Carille crê em exagero dos santistas nas críticas e vê sondagem do Corinthians como mudança de chave

Nesta segunda-feira, Fábio Carille falou sobre as críticas que vem recebendo de torcedores do Santos. O técnico entende que, em alguns momentos, a pressão foi exagerada.

"Eles não jogaram com a gente em alguns momentos. Contra o Vila Nova, a gente estava liderando e eles ainda com chances de subir. A gente vai para o intervalo vaiado e eu xingado. Criamos, teve bola na trave, lance para fazer gol. Era um jogo consistente. Saímos todos vaiados, jogadores chateados. Levantamos a cabeça no vestiário para tentar trazer eles para o nosso lado. Ganhamos de 3 a 0. Sei que o ano não foi fácil, mas acho exagero, não só comigo como alguns atletas", disse ao canal do André Hernan.

No último domingo, Carille foi muito xingado ao longo da derrota de 2 a 0 para o CRB, na Vila Viva Sorte, pela 37ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Neste caso, no entanto, o treinador deu razão aos santistas. O time já entrou em campo campeão e com o acesso garantido.

"Nesse último jogo não tiro a razão do torcedor. A preparação não foi legal. Foi uma festa na hora do jantar, após o empate do Novorizontino. Vi uma manhã diferente. Tentei acordar eles, mas os caras eles diziam 'já deu'. Ontem o torcedor tem toda razão", comentou.

O comandante, aliás, entende que essa bronca da torcida começou especialmente após a sondagem do Corinthians, no meio do ano. Ele garantiu que não chegou nenhuma proposta oficial e explicou por que não se posicionou na época.

"Hoje é algo que não me arrependo, mas trago como aprendizado. Não teve nada oficial. Não chegou nada para eu me posicionar. A partir deste momento a torcida mudou comigo. Nem quando nós tivemos as quatro derrotas no primeiro turno, quando fiquei sem seis jogadores, teve tanta pressão. Não foi a maior pressão. Começou depois de um jogo contra o Ceará, fora de casa. Foi uma novela. Acredito que teve uma busca, mas nada oficial", pontuou.

Em meio a este cenário, a continuidade de Carille para 2025 não é certa. O contrato foi renovado após o clube garantir o retorno à elite, mas ainda haverá algumas reuniões com a presidência para definir o futuro.

O técnico destacou que gosta tanto da cidade quanto do clube, porém salientou que é preciso pensar com racionalidade.

"Gosto da cidade, de praia, das pessoas, dos funcionários, me sinto bem aqui, mas tenho que ser racional. Foi pesado, tenho que entender isso. Será que vai ser legal começar o ano assim? Será que conseguimos reverter? São muitas coisas que temos que pensar e colocar na mesa. O presidente é um cara da cidade, santista, já tem a experiência do que é a casa. É tudo muito cedo. Agora é o momento de ter sabedoria. É um privilégio ser treinador desse clube. É uma vitória minha pessoal também aguentar, ficar e ter o respaldo", disse.

O treinador, aliás, entende que é possível reverter essa bronca da torcida com ele.

"Penso que sim. A maior experiência que tive foi na época do Tite no Corinthians contra o Tolima. A pressão começou no jogo de fora, todo mundo pedindo para sair, mas ficamos. Sei que o torcedor é emoção, temos que entender isso, mas tudo é possível. Penso que sim, mas o mais importante nesse momento é ter sabedoria para tomar a melhor decisão", finalizou.

Campeão da Série B e com acesso garantido para a elite, o Santos encerra a temporada no próximo domingo, quando visita o Sport, pela 38ª rodada. A bola rola no gramado da Ilha do Retiro a partir das 18h30 (de Brasília).