Especial São Januário, 90 anos: Lembranças de quem fez história na Colina
As lembranças deixadas nos 90 anos de São Januário não estão restritas aos torcedores do Vasco. Quem ajudou a escrever a história de grandes vitórias, títulos e a memória de tantos esquadrões ainda traz em seu coração muitas recordações deixadas no gramado.
No dia 21 de abril de 2017, o LANCE! traz depoimentos de jogadores do Cruz-Maltino de várias gerações para relatar as histórias que São Januário contou. Confira!
FELIPE - Vencedor de dois títulos internacionais e três títulos nacionais pelo Vasco
O sentimento que tenho por São Januário é o de que é uma parte da minha casa, da minha vida. Comecei a frequentar aqueles corredores, quadras, arquibancada com 6 anos de idade e ali comecei a construir minha história pessoal. É impossível separar São Januário da minha trajetória. Minha lembrança mais marcante no estádio foi, sem duvida, minha estreia como profissional, numa partida contra o Santos, em 1996. Ali , eu estava realizando um sonho de criança e aquela sensação, realmente, foi única.
CARLOS GERMANO - Titular na meta entre 1992 e 1999 no Vasco
São Januário foi a minha casa durante 7 anos. Morei debaixo das arquibancadas, na Pousada do Almirante, onde cheguei com 14 anos e saí praticamente com 20. São Januário me abrigou. A gente viu o clube crescer, não tinham aquelas quadras, eram campos de terra. Vimos o clube se transformar, e são as melhores lembranças. Desejamos ao Vasco mais 100 anos de vida, mil anos. Um clube maravilhoso e um estádio maravilhoso, com muita história, construído pelos torcedores. Então, parabéns para esse estádio maravilhoso e que faz parte da minha vida.
LUIZÃO - Herói do título da Libertadores de 1998 do Vasco
É um prazer enorme falar dos 90 anos de São Januário, lugar onde que fui muito feliz, com lances inesquecíveis, amigos inesquecíveis, torcida inesquecível. Lá, foi o lugar em que ajudei a conquistar o maior título do Vasco. Lembro muito da nossa chegada após o título da Libertadores, aquela alegria, aquela festa, gritando o tempo todo dentro do campo. Foi uma emoção muito grande ter participado desse clube, ter jogado com essa torcida nesse estádio maravilhoso que faz a história do futebol brasileiro. Parabéns, São Januário, parabéns, Vasco da Gama, parabéns, torcida do Vasco.
MAURO GALVÃO - Referência na defesa do Vasco entre 1997 e 2000
Lembro da primeira vez que cheguei a São Januário para jogar no Vasco, e logo senti uma atmosfera muito legal. É um estádio com clima diferenciado, acolhedor. Parece um estádio europeu, daqueles mais antigos. Desde que eu cheguei ali senti que era o lugar propício para a gente lutar pelas vitórias e pelos títulos. Então, ali, com a união da nossa torcida, conseguimos que o nosso time ganhasse muitos títulos, um ciclo muito importante na história do Vasco.
SORATO - Autor do gol do título brasileiro de 1989
São Januário, para mim, sempre foi como minha casa. Quando fui para o Vasco em 1985, eu morei no alojamento da base em São Januário, embaