Coragem e 'lapidação': por que Luan conduziu volta por cima da Seleção
Luan virou titular no momento mais difícil da Seleção Brasileira na Olimpíada. Chamado para ajudar a resolver os problemas de um ataque que não havia feito gol nos dois primeiros jogos, ele demonstrou uma de suas principais características.
- Coragem é uma marca dele - conta o ex-diretor do Grêmio, Rui Costa.
Frio e valente, o camisa 7 não sentiu a pressão e foi decisivo para a equipe canarinho virar o jogo na Rio-2016 e chegar à final deste sábado contra a Alemanha.
Tal personalidade foi moldada às custas de dificuldades na infância. Natural de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, o atacante cresceu em uma comunidade carente sem a presença do pai, que morreu quando ele tinha apenas cinco anos, em acidente de trânsito. Criado pela mãe, a faxineira Márcia Cristina de Jesus, ele aprendeu a encarar os problemas de frente.
- O Luan sempre teve atitudes de homem. Certa vez, a torcida foi protestar no CT, estavam com pipocas, muito nervosos, e ele foi o único a parar o carro e descer para falar com eles - lembra Rui Costa.
Luan também teve papel tático fundamental para o Brasil. Se movimentando muito, ele deu vida ao "caos" que o técnico Rogério Micale pregava e fez o esquema com quatro atacantes funcionar. Isso talvez não seria possível sem um trabalho especial que o camisa 7 fez aos 20 anos.
Antes limitado a atuar só pelo lado do campo, Luan participou do "Projeto Lapidar" do Grêmio, ficando seis meses sem jogar, apenas treinando e aprendendo conceitos táticos e desenvolvendo fundamentos. As habilidades adquiras no futsal na infância foram potencializadas a ponto de hoje o jogador ser cotado como reforço do Barcelona e sonha com voos ainda maiores:
- Todos aqui têm o sonho de ir para a Seleção principal, mas agora estamos pensando em ganhar o ouro. Vencendo, esse desejo de ir para a Seleção principal tem mais chance de acontecer - falou.
Neste sábado, a joia lapidada pode brilhar ainda mais. Desta vez, em dourado.
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