basquete em cadeira de rodas e no rúgbi em cadeira de rodas.
O Brasil vai em busca da 400ª medalha na história do evento. Com 109 ouros, 132 pratas e 132 bronzes (373 medalhas), faltam 27 pódios para o número histórico.
Nas Paralimpíadas de 2016 (Rio de Janeiro) e 2020 (Tóquio), a delegação conquistou o maior número de medalhas em únicas edições, com 72 em cada. Mas foi no Japão que o país estabeleceu o recorde de ouros, com 22. Atuando em casa, em 2016, os brasileiros ficaram com 14 ouros.
Dentre os convocados está o pernambucano Phelipe Rodrigues, maior medalhista da delegação. O nadador da classe S10 (limitações físico-motoras) é o único a ter oito pódios paralímpicos na carreira. Phelipe conquistou ao menos uma medalha em cada uma das quatro edições dos Jogos que disputou, de Pequim 2008 a Tóquio 2020. Especialista nas provas de velocidade (50m e 100m) do nado livre, ele soma cinco pratas e três bronzes no currículo.
Dentre os convocados está o pernambucano Phelipe Rodrigues, maior medalhista da delegação. O nadador da classe S10 (limitações físico-motoras) é o único a ter oito pódios paralímpicos na carreira. Phelipe conquistou ao menos uma medalha em cada uma das quatro edições dos Jogos que disputou, de Pequim 2008 a Tóquio 2020. Especialista nas provas de velocidade (50m e 100m) do nado livre, ele soma cinco pratas e três bronzes no currículo.
Mulheres em destaque
Dos 255 atletas com deficiência convocados, 117 são mulheres, ou 45,88% do total dos competidores. O número representa a maior convocação feminina brasileira na história dos Jogos Paralímpicos, tanto em quantidade quanto em termos percentuais.
Em termos percentuais, a maior representatividade de mulheres na delegação havia sido em Tóquio 2020, quando elas foram 41,03% do total dos convocados - 96, ante 138 homens. O aumento da participação das atletas em todas as modalidades paralímpicas é um dos pilares do planejamento estratégico do CPB, elaborado em 2017 e revisado em 2021.
Entre as mulheres em Paris estará a catarinense Bruna Alexandre, mesatenista de 29 anos. Ela foi a primeira atleta brasileira apta a defender o Brasil nos Jogos Paralímpicos e Olímpicos no mesmo ciclo, já que participou dos Jogos Olímpicos de Paris, entre julho e início de agosto, e agora estará nos Jogos Paralímpicos.
"Essa experiência na Olimpíada com certeza vai me ajudar nos Jogos Paralímpicos. Eu joguei nas principais mesas da arena, enfrentei atletas olímpicos, e isso pode sim fazer a diferença", disse Bruna Alexandre. Aos seis meses de vida, Bruna foi submetida à amputação do braço direito por consequência de uma trombose.
A cearense Edênia Garcia, 37, é a atleta da delegação com maior número de participações em Jogos Paralímpicos. Em Paris, a nadadora da classe S3 (limitações físico-motor) estará em sua sexta edição após competir em Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020. Ela conquistou três medalhas paralímpicas, duas pratas e um bronze, todas na prova dos 50m costas, sua especialidade.
"Eu sabia que eu poderia estar em Paris. Não encaro como um desafio. Penso que a natação é algo natural para mim e também é um tratamento para minha condição física. Faço o que eu amo, trabalho com o que mais gosto e ainda estou cuidando da minha qualidade de vida", afirmou a nadadora, que nasceu com doença de Charcot-Marie-Tooth, condição degenerativa que afeta os movimentos dos seus membros inferiores.
Ciclo histórico
A delegação brasileira chega a Paris em um dos melhores ciclos de sua história em diversas modalidades, com resultados relevantes em Mundiais. No atletismo, que é a modalidade com a maior quantidade de convocados para Paris 2024 - com 71 atletas e 18 atletas-guia -, o país obteve campanhas históricas nos Mundiais de Paris 2023 e de Kobe 2024.
O atletismo é o esporte em que o Brasil mais conquistou medalhas em Jogos Paralímpicos, com 170. Somando os pódios das provas nas pistas e no campo, foram 48 de ouro, 70 de prata e 52 de bronze.
A natação tem o segundo maior número de atletas em Paris, de 37 nadadores ao todo. É também a segunda modalidade em que o Brasil mais conquistou medalhas na história dos Jogos, com 125 (40 ouros, 39 pratas e 46 bronzes).
Os nadadores do país conseguiram uma campanha histórica no Mundial da Ilha da Madeira 2022 ao ficarem na terceira colocação do quadro de medalhas do evento, com 53 no total, sendo 19 de ouro, dez de prata e 24 de bronze.
Houve também resultados expressivos na canoagem, que conquistou seis medalhas no Mundial de Szeged (Hungria) 2024, recorde na competição. São oito atletas convocados para Paris na modalidade.
No vôlei sentado, o Brasil terá 12 atletas no masculino e 12 no feminino, com 24 no total, o que faz com que seja a terceira modalidade com mais competidores nos Jogos Paralímpicos de 2024. E as mulheres chegam com status de atuais campeãs mundiais, com o título conquistado na Bósnia, em 2022.