Gestão e Conselho do Corinthians se reúnem com PM para traçar plano de segurança para votação
Membros da Diretoria e do Conselho Deliberativo do Corinthians terão, nesta sexta-feira, uma reunião solicitada pelo Comando Geral da Polícia Militar de São Paulo, a fim de definir em conjunto o plano de segurança para a Reunião do Conselho, que foi transferida para segunda-feira, às 18h. Neste encontro, os conselheiros do Timão vão decidir se acatam o pedido de impeachment do presidente Augusto Melo.
A transferência da reunião foi anunciada no início da noite da quarta-feira, depois de uma conversa de Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, com o Coronel Carvalho, coordenador operacional da Polícia Militar-SP. Nesse encontro, a conclusão foi que a transferência da data para segunda-feira, dia em que o clube não abre as portas, seria o melhor cenário dentro do plano de segurança.
O encontro da última quarta considerou também a confraternização de fim de ano dos funcionários do clube, que se inicia às 12h e deve terminar por volta de 17h. O entendimento foi o de que o evento não atrapalhará a segurança dos funcionários e conselheiros, já que há considerável distância entre o espaço do evento e o miniginásio, onde se dará a reunião.
Normalmente, as reuniões do Conselho ocorrem no teatro do Parque São Jorge. A escolha do miniginásio se deu pelo fato da PM entender que o espaço é mais adequado para fornecer segurança aos envolvidos na votação do impeachment de Augusto. O local também é considerado melhor para acomodar a imprensa.
A rodada do NBB (Novo Basquete Brasil também não gera preocupação. Na próxima segunda-feira, o Corinthians encara o São José, às 19h30, mas não no Parque São Jorge. O confronto será em São José dos Campos.
Votação de impeachment de Augusto
Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, havia marcado a reunião de votação do impeachment de Augusto Melo para essa quinta-feira mas, por questão de segurança, adiou para segunda.
Caso a maioria simples no Conselho aprove o impeachment de Augusto, o presidente será afastado imediatamente do cargo, que será assumido de forma temporária por Osmar Stabile, primeiro vice-presidente do clube. A votação no Conselho será secreta.
Além disso, se o Conselho der parecer positivo quanto ao impeachment de Augusto, Romeu terá de definir uma data para a Assembleia Geral, que é a última instância do processo de destituição, com a participação dos associados do clube. Segundo apuração da Gazeta Esportiva, a Assembleia só deve ocorrer em 2025, ainda sem data definida.
Nesse cenário, Augusto permaneceria afastado de suas funções até a divulgação do resultado final da Assembleia Geral. Se os sócios endossarem que ele deve deixar o cargo, o mandatário será definitivamente destituído.
Se o impeachment não passar no Conselho Deliberativo, o caso será encerrado e Augusto Melo continuará normalmente no cargo de presidente. Isso, no entanto, não exclui a possibilidade de um novo processo de afastamento no futuro.
Entenda os motivos
No último dia 12 de agosto, a Comissão de Justiça do Corinthians entregou um relatório para o Conselho Deliberativo a respeito de investigações sobre alguns temas que envolvem a gestão de Augusto, como as negociações com a VaideBet (ex-patrocinadora máster) e a Gazin (empresa de colchões que tem espaço no uniforme de treino).
Posteriormente, Augusto e pessoas que são ou foram ligadas à gestão foram ouvidas pela Comissão de Ética. Além do presidente, Armando Mendonça (segundo vice-presidente), Rozallah Santoro (ex-diretor financeiro), Yun Ki Lee (ex-diretor jurídico), Fernando Perino (ex-integrante do departamento jurídico), Marcelo Mariano (diretor administrativo) e Rubens Gomes (ex-diretor de futebol) foram investigados internamente.
Augusto entregou sua defesa à Comissão de Ética no final de setembro. No dia 26 de agosto, de forma paralela à investigação, um grupo de conselheiros enviou ao Conselho um requerimento que solicita a destituição de Melo.
O documento, de autoria do "Movimento Reconstrução SCCP", conteve mais de 50 assinaturas, número mínimo para que a solicitação fosse apreciada pelo presidente do CD.
O documento pede "tramitação sucinta" e se apega, principalmente, ao Artigo 106, "b" e "d", do Estatuto do clube, além da Lei 14.597/23, referente a nova Lei Geral do Esporte, que dispõe sobre crimes de "Lavagem" ou ocultação de bens.
Art. 106 - São motivos para requerer a destituição do Presidente e/ou dos Vices:
b) ter ele acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians.
d) ter ele infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária.
Em 19 páginas, que detalham acontecimentos recentes promovidos pela atual gestão, o requerimento se apoia em fundamentos que objetivam apontar eventuais problemas e condutas temerárias da gestão após avaliação dos seguintes casos:
-"Laranja" na intermediação da VaideBet.
-Depoimento de Cassundé à Polícia, refutando ter feito intermediação.
-Debandada de dirigentes, perda do patrocínio e prejuízo moral.
-Depoimento de Armando Mendonça à Polícia, apontando omissão dos gestores.
-Agressão de Augusto a um torcedor do Cruzeiro, em MG, com prejuízo a imagem da instituição.
No requerimento, conselheiros afirmam o Corinthians como "vítima de crimes cometidos pelos próprios dirigentes" e ainda reforçam a intenção de se obter para o clube o devido "ressarcimento do prejuízo em razão do pagamento errôneo à malfadada empresa que nunca intermediou a confecção do contrato com a antiga patrocinadora".
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