Jogadores do Corinthians mostram apoio a Augusto Melo em nota oficial: "Sincero e profissional"
Diversos jogadores do elenco do Corinthians mostraram apoio público ao presidente Augusto Melo na noite deste sábado. O mandatário, que terá seu impeachment votado pelo Conselho Deliberativo na próxima quinta-feira, foi chamado de "justo, sincero e profissional" pelos atletas.
Entre os jogadores que publicaram a nota oficial de apoio a Augusto estão: Igor Coronado, André Ramalho, Talles Magno, Fagner, Matheus Araújo, Breno Bidon, Giovane, Matheuzinho, Hugo, Ryan, José Martínez, Alex Santana, Charles, Pedro Henrique, Pedro Raul, Romero, Gustavo Henrique e Félix Torres.
"Com todas as dificuldades enfrentadas ao longo do ano, ele tem sido justo, sincero e profissional para honrar os compromissos do clube. O Corinthians e sua Fiel Torcida estão acima de qualquer disputa política", escreveram os jogadores na nota.
Além dos vários atletas, torcidas organizadas do Corinthians se mostraram contrária à votação do impeachment de Augusto no Conselho.
Internamente, há uma preocupação que o processo de impeachment atrapalhe o planejamento do time para a temporada de 2025. O Corinthians vive momento de alta no Campeonato Brasileiro e busca uma vaga para a próxima Copa Libertadores.
Veja a nota oficial de jogadores do Corinthians:
"Nós, atletas do elenco masculino do Corinthians, gostaríamos de declarar nosso apoio ao presidente Augusto Melo. Com todas as dificuldades enfrentadas ao longo do ano, ele tem sido justo, sincero e profissional para honrar os compromissos do clube. O Corinthians e sua Fiel Torcida estão acima de qualquer disputa política. Por isso, o elenco está alinhado com o presidente e a diretoria de futebol para recolocar o Time do Povo no caminho das conquistas".
Votação do impeachment de Augusto
Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, marcou a reunião de votação do impeachment de Augusto Melo na última quinta-feira. Os conselheiros do clube vão definir no próximo dia 28 (quinta-feira), no Parque São Jorge, se concordam ou não com a destituição do mandatário corintiano. A primeira chamada da convocação será às 18 horas (de Brasília), enquanto a segunda será às 19 horas.
Caso a maioria simples no Conselho aprove o impeachment de Augusto, o presidente será afastado imediatamente do cargo, que será assumido de forma temporária por Osmar Stabile, primeiro vice-presidente do clube. A votação no Conselho será secreta.
Além disso, se o Conselho der parecer positivo quanto ao impeachment de Augusto, Romeu terá de definir uma data para a Assembleia Geral, que é a última instância do processo de destituição, com a participação dos associados do clube. Segundo apuração da Gazeta Esportiva, a Assembleia só deve ocorrer em 2025, ainda sem data definida
Nesse cenário, Augusto permaneceria afastado de suas funções até a divulgação do resultado final da Assembleia Geral. Se os sócios endossarem que ele deve deixar o cargo, o mandatário será definitivamente destituído.
Se o impeachment não passar no Conselho Deliberativo, o caso será encerrado e Augusto Melo continuará normalmente no cargo de presidente. Isso, no entanto, não exclui a possibilidade de um novo processo de afastamento no futuro.
Entenda os motivos
No último dia 12 de agosto, a Comissão de Justiça do Corinthians entregou um relatório para o Conselho Deliberativo a respeito de investigações sobre alguns temas que envolvem a gestão de Augusto, como as negociações com a VaideBet (ex-patrocinadora máster) e a Gazin (empresa de colchões que tem espaço no uniforme de treino).
Posteriormente, Augusto e pessoas que são ou foram ligadas à gestão foram ouvidas pela Comissão de Ética. Além do presidente, Armando Mendonça (segundo vice-presidente), Rozallah Santoro (ex-diretor financeiro), Yun Ki Lee (ex-diretor jurídico), Fernando Perino (ex-integrante do departamento jurídico), Marcelo Mariano (diretor administrativo) e Rubens Gomes (ex-diretor de futebol) foram investigados internamente.
