Carille compreende vaias, mas analisa trabalho no Santos como positivo
Mais uma vez, o Santos decepcionou seu torcedor na Vila Viva Sorte. O Peixe só empatou com o Novorizontino, por 1 a 1, pela Série B do Campeonato Brasileiro, nesta segunda-feira, e deixou o gramado sob vaias. Logo após a partida, o técnico Fábio Carille compreendeu o protesto.
Carille crê que as vaias no término do jogo são "válidas". Ele disse que, anteriormente, a torcida vaiou o time durante a partida e que isso fez mal à equipe.
"A vaia no final eu acho válido. O que mudou é que durante o jogo estão apoiando. Precisamos dessa atmosfera aqui dentro. Nos últimos jogos não estava legal, passou isso para o campo. Depois do jogo é normal, mas o que mudou é que, durante o jogo, estão apoiando", afirmou.
Apesar das críticas, o treinador enxerga seu trabalho à frente do Santos como positivo. Caso contrário, ele mesmo crê que já teria sido mandado embora.
Classificação e jogos
"Considero um trabalho bom, mas sempre buscando melhorar. Se não fosse bom, não estaria mais aqui. A diretoria acompanha, 95% dos jogos aconteceu aquilo que nós mostramos e treinamos. Se não fosse claro com os jogadores, de passar para eles o que precisa ser feito, eles já teriam me mandado embora. Sou ciente dessa situação. Somos claros com a diretoria e com os jogadores", comentou.
Por outro lado, Carille fez elogios ao Novorizontino. Ele ponderou que é "mais fácil destruir que que construir". Mas, disse que a equipe é muito bem treinada por Eduardo Baptista.
"Mais uma equipe que estudamos muito. Sabíamos que não teria surpresa, mas eles fazem muito bem. O ponto forte deles é cruzamento, como foi o gol. Acho que dobraram em cima do Chermont, um zagueiro teve que sair da área e deixou a área mais limpa do que deveria estar. É uma equipe que, por um ponto, não subiu no ano passado. Fez um Paulista muito bom, foi melhor que o Palmeiras na semifinal. Sabe o que tem que fazer, jogadores já estão há mais de dois anos juntos. O Eduardo [Baptista] também está há muito tempo. O time é muito bem treinado, tem uma bola aérea forte. É um time de Série B mesmo, de muita competição", avaliou.
"É muito mais fácil destruir do que construir. O time do Novorizontino é isso. Não se expõe, jogam no erro. Eles ficam esperando, sem se afobar. Pode jogar na área que eles têm três zagueiros. Nossas chegadas foram mais pelas laterais. O gol saiu com uma infiltração do Otero. Uma equipe que está há muito tempo junto, sabe jogar essa divisão. Precisamos ter sabedoria, paciência. É uma ideia do Novorizontino, que está dando certo. Faz parte. Nós podemos ser melhor. Aí é questão de tomar as melhores decisões em campo. A gente pode ser melhor, sim", acrescentou.
Com o resultado, o Santos perdeu a chance de virar líder da Segunda Divisão e somou mais um ponto, chegando a 50 e ficando um abaixo do Tigre. Fábio Carille faz as contas para o acesso e crê que, atingindo 64, a equipe irá garantir a vaga na Série A. O treinador pediu sabedoria ao Peixe na reta final do torneio.
"As equipes que vêm aqui nos respeitam. Aceleramos muito no fim dos jogos quando não temos o resultado, temos que ter um pouco mais de calma. É uma pressão normal, quem está em casa sempre busca a vitória. Temos que querer ganhar, mas temos que ter sabedoria e calma para incomodar mais", disse.
"Minha cobrança foi para melhorar fora e pelo menos manter em casa. Mas isso não aconteceu. Melhoramos fora de casa, mas não mantivemos o nível aqui. Precisamos melhorar, temos cinco em casa e cinco fora. São 30 pontos em disputa para fazer 14. Quanto antes fizermos 14, pensamos em título. Vamos trabalhar bastante para conseguir nossos objetivos", finalizou.
O próximo compromisso do Santos na Série B está marcado para este sábado. A equipe enfrentará o Operário-PR, na Vila Viva Sorte, pela 29ª rodada do torneio. A bola rola a partir das 18h (de Brasília).
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