Rodrigo Caetano avalia trabalho realizado na Seleção e justifica resultados ruins
Rodrigo Caetano fez uma avaliação do trabalho que vem sendo realizado por ele em conjunto com o técnico Dorival Júnior na Seleção Brasileira. O diretor de seleções da CBF reconheceu os resultados recentes aquém das expectativas e, embora tenha ressaltado a importância de dar tempo para que o projeto dê frutos, sabe que mais tropeços podem encerrar precocemente a passagem dos atuais profissionais pela entidade.
"Se eu te falar [que o trabalho] e é excelente... os resultados não dizem isso. Por mais que seja inicial, a gente também sabe que no futebol esse negócio de tempo muitas das vezes é sonho. Nossa realidade é apresentar resultado e paralelamente a isso apresentar desempenho também. A gente tem aí quatro jogos nesse ano e temos que buscar uma pontuação que nos coloque mais próximos dos primeiros colocados", disse Rodrigo Caetano.
De fato, a situação é preocupante. O Brasil é o atual quinto colocado das Eliminatórias Sul-Americanas, com dez pontos, somente um a mais que a Bolívia, primeira equipe fora da zona de classificação para a Copa do Mundo. Por isso, o time canarinho precisa voltar a vencer urgentemente.
O problema é que tudo que é ruim pode piorar. Para essa Data FIFA, Dorival Júnior teve de cortar cinco de seus convocados por lesão, entre eles Vinícius Júnior, principal nome do futebol brasileiro na atualidade. Éder Militão, Bremer, Guilherme Arana e Alisson foram os outros atletas que acabaram sendo retirados da lista.
"No que diz respeito ao trabalho, escolha, a parte de selecionar os atletas, por mais que tenhamos essas dificuldades, não podemos nos apegar a isso, porque não estamos em um clube. No clube você tem uma lesão, não pode contar com determinado jogador e muitas vezes você não tem orçamento para buscar um substituto e nem janela aberta. Na Seleção é diferente. Lamentamos aqueles que não estão conosco, mas a gente sabe que estamos representando a Seleção Brasileira, que tem uma gama de grandes talentos espalhados pelo mundo. Não é nisso que vamos nos apegar como justificativa", prosseguiu.
"Temos que apresentar resultado e temos que apresentar desempenho. É pouco tempo se tratando de futebol? Sim. Mas, sabemos que esse tempo é fictício. A gente trabalha de uma forma silenciosa, tentando não dar muitas justificativas, para lá na frente a gente conseguir apresentar esse resultado que todos nós queremos. Não estamos confortáveis com o que apresentamos nesses últimos jogos", completou.
Dorival Júnior soma oito jogos à frente da Seleção Brasileira. O treinador começou bem sua trajetória na Amarelinha, vencendo a Inglaterra, em pleno Wembley, e empatando com a Espanha, que futuramente se sagraria campeã da Eurocopa, em Madri. A campanha na Copa América, porém, decepcionou. O Brasil acabou sendo eliminado nas quartas de final pelo Uruguai, nos pênaltis, após se classificar para o mata-mata como segundo colocado de seu grupo. A "gota d'água", porém, foi a derrota por 1 a 0 para o Paraguai, no último jogo pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo, no mês passado.
"Ainda não conseguimos consolidar um grupo. Foram muitas mudanças. Se você pegar os atletas da primeira Data Fifa para hoje, houve uma mudança considerável de peças. Obviamente nós já sabíamos disso. A gente já sabia que teríamos pouco tempo para trabalhar quando fomos convidados a ir para a Seleção. Temos que superar essa adversidade para criar o mais rapidamente possível uma base. A gente está mantendo, mas talvez pudesse ser em maior número. Paralelamente a isso temos que ter a humildade de reconhecer que muitas seleções evoluíram. Muitas vezes a gente vê pessoas perguntando 'quem são os expoentes, os jogadores mais desequilibrantes?'. Temos que fazer uma reflexão mais em cima da coletividade. Esporte de alto rendimento não é apenas dos diferentes, é também trabalhar mais, melhor e, acima de tudo, valorizar a coletividade. O futsal brasileiro foi hexacampeão mundial agora muito por conta da coletividade que eles conseguiram implementar com o Marquinhos [Xavier]. Tivemos em outras gerações muitos talentos, muitos expoentes, e acabaram não ganhando. Está na hora de valorizarmos isso. Outras seleções trabalham nisso. Vamos ter sempre os grandes craques, mas eles precisam aparecer muito por causa da coletividade", concluiu.
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