Análise: Corinthians vê roteiro se repetir em eliminação para o Racing na Sul-Americana
Por Iúri Medeiros
A eliminação do Corinthians para o Racing na semifinal da Copa Sul-Americana foi um retrato da temporada da equipe. Após um começo animador no Cilindro, jogadores e comissão técnica colecionaram decisões erradas que minaram qualquer chance de classificação para a decisão.
Começando pelos atletas, o ataque funcionou muito bem nos primeiros 20 minutos de jogo. Com Memphis, Yuri Alberto e Rodrigo Garro trocando de posição e se entendendo em campo, o time prometeu incomodar o Racing. Tanto que pouco antes do gol de Yuri a equipe já tinha quase marcado em jogada que contou com participação do trio citado.
Porém, o jogo desandou a partir de grave erro de Garro. O camisa 10 recebeu passe na medida de Memphis Depay e, cara a cara com Arias, chutou em cima do goleiro. O tipo de lance que o futebol não perdoa, especialmente em mata-mata.
Aos 35 minutos, novo erro individual. Um cruzamento da equipe do Racing parou no braço de José Martínez, que estava aberto dentro da área. Penalidade marcada, gol de Quintero.
Aos 39 minutos, já com o Corinthians abalado mentalmente, a virada veio. Em jogada de arremesso lateral, o desorganizado sistema defensivo apenas viu Quintero disparar em direção a Hugo Souza e concluir para o fundo do gol.
O time desmoronou ao longo do primeiro tempo a partir de erros importantes dos atletas. Esperava-se uma mudança de postura com o intervalo, mas aí entra a participação de Ramón Díaz.
O comandante corintiano, novamente, se atrapalhou nas alterações. Difícil entender a saída de Carrillo no intervalo, sendo que o peruano, mesmo mal, pode agregar mais com a bola nos pés do que Charles. Não por acaso, o camisa 8 ficou apenas 14 minutos em campo na segunda etapa.
Mais difícil ainda foi entender a saída de Rodrigo Garro para a entrada de mais um atacante (Talles Magno). O camisa 10 não estava bem, de fato, mas o time perdeu seu principal armador precisando correr atrás do prejuízo.
Ramón tentou concertar a troca colocando Coronado em campo na vaga do desgastado Memphis, mas já era tarde demais. Assim como na eliminação para o Flamengo, a comissão técnica empilhou atacantes na equipe, e como esperado, o conjunto não mostrou repertório para gerar ocasiões de gol.
Com um sistema defensivo bem postado, o Racing praticamente não sofreu na segunda etapa. Não se pode tirar os méritos do técnico Gustavo Costas, mas a falta de criatividade e mecanismos ofensivos do Corinthians para assustar defesas recuadas impressiona negativamente.
Em um ano marcado por tantas falhas individuais decisivas e comissões técnicas que não conseguem desenvolver um trabalho com repertório, a derrota para o Racing não teve nenhum componente anormal.
Na realidade, o duro revés em Avellaneda apenas refletiu o que é o Corinthians nos dias atuais: uma equipe com jogadores instáveis e um técnico incapaz de ler corretamente o que o jogo pede.
O resultado disso são duas eliminações em copas. A ver o restante do Campeonato Brasileiro.
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