Há 30 anos, torcida do Palmeiras gritou "dá-lhe porco" contra o Santos
Há exatos 30 anos, a torcida do Palmeiras comemorava uma vitória por 1 a 0 sobre o Santos, justamente o adversário deste sábado, pelo Campeonato Brasileiro, com gritos de "E dá-lhe Porco, e dá-lhe Porco... olê, olê, olê". Para muitos, o dia 29 de outubro de 1986 é o que marcou a "adoção" do porco como mascote palmeirense. O palco foi o estádio do Pacaembu, e o autor do gol da vitória alviverde foi Mirandinha.
O periquito era o único do clube, mas há 30 anos surgiu o novo xodó da torcida.
Seja nos gritos da arquibancada, no túnel de entrada dos jogadores no Allianz Parque, ou no Air Pork One, o porco verde que sobrevoa a arena no intervalo dos jogos, o palmeirense sabe da relação afetiva com o animal. Mas o mascote, adorado pelo presidente Paulo Nobre, não foi sempre abraçado pela torcida. Criado como xingamento dos rivais, o animal foi adotado pelas arquibancadas só em 1986.
Antes disso, foram 17 anos ouvindo principalmente corintianos gritando "porco" de forma pejorativa. Até um leitão chegou a ser solto em um Dérbi, recorda o ex-meia Jorginho Putinatti, um dos responsáveis pela adoção do porco.
"Soltaram e o leitãozinho ficava correndo nos cantos do Morumbi, demoraram para pegar. Era gozação das outras torcidas", conta.
João Roberto Gobbato, então diretor de marketing do Palmeiras, começou em 1983 a cogitar assumir o porco. Foi detonado pelos conselheiros mais conservadores, mas as torcidas uniformizadas passaram a ver com bons olhos o novo mascote.
A data do primeiro grito de "porco" pelos palmeirenses é desencontrada. Alguns dizem ter sido dia 27 de agosto de 1986, data que completa 30 anos neste sábado, na vitória por 3 a 0 sobre o Corinthians. Outros no 1 a 0 em cima do Santos, em 29 de outubro do mesmo ano, e até no 0 a 0 com o São Paulo, em novembro. Foi neste mês que Putinatti, então camisa 10 do time, posou para a revista Placar na histórica capa com o porco no colo. Dali para frente o Palmeiras, enfim, assumiu o apelido. Desde então, a ofensa virou motivo de orgulho. Dá-lhe porco!
A origem
Os palmeirenses passaram a ser chamados de porcos em 1969. Naquele Paulista, Lidu e Eduardo, dois dos destaques do Corinthians, morreram em um acidente de carro. Quando ocorreu isto, as inscrições já estavam encerradas, mas a diretoria corintiana tentou inscrever dois atletas no lugar.
Para isso, todos os clubes deveriam ser a favor. O único contra foi o Verdão, por meio do voto do diretor de futebol José Gimenez. Um jornalista o chamou de "porco" após isso e os rivais adotaram o apelido. Na época, o Palestra Itália era o 'Pururucão' ou 'Torresmão'.
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