Lucas sobre chance perdida pelo São Paulo: 'Vai martelar na minha cabeça'

Um dos principais jogadores do São Paulo, Lucas também foi, nesta quarta-feira, um dos responsáveis pelo revés que o time sofreu para o Atlético-MG, por 1 a 0, no Morumbis, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil. O jogador, que costuma decidir a favor do Tricolor, desperdiçou uma chance clara de gol já na reta final da partida.

O lance ocorreu aos 44 minutos do segundo tempo. Ele recebeu cruzamento de Bobadilla na pequena área e, mesmo sem marcação, cabeceou para fora. Após o jogo, o camisa 7 lamentou o erro e disse que a jogada irá ficar martelando em sua cabeça. Isso porque, pouco depois, saiu o gol do Galo, marcado por Battaglia.

"Ali foi um lance muito rápido. O cabeceio pode parecer um fundamento simples, mas não é tão fácil assim fazer o movimento. Se fizer um segundo mais cedo ou mais tarde, acaba errando. Acabei fazendo o movimento no tempo errado. Aquele lance vai martelar na minha cabeça por um tempo. Mas faz parte, nós que somos jogadores de futebol estamos sujeitos a isso", disse o jogador.

Lucas também falou a morte de Izquierdo. Ele confirmou que o grupo do São Paulo ficou 'impactado' com a situação, mas não crê que esse foi o motivo do time ter perdido para o Atlético-MG. O jogador acredita que faltou eficiência ao clube do Morumbis.

"Todo mundo ficou impactado, né. Não só o São Paulo, todo mundo que acompanhou esse caso, essa situação. O falecimento de um colega de trabalho, alguém que tinha sonhos, uma família, todo um futuro pela frente. Mas isso, de maneira alguma, foi o motivo da nossa derrota. Quando começa o jogo, a gente procura esquecer tudo e fazer nosso trabalho, dar nosso melhor dentro de campo. Creio que fomos bem hoje, tivemos mais volume, mais oportunidades. Não fomos tão eficientes. Agora é descansar bem para a gente reverter a situação em BH", analisou.

O caso Juan Izquierdo causou enorme comoção no vestiário do São Paulo. No último fim de semana, o treinador Luis Zubeldía disse em entrevista coletiva que o elenco estava "abalado". Tanto é que cinco jogadores vão ao Uruguai para acompanhar o velório do defensor: Rafinha, Galoppo, Michel Araújo, Wellington Rato e Calleri. O vice-presidente do clube, Harry Massis, também representará o Tricolor.

Calleri e Michel Araújo, inclusive, visitaram o jogador no Hospital Albert Einstein mais de uma vez. Após notícia que o quadro do defensor havia piorado, Michel, aliás, foi às lágrimas no campo do Morumbis, logo após o jogo diante do Vitória, no último domingo, pelo Campeonato Brasileiro.

A partida desta quarta-feira, contra o Atlético-MG, pela ida das quartas de final da Copa do Brasil, ficou marcada por diversas homenagens a Izquierdo. Os jogadores do São Paulo atuaram com o nome do uruguaio em suas costas, além de respeitarem um minuto de silêncio antes da bola rolar. Na chegada do ônibus ao Morumbis, a torcida são-paulina, além de fazer festa, soltou fumaça azul, em alusão à bandeira do Uruguai, e rezou a oração do Pai Nosso.

Em campo, o Tricolor foi derrotado por 1 a 0, após levar um gol nos acréscimos. O time, assim, saiu em desvantagem no confronto e terá que reverter o placar fora de casa, no jogo de volta. Apesar de ter perdido na ida, Rafinha enxerga o duelo "em aberto".

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"Fizemos um grande jogo. Se você olhar os 90 minutos, tivemos totais condições de fazer gol. Tivemos uma chance com Calleri, outra com Lucas. Eles [Atlético-MG] não tiveram nenhuma chance clara no segundo tempo, mas foram eficientes. Conseguiram fazer o gol. Mas está tudo aberto, tem o segundo jogo agora. Vamos lá que está tudo aberto", avaliou.

O time de Luis Zubeldía, agora, terá que vencer em Belo Horizonte por dois gols de diferença para passar à semifinal. Se perder ou empatar, será eliminado. Já em caso de vitória por apenas um gol, o embate será decidido por meio das penalidades.

Izquierdo caiu desacordado aos 34 minutos do segundo tempo do jogo entre Nacional e São Paulo, pela Libertadores, na última quinta-feira, no Morumbis. Ele recebeu atendimento no estádio e precisou deixar o local de ambulância.

Ao chegar no hospital, o zagueiro de 27 anos foi diagnosticado com uma arritmia cardíaca. Juan, então, foi internado na UTI do Hospital Albert Einstein, onde permaneceu até a última terça, quando veio a óbito em razão de uma morte encefálica após uma parada cardiorrespiratória associada à arritmia cardíaca, segundo o último boletim.

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