Cristóvão desafia sina de técnicos que já foram jogadores do Corinthians
O Corinthians teve 115 técnicos ao longo de sua história, e 30 destes profissionais já haviam representado o clube dentro de campo, como jogadores. O número é alto e poderia representar uma importante tradição não fosse um dado: ex-atletas do Timão dificilmente dão certo com apito e prancheta em mãos. A partir desta quarta-feira, às 21h45, contra o Atlético-MG, Cristóvão Borges tentará romper essa sina em nome dos objetivos do Corinthians após a saída de Tite.
Cristóvão vestiu a camisa do Corinthians entre os anos de 1986 e 1987, em 58 partidas. Ele marcou 13 gols neste período, inclusive em clássicos contra Palmeiras e São Paulo. A passagem pelo Parque São Jorge não teve títulos, mas a lembrança dos torcedores é boa, e inspira o treinador no novo desafio, considerado por ele mesmo como "o maior da carreira" até agora.
Para cumprir suas metas, Cristóvão precisará espantar esse fantasma de ex-jogadores como técnicos do Timão. O último que viveu esta situação foi o ex-zagueiro Adilson Batista, jogador em 2000 e técnico em 2010. Como treinador, sua passagem durou apenas 17 jogos e não deixou saudades. Antes disso, Emerson Leão, Márcio Bittencourt e Juninho Fonseca viveram a mesma história, sem deixar legado.
Dos 30 treinadores que já haviam passado pelo Corinthians como atletas apenas três faturaram títulos: Del Debbio, Rato e Eduardo Amorim. O último, campeão estadual e da Copa do Brasil, teve passagem há mais de 20 anos. Desde então houve sete técnicos ex-jogadores e ninguém alcançou o feito.
- É uma responsabilidade grande, um trabalho que não vai ser fácil. Vim para ser campeão e quero fazer de tudo para dar certo - disse o novo técnico, na apresentação.
A história do 31º começa nesta quarta-feira.
COM A PALAVRA, CELSO UNZELTE
Historiador do "Almanaque do Timão"
"Os técnicos mais vencedores da história do Corinthians não foram jogadores do clube: Tite, Brandão, Luxemburgo, Mano, Oswaldo... nenhum. Houve algumas tentativas ao longo do tempo, mas só enxergavam os ex-jogadores como quebra galhos. Basílio foi várias vezes interino, efetivado uma vez, mas sem sucesso, Márcio Bittencourt poderia ter sido campeão em 2005, mas ele não fez parte dos planos do Kia, Baltazar fez uma bela campanha no Brasileiro de 1971, mas caiu na fase final, são vários casos. O mais relevante talvez seja o Eduardo Amorim, campeão paulista e da Copa do Brasil e que também teve o sucesso dentro de campo. Agora o desafio é do Cristóvão, que além de ter sido bom jogador costumava ser bastante politizado e interessado em assuntos fora do futebol. Ele tem condições de romper com esta sina".
DO CAMPO À PRANCHETA: ALGUNS EXEMPLOS
Del Debbio - Técnico em 1939 a 42, 47 a 48 e 63, com 175 jogos e três títulos: Paulista 38/39 e 41. Como jogador, atuou nos anos 20 e 30, em 215 partidas ao todo.
Rato - Técnico em 1942 a 43, 51 a 54, 58, 59, 63 e 69. Venceu o Paulista em 51 e 52 e o Rio-SP de 53, à frente em 263 jogos. Como atleta, 62.
Eduardo Amorim - Treinador entre 1995 e 96, com 110 jogos e dois títulos: Paulista e Copa do Brasil. Como atleta, 336 partidas.
Emerson Leão - Goleiro em 50 jogos em 1983, voltou como técnico entre 2006 e 2007 - só 46 partidas.
Adilson Batista - Zagueiro em 2000, em 33 jogos, retornou para ser técnico em 2010 e durou só 17 partidas. É o caso mais recente no clube.
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