Nova era: Cristóvão repete ações de Tite, mas difere em discurso

Em seu primeiro jogo como técnico do Corinthians, Cristóvão Borges mostrou seu estilo muito mais na entrevista coletiva após a partida do que durante os 90 minutos da derrota por 2 a 1 para o Atlético-MG, no Mineirão. O treinador iniciou a era pós-Tite repetindo ações do antecessor, mas com discurso bem diferente.

Tendo apenas dois dias para treinar a equipe e tendo nove desfalques, o novo comandante alvinegro não quis promover mudanças no sistema tático (como já havia adiantado) e na escalação (mantida em sigilo até uma hora antes da partida).

Os jogadores corintianos não devem ter estranhado o jeito do novo "professor". Assim como Tite, Cristóvão gesticulou bastante na beira do gramado, deu instruções frequentes e realizou substituições não muito diferentes das quais o ex-treinador estava acostumado a fazer: colocou Lucca no lugar de Guilherme e Luciano no lugar de Giovanni Augusto.

Quando a bola parou, entretanto, Cristóvão falou coisas que torcedores e jornalistas que cobrem o Corinthians não estavam acostumados a ouvir. Enquanto Tite era comedido em seus pedidos, o novo treinador foi direto: precisa de reforços, declarou que acha o grupo de jogadores pequeno e vê a necessidade de mais atacantes.

Indagado sobre o legado deixado por Tite, Cristóvão reforçou que não deve promover muitas mudanças na equipe tão cedo.

- Foi assim hoje, contra o Atlético, e vai levar por muito tempo, essa é uma herança de muita qualidade. Vou aproveitar tudo o que eu puder. Tite trabalhou aqui durante um grande tempo, é um grande treinador, consolidou muitas coisas. Por isso a equipe ainda vai ter essa constância, e o que eu puder usar eu vou, são coisas de qualidade - comentou.

O técnico terá novamente pouco tempo para fazer testes, observações e mudanças no Timão. A equipe volta a campo já no próximo sábado, contra o Santa Cruz, na Arena.