Com Ronaldo, Conmebol anuncia criação de força-tarefa contra o racismo

27/03/2025 18h59
Nesta quinta-feira, em evento na sede da Conmebol, em Luque, no Paraguai, a entidade anunciou a criação de uma força-tarefa para encontrar formas de erradicar o racismo, a discriminação e a violência no futebol sul-americano. A organização é liderada pelo ex-atacante brasileiro Ronaldo Nazário, pela ex-secretária-geral da FIFA, Fatma Samoura, e por Sergio Marchi, presidente da FIFpro.
A força-tarefa também incluirá outras estrelas do futebol sul-americano e especialistas jurídicos. A Conmebol prometeu que a missão da equipe será formular políticas eficazes e estabelecer mecanismos de prevenção e sanção que contribuam para combater o racismo e a violência.
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Além de Ronaldo, o evento também contou com a presença de presidentes de Associações Membro da Conmebol, embaixadores, ministros, representantes governamentais, atletas históricos do futebol sul-americano e associações de jogadores.
A criação da equipe anunciada pela entidade acontece após o caso de racismo contra o atacante Luighi, do Palmeiras. O atacante foi alvo de ofensas racistas na vitória alviverde de 3 a 0 contra o Cerro Porteño, na Libertadores sub-20, e chorou ao denunciar o crime em entrevista. O clube paraguaio foi multado em 50 mil dólares e teve que disputar o restante do torneio sem a presença de torcida. A punição, considerada branda, foi criticada pelo Verdão.
O evento, inclusive, contou com um discurso de abertura do presidente Alejandro Domínguez. O nome do dirigente passou a ser muito comentado após a declaração de que a Libertadores sem times brasileiros "seria como o Tarzan sem a Chita", fazendo referência ao personagem Tarzan, que possui a chimpanzé Chita como companheira. A fala foi repudiada pela CBF e também pelo Governo Federal.
No discurso desta quinta-feira, o dirigente discursou: "Hoje, estamos agindo com responsabilidade e unidade para enfrentar os desafios que temos pela frente, superá-los e continuar no caminho do crescimento. Não queremos um debate sobre o passado, mas sim discutir o futuro. Tudo o que é dito aqui é para contribuir e melhorar nosso esporte".
A Conmebol, então, anunciou novas medidas para lidar com os casos de racismo. A entidade prometeu a criação de uma lista com pessoas que, caso emitam ofensas racistas, serão impedidas de entrar no estádio. Tal lista impedirá os infratores de entrar em qualquer torneio disputado na América do Sul e em outras competições ao redor do mundo.
A entidade ainda assegurou que irá implementar novos programas educacionais voltados para jogadores, árbitros, clubes e torcedores, com o objetivo de conscientizar e prevenir o racismo no futebol.