Marílson Gomes dos Santos: o único brasileiro tricampeão da São Silvestre

Um dos maiores nomes das provas de fundo do atletismo brasileiro, o atleta olímpico Marílson Gomes dos Santos - disputou a maratona em três edições de Jogos Olímpicos -, sempre é reverenciado por suas performances, ainda mais quando as corridas de rua ganham evidência no calendário, especialmente a Corrida Internacional de São Silvestre.

Marílson Gomes dos Santos, nascido em Ceilândia (DF), em 6 de agosto de 1977, teve uma trajetória profissional incrível. Treinado por Adauto Domingues, no SESI, de Santo André, e depois na BM&FBovespa, em São Caetano do Sul, fez carreira em pista, com uma transição de grande sucesso para as corridas de rua.

O atleta foi bicampeão da Maratona de Nova York (2006 e 2008), uma das mais tradicionais do mundo, e é o único brasileiro tricampeão da Corrida Internacional de São Silvestre (2003, 2005 e 2010). Foi top 8 na maratona (5º colocado) nos Jogos Olímpicos de Londres 2012.

"Cada vitória na São Silvestre teve uma emoção diferente. Eu tinha sido vice em 2022 e queria vencer. Tirei um peso das costas, um peso que era meu. A vontade de ser campeão era grande e fiquei muito feliz", comentou Marílson. "Vencer a primeira vez foi a mais emocionante", acrescentou.

"Subir a Brigadeiro Luiz Antonio, num pelotão de cinco, seis atletas disputando o título e a torcida gritando muito o seu nome... A São Silvestre era muito diferente de tudo o que eu já tinha corrido no mundo. O povo gritando, a gente ia até a exaustão, até onde tinha força", concluiu.

Na segunda participação, o desafio de Marílson era o favoritismo e saber que poderia igualar o feito de fundistas talentosos como José João da Silva, bicampeão (1980 e 1985). "A gente pega o histórico da São Silvestre e verifica que não é fácil ganhar duas vezes. Eu fiquei feliz da vida por ter vencido uma segunda vez."

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E a pressão subiu muito para Marílson na prova de 2010. "A pressão era impressionante, enorme, todo mundo assistindo, na tevê e nas ruas. Mas fiz a lição de casa, me preparei muito."

Marílson afirma que a São Silvestre é uma corrida difícil, mas que o treinador Adauto Domingues sempre soube planejar bem e prepará-lo física e mentalmente para vencer. "Para um africano ou queniano é mais uma corrida, mas não para um brasileiro não. Aí tem o lado da pressão", observou. "E tem de saber correr. Desce muito no início, é rápida, tem de saber se colocar no pelotão e o final - a subida da Brigadeiro - exige força. Sempre me preparei física e mentalmente, tudo muito bem planejado."

Nas pistas, dominou o pódio do Troféu Brasil nos 5.000 m e 10.000 m por uma década. Ainda hoje é o recordista sul-americano dos 10.000 m (27.28.12).

Foi o último brasileiro campeão da São Silvestre em 2010, quando sua mulher Juliana Gomes dos Santos, bicampeã pan-americana nos 1.500 m (Rio 2007) e 5.000 m (Toronto 2015), estava grávida de sete meses de Miguel, hoje com 13 anos e campeão estadual dos 800 m na categoria sub-13.

Em sua 99ª edição, a prova reunirá fundistas de todo o mundo no dia 31 de dezembro, por ruas e avenidas de São Paulo, num percurso de 15 km, que larga e chega na Avenida Paulista, com transmissão das TVs Globo e Gazeta, a partir das 7h30 (de Brasília).

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