Neres lidera garotos bons de 'briga' e São Paulo bate a Ponte Preta
Quantas vezes, nos últimos anos, os investimentos do São Paulo em Cotia foram elogiados? Certamente muito menos do que a quantidade de vezes em que se apostou com convicção - além da necessidade - nos jovens criados no CFA Laudo Natel. Neste sábado, o Tricolor quebrou a regra, levou ao Morumbi "meio time" formado na base e ainda pôde comemorar suado 2 a 0 sobre a Ponte Preta.
Na formação inicial de Ricardo Gomes, vaiado pela torcida mesmo ao atender pedidos recorrentes das arquibancadas, eram cinco atletas com passagens por Cotia: David Neres e Pedro eram titulares pela primeira vez e João Schmidt seguia à frente da zaga composta por Rodrigo Caio e Lyanco - apesar de ter crescido no Botafogo, ficou seis meses no CFA até ser promovido em 2015.
Uma ousadia do treinador são-paulino diante de um time cascudo como o da Ponte, que até então havia vencido os dois embates com os tricolores no ano, sem nem sequer sofrer gols. Os donos da casa trocaram a posse de bola segura por um jogo de velocidade e movimentação, basicamente a receita para que o placar começasse a ser construído aos 12 minutos do primeiro tempo.
Pedro não desistiu de chute prensado de Kelvin, brigou pelo alto e tocou de cabeça, em profundidade, para Mena invadir a área e cruzar. Fábio Ferreira tocou o braço esquerdo na bola e o árbitro Marcelo de Lima Henrique deu pênalti. Cueva, pela quarta vez em penalidades, chegou a seis gols pelo Tricolor. Um tento que deu segurança a um time inexperiente, mas muito valente.
A Macaca se impôs a partir daí. Assustava com as rápidas descidas de Clayson pela esquerda, que prendiam David Neres e toda expectativa da torcida na marcação. O garoto que estreou na última segunda-feira tocou pouquíssimas vezes na bola no primeiro tempo e só apareceu quando se matou para tentar desarmes ou cometer faltas.
Na volta do intervalo, Ricardo posicionou o time mais à frente e conseguiu conter o meio de campo consistente da Ponte. E quando tudo caminhava para um empate, quando Denis ou Rodrigo Caio não eram precisos na defesa, a sorte aparecia. Como quando a bola bateu na trave direita, voou sobre a linha e morreu nas mãos do goleiro tricolor.
E se o ritmo caiu quando Chavez entrou na vaga do ovacionado Pedro, Ricardo Gomes lembrou que Cotia era a base de tudo e lançou Luiz Araújo no lugar de Kelvin. Mais correria e briga para então sufocar a Macaca e chegar ao segundo gol com muita insistência. David Neres, sozinho no rebote de Thiago Mendes, fez o serviço aos 37 minutos para dar tempo até de Wellington, livre de lesões e punição por doping, fazer a equipe terminar com seis atletas da base em campo.
A torcida se aliviou com os sete pontos de diferença para a zona de rebaixamento e o time relaxou em campo. Os moleques passaram a mostrar também o talento de Cotia e boas tabelas saíam com o ótimo trabalho de Thiago e Cueva pelo meio. O Tricolor, com 42 pontos e sua base decisiva e preparada para o futuro, pode comemorar um feliz 2017. A Ponte, com 45, fica parada na décima colocação, uma à frente dos são-paulinos.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 2 X 0 PONTE PRETA
Local: Morumbi, em São Paulo (SP)
Data/hora: 22/10/16 - 17h
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (PE)
Assistentes: Clovis Amaral da Silva (PE) e Cleberson do Nascimento Leite (PE)
Público/renda: 49.673 presentes / R$ 600.541,00
Cartão amarelo: Roger (Ponte)
Gols: Cueva, 11'/1ºT (1-0); David Neres, 36'/2ºT (2-0)
SÃO PAULO: Denis, Wesley, Lyanco, Rodrigo Caio e Mena; João Schmidt, Thiago Mendes, Cueva, David Neres (Wellington - 45'/2ºT) e Kelvin (Luiz Araújo - 28'/2ºT); Pedro (Chavez - 15'/2ºT). Técnico: Ricardo Gomes.
PONTE PRETA: Aranha, Nino Paraíba, Antonio Carlos, Fábio Ferreira e Reinaldo; João Vitor, Wendel (Thiago Galhardo - 14'/2ºT) e Maycon; Clayson (Felipe Azevedo - 35'/2ºT), Rhayner e Roger (William Pottker - intervalo). Técnico: Eduardo Baptista.
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