Ganso joga muito, mas perde pênalti e São Paulo só empata na Liberta
A análise do duelo entre Trujillanos e São Paulo, que se enfrentaram na noite desta quarta-feira pela Libertadores, tem de ser pida assim: Ganso e os outros. O camisa 10 do Tricolor foi o personagem central do duelo, seja pela sua técnica muito acima dos demais, por ter feito o gol de seu time ou por ter perdido o pênalti que daria a vitória ao clube brasileiro. No fim, o empate por 1 a 1 deixou o São Paulo em situação dramática no grupo 1 da competição sul-americana e não fez justiça ao que jogou o Maestro.
Do início ao fim, o jogo só ganhou qualidade quando passou pelos pés do meia são-paulino. No terrível gramado venezuelano, pelo menos na impressão do jogo pela televisão e nas ações dos atletas, Trujillanos e São Paulo negaram o futebol. Justiça seja feita, além de Ganso, Thiago Mendes produziu bem, enquanto do outro lado a equipe da casa jogou muito mais na vontade do que na técnica. O jogo foi ruim.
Ao São Paulo, a dificuldade maior era a falta de poderio ofensivo. Se Ganso achava os espaços, os outros finalizavam mal. Thiago Mendes entrou na cara do gol aos quatro minutos após assistência de Ganso, mas finalizou para fora. Na sequência, CAbezas chegou a driblar Denis duas vezes, mas não conseguiu finalizar. Era improvável sofrer um gol com tão pouco futebol, mas o São Paulo conseguiu.
Aos 35 minutos, a bola foi alçada na área do São Paulo e o atacante Rubén Rojas ganhou de Lugano pelo alto. A bola foi dormir no canto esquerdo do goleiro Denis e ligou o alerta para o Tricolor. A situação que já não era fácil virou dramática. Tinha de recorrer ao Ganso.
E o camisa 10 respondeu. Na sequência do gol, Paulo Henrique Ganso fez valer sua primeira passagem pela Venezuela, único país em que ainda não tinha jogado pela Libertadores, e bateu forte, no cantinho: quinto gol dele no ano, quatro em cinco jogos, uma fase artilheira como ninguém nunca viu dele. Terminou como a esperança brasileira no jogo.
O jogo continuou ruim, o São Paulo com pouca profundidade, Alan Kardec nulo no ataque. O centroavante, que já reclamou das poucas chances recebidas no ano, deixou muito a desejar. Uma temporada irreconhecível. É melhor falar de Ganso.
Aos 18 minutos, o camisa 10 teve a chance de ouro. O árbitro marcou pênalti em Carlinhos e o Maestro chamou a responsabilidade. A execução, porém, não saiu como esperado. Abola no travessão foi um balde de água fria numa atuação que fugia à mediocridade da partida.
A partir daí, deu início ao Deus nos escuda, o mix de desespero e falta de inspiração, dos dois lados. Aos 43 minutos, Cabezas ainda entrou cara a cara com Denis e chutou para fora. Poderia ser o castigo, mas o São Paulo já está deveras castigado nesta Libertadores...
O empate praticamente obriga a equipe brasileira os três jogos que lhe restam no grupo um para ainda ter chance de classificação: Trujillanos e River Plate em casa e o The Strongest, na temida altitude de La Paz, na Bolívia. Missão duríssima e que fique a ligação: não dá para depender só de Ganso, mesmo com ele em seu melhor início de temporada no clube.
FICHA TÉCNICA:
TRUJILLANOS (VEN) 1 X 1 SÃO PAULO
Local : José Alberto Peres, em Valera (VEN)
Data-Hora : 16/3/2016 - 19h30
Árbitro : Wilson Lamouroux (COL)
Auxiliares : Alexander Leon e Dionisio Ruiz (COL)
Cartões amarelos: Rodrigo Caio, Carlinhos e Caramelo (SPFC) // Cabezas, Paez e Gustavo Britos (TRU)
Gols: Rubén Rojas 35'1ºT (1-0); Ganso 37'1ºT (1-1)
TRUJILLANOS (VEN): Héctor Pérez, Granados, Luiryi Erazo, Cuevas e José Páez; Osorio, Maurice Cova, Ángel Nieves (Gustavo Britos 30'2ºT) e Carlos Sosa (González 24'2ºT); Rubén Rojas (Vivas 38'2ºT) e James Cabezas. Técnico: Horacio Matuszyczk.
SÃO PAULO : Denis; Bruno (Caramelo 19'2ºT), Lugano, Rodrigo Caio e Mena; Hudson, Thiago Mendes e PH Ganso; Carlinhos (Kelvin 28'2ºT), Centurión (Rogério 24'2ºT) e Alan Kardec. Técnico: Edgardo Bauza.
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