Alex defende dispensa de Cristiano Felício da Seleção: 'Eu faria o mesmo'
Assim que o argentino Rubén Magnano, técnico da Seleção Brasileira, divulgou os nomes chamados para a Olimpíada do Rio de Janeiro, diversas perguntas foram feitas com o mesmo tema: 'Por que Cristiano Felício não foi convocado?'. A resposta, era a que todos esperavam. O pivô do Chicago Bulls, que se destacou no fim da temporada da NBA, pediu dispensa do grupo. A decisão dividiu opiniões, mas um daqueles que poderia ser seu companheiro no time, Alex, o defendeu veementemente.
No último dia 10, o próprio treinador foi um dos críticos à atitude de Felício, afirmando que o atleta não poderia dizer que tinha um desejo de atuar na Olimpíada e, depois, preferir jogar na Liga de Verão. Na Seleção, porém, as opiniões sobre o pedido de dispensa do pivô e de Bruno Caboclo e Lucas Bebê, do Toronto Raptors, são divergentes.
- Eu faria a mesma coisa. Eles estão buscando ganhar o espaço deles na NBA. Eles têm uma vida inteira de Seleção pela frente. É lógico que é uma oportunidade única jogar uma Olimpíada em casa, mas existem jogadores experientes para ocupar o lugar deles. O time deles pediu para eles ficarem para ganhar mais tempo de quadra, e eu ficaria para buscar meu espaço e me tornar titular - comentou o ala Alex Garcia, antes de completar:
- Se eu tivesse a idade deles, eu trocaria (Olimpíada pela NBA), porque eu sei que na minha posição existem jogadores mais experientes e que vão render mais que eu. Não é porque eu cheguei na NBA que eu já tenho um gabarito para jogar uma Olimpíada. São jogadores jovens que estão amadurecendo agora. Às vezes, eles podem chegar na Olimpíada e se queimar pela inexperiência internacional. Eu ficaria nos Estados Unidos treinando, porque minha oportunidade na Seleção iria chegar.
O próprio ala, que atua no Bauru, teve uma passagem apagada pelo San Antonio Spurs e o New Orleans Hornets. Ao todo, Alex fez apenas dez partidas pela liga, entre 2003 e 2005, aos 23 anos, sem conseguir se firmar no campeonato. Pela mesma situação passou Marquinhos, que hoje joga pelo Flamengo e passou pela NBA entre 2006 e 2008 (New Orleans e Memphis Grizzlies).
- Fiquei triste com o fato do Cristiano. Ele está crescendo muito no basquete e fez um fim de temporada muito bom, mas infelizmente acabou coincidindo com a Summer League e os objetivos individuais dele, aí não pode estar conosco. A decisão é muito particular. O Cris é um cara que terá um futuro brilhante. Será muito importante para o Chicago, então isso pesou - analisou Marquinhos.
A Liga de Verão reúne diversos jovens jogadores que buscam um espaço na NBA. As principais equipes da liga possuem "filiais" que competem em torneios de menor expressão. Assim, as franquias deslocam atletas para ganhar mais tempo de quadra e experiência.
Caboclo e Lucas Bebê, draftados por Toronto e Atlanta Hawks, respectivamente, não são titulares em seus times por conta da falta de experiência. Felício, por sua vez, jogou como titular apenas no fim da última temporada, e busca ganhar espaço no time que pode perder seus "adversários" diretos em um período breve - Pau Gasol e Joakim Noah.
- O Cris terá uma carreira brilhante lá. Eu optei por seguir uma carreira fora da NBA. Ele teve um primeiro ano muito bom, diferente do meu. Ele está em um momento muito bom na temporada. É uma decisão muito difícil. Eu sou amigo do Cris e entendo a situação dele, de não ter um contrato garantido. Ele teve de optar por isso, porque esse é o ganha-pão dele. Ele precisa disso para se firmar na NBA - finalizou Marquinhos.
Mas os três não são os únicos que ainda não se firmaram na liga. Marcelinho Huertas, que jogou a última temporada pelo Los Angeles Lakers, não possui um contrato garantido com a equipe e, apesar da experiência aos 31 anos, participou ativamente apenas do fim da temporada. Mesmo assim, preferiu defender a Seleção na Olimpíada.
- Cada um sabe o que faz. Na minha cabeça, eu não teria feito. Mas não sei quais são os motivos que eles têm. Seria melhor perguntar isso para eles - resumiu Huertas.
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