Augusto entregou sua defesa à Comissão de Ética no final de setembro. No dia 26 de agosto, de forma paralela à investigação, um grupo de conselheiros enviou ao Conselho um requerimento que solicita a destituição de Melo.
O documento, de autoria do "Movimento Reconstrução SCCP", conteve mais de 50 assinaturas, número mínimo para que a solicitação fosse apreciada pelo presidente do CD.
O documento pede "tramitação sucinta" e se apega, principalmente, ao Artigo 106, "b" e "d", do Estatuto do clube, além da Lei 14.597/23, referente a nova Lei Geral do Esporte, que dispõe sobre crimes de "Lavagem" ou ocultação de bens.
Art. 106 - São motivos para requerer a destituição do Presidente e/ou dos Vices:
b) ter ele acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians.
d) ter ele infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária.
Em 19 páginas, que detalham acontecimentos recentes promovidos pela atual gestão, o requerimento se apoia em fundamentos que objetivam apontar eventuais problemas e condutas temerárias da gestão após avaliação dos seguintes casos:
-"Laranja" na intermediação da VaideBet.
-Depoimento de Cassundé à Polícia, refutando ter feito intermediação.
-Debandada de dirigentes, perda do patrocínio e prejuízo moral.
-Depoimento de Armando Mendonça à Polícia, apontando omissão dos gestores.
-Agressão de Augusto a um torcedor do Cruzeiro, em MG, com prejuízo a imagem da instituição.
No requerimento, conselheiros afirmam o Corinthians como "vítima de crimes cometidos pelos próprios dirigentes" e ainda reforçam a intenção de se obter para o clube o devido "ressarcimento do prejuízo em razão do pagamento errôneo à malfadada empresa que nunca intermediou a confecção do contrato com a antiga patrocinadora".
Versão de Romeu Tuma Júnior (presidente do Conselho Deliberativo)
Romeu se manifestou a respeito da reunião marcada para a votação do impeachment de Augusto Melo. O conselheiro vitalício disse que o órgão fiscalizador listou "diligências policiais estaduais e federais de teor gravíssimo" por parte da gestão atual e que deu andamento no processo "pela questão de tranquilidade da gestão e por obrigação estatuária e legal".
Romeu alegou que alguns temas que evolveram o clube ganharam notoriedade na imprensa e geraram preocupação no Conselho. Na visão do mandatário do órgão fiscalizador, "não foi possível ignorar a urgência dos fatos".
O presidente do órgão fiscalizador entende que a reunião para a votação de impeachment é a forma de direcionar o processo de forma "regular e regimental" e defende que a instituição foi preservada durante a investigação do Conselho.
Versão de Augusto Melo
O mandatário classificou a decisão de Romeu Tuma Júnior, que preside o órgão fiscalizador, como "golpe", já que alega que não teve seu direito de defesa garantido. Na visão de Augusto, o processo em andamento é um "desrespeito" ao clube.
"Essa situação é um desrespeito e um afronto à Instituição. Um presidente ser impeachmado sem a chance de defesa é a prova da falta de democracia, que nós corinthianos defendemos", escreveu Augusto.
Augusto também defende que a decisão de marcar a votação do impeachment no próximo dia 28 (quinta-feira) vai conturbar a equipe na reta final do Campeonato Brasileiro, assim como o planejamento para a temporada de 2025
O presidente do Timão alega que não há provas contra seu mandato. O dirigente relembrou que a Comissão de Ética do Conselho recomendou que o processo em relação ao "caso VaideBet" fosse arquivado até a conclusão da apuração da Polícia Civil.
"Não admitirei que cassem o meu mandato sem que tenha sido garantido o meu direito de defesa. Tenho a certeza que a verdade prevalecerá e que todos aqueles que querem impedir a profissionalização do Corinthians serão derrotados", comentou Augusto.
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