Com chancela da CBF, Taça dos Povos Indígenas terá sua primeira edição em 2024

O futebol já movimenta clubes e nações pelo mundo, mas, pela primeira vez na história nacional, um campeonato entre etnias indígenas vai ser jogado no Brasil. Trata-se da Taça dos Povos Indígenas, que conta com o apoio da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e começará no dia 26 de novembro. Todos os jogos acontecerão na Aldeia Multiétnica, localizada em uma área de preservação próxima a Alto Paraíso de Goiás (GO), no entorno do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, reconhecido como Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO.

A competição contará com 48 etnias das cinco regiões do país, envolvendo 2400 indígenas. O projeto tem como objetivo valorizar a cultura e as tradições dos povos originários, oferecer oportunidades de inclusão social e fazer do futebol uma plataforma de desenvolvimento e aprendizado.

O sorteio dos grupos está marcado para às 10h30 (de Brasília) do dia 26 de setembro, na sede da CBF, no Rio de Janeiro. Além do presidente da entidade máxima do futebol brasileiro, o evento contará com a presença de diversas autoridades que estão envolvidas na iniciativa.

O torneio inédito será dividido em quatro etapas. A primeira ocorrerá entre os dias 26 e 30 de novembro e contará com representantes de povos do Centro-Oeste. Já as outras três etapas serão realizadas entre fevereiro e junho de 2025, com etnias das regiões Nordeste, Sul/Sudeste e Norte, respectivamente. Todas elas terão fase de grupos, classificatórias e finais.

"O futebol tem um poder muito grande, que é capaz de unir tudo. A Taça dos Povos Indígenas é um projeto sem fronteiras, sem limites, que usa o esporte como plataforma para inclusão social, reparação histórica, valorização cultural e transformação. É um momento muito especial porque, pela primeira vez, uma competição dos povos originários terá a chancela da CBF. Esta é uma iniciativa ímpar, acolhedora, e que vai muito além do esporte", destaca Líbia Miranda, Diretora Executiva da FourX Entertainment, organizadora do evento.

Cada etnia estará representada por um time feminino e um masculino. Ou seja, serão 12 equipes formadas por homens e 12 formadas por mulheres em cada etapa. A participação é gratuita, e a organização ficará responsável por todos os gastos em termos de transporte, alimentação, hospedagem e artigos esportivos, incluindo uniforme completo e chuteira. Os campos terão o formato padrão da CBF.

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"A CBF trabalha sempre para fazer do futebol um ambiente mais inclusivo e uma sociedade mais coesa e acolhedora. A Taça dos Povos Indígenas faz parte do compromisso que assumi com o Papa Francisco há dois anos ao assinar a Declaração do Esporte para Todos, no Vaticano. Vamos fazer a melhor competição da história", afirma Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, que tem também ascendência indígena. A sua cidade de origem, Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, abriga três das primeiras etnias indígenas reconhecidas no Brasil, os Mongoyó, os Ymboré e os Pataxó.

"Vamos transformar o auditório da CBF em uma grande aldeia no dia do sorteio", completa o gestor.

A Aldeia Multiétnica, sede de todo o campeonato, também será um espaço de imersão cultural e aprendizado. Todas as nove ocas contarão com pontos de interação, com orientações sobre alimentação e suplementação para os atletas; dicas a respeito de carreira e administração de recursos financeiros; qualificação tecnológica; assistência médica e atendimento psicológico. Ainda terão ocas da CBF, contando a história do futebol nacional, e do Governo Federal, com as ações dos Ministérios.

Durante os dias do evento haverá shows, apresentações típicas e um momento onde as diferentes etnias poderão se conhecer, entender as semelhanças, as diferenças e os desafios por elas enfrentados.

Debates e encontros também serão promovidos para fortalecer o legado indígena. Além disso, com o apoio de profissionais da CBF, haverá treinamentos específicos englobando a parte técnica e tática do futebol.

"É uma forma de incentivar, de motivar a juventude, de apoiar o esporte nas aldeias, além de democratizar a participação indígena nesses espaços. Nos territórios indígenas, pode até faltar algum tipo de estrutura, mas campo de futebol, todas as aldeias têm. Os jovens gostam dessa competição, de realizar campeonatos, e agora nós estamos juntos, com o apoio da CBF, para fortalecer o esporte nas aldeias", exalta Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas.

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Ao longo das etapas, a Taça dos Povos Indígenas receberá representantes da ONU, da Fifa e da própria CBF. O projeto também está presente no "ParaQuemDoar", onde recebe doações por meio do site: https://www.paraquemdoar.com.br/i4a.

CRONOGRAMA DA 1ª TAÇA DOS POVOS INDÍGENAS

2024

  • 26/09 - Sorteio das chaves na sede da CBF, no Rio de Janeiro
  • 26 a 30/11 - 1ª etapa (Centro-Oeste) - Aldeia Multiétnica, em Alto Paraíso (GO)
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2025

  • 18 a 22/02 - 2ª etapa (Nordeste) - Aldeia Multiétnica, em Alto Paraíso (GO)
  • 15 a 19/04 - 3ª etapa (Sul/Sudeste) - Aldeia Multiétnica, em Alto Paraíso (GO)
  • 17 a 21/06 - 4ª etapa (Norte) - Aldeia Multiétnica, em Alto Paraíso (GO)
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