Análise: Ramón Díaz define esquema ideal e consolida modelo no Corinthians
Por Iúri Medeiros
O técnico Ramón Díaz, em meio à fase conturbada do Corinthians, definiu o esquema ideal para a equipe e consolidou um modelo de jogo.
Mesmo com pouco tempo de treino, não dá para dizer que o Corinthians não tem um padrão. Em meio a testes e mudanças no elenco, Ramón e sua comissão técnica chegaram ao que consideram ideal para o time competir e ter sucesso na luta contra o rebaixamento.
A melhor versão do Corinthians de Ramón é a do 3-5-2. Os três zagueiros dão liberdade para os laterais se projetarem no momento ofensivo. Fagner (ou Matheuzinho) e Matheus Bidu, todos laterais que desempenham melhor no ataque, são favorecidos pela formatação.
No meio, Ramón prioriza dois volantes de combate, que vencem disputas. O elenco do Corinthians vem sendo montado com essa ideia, já que conta com nomes como Raniele, Ryan, Charles, Alex Santana e José Martínez.
Breno Bidon, que se destacou nos tempos de António Oliveira pela capacidade técnica com a bola nos pés, ficou em segundo plano. A tendência é que o jovem atue mais adiantado com Ramón e companhia, em uma faixa de campo mais próxima a de Rodrigo Garro e Igor Coronado.
Além dos dois volantes, Ramón não abre mão de ter um meia cerebral. A bola da vez é Rodrigo Garro, responsável pela armação das jogadas, encostando na dupla de ataque.
Mapa de calor de Rodrigo Garro no Brasileirão de 2024
No setor ofensivo, um nome que ganhou espaço no campo foi Talles Magno. O jogador ex-Vasco não é ponta de velocidade, mas tende a cair pelo lado esquerdo e consegue progressões importantes. Em cinco jogos pelo Timão, o camisa 43 possui três gols.
Na referência, a grande dúvida. Em tese, Yuri Alberto é o titular pela sua capacidade de atacar espaços e ser um tormento para as linhas defensivas em jogadas de velocidade. Garro é muito favorecido com o estilo do camisa 9, justamente por ser um alvo de bom deslocamento e boa leitura para ser servido em profundidade.
Com a má fase técnica e a baixa eficiência de Yuri, um nome que ganhou força foi o de Héctor Hernández. O centroavante espanhol oferece outras características, como um jogo de pivô e disputas por bolas aéreas. O jogador de 28 anos lesionou a coxa contra o Flamengo, mas não deve ter longo tempo de recuperação.
Momento defensivo
Sem bola, o Corinthians retratado aqui se comporta principalmente no 5-3-2, com Garro e o atacante de referência no primeiro combate. Geralmente, o ponta pela esquerda fecha a segunda linha, como Talles Magno fez contra o Flamengo.
A proposta é de agressividade para retomar a bola e em seguida transitar em velocidade. O time varia a altura de marcação, mas normalmente opta por intensificar a pressão a partir do meio-campo.
Com três zagueiros, o beque central fica mais protegido e não precisa se desgarrar tanto de seu setor. O modelo favorece muito Gustavo Henrique, por exemplo, beque lento que vem de boas atuações no mata-mata.
Algo que ainda precisa ser ajustado pela comissão é a defesa de área. Por mais que o modelo traga mais segurança, o time ainda peca em momentos importantes, especialmente nas bolas aéreas.
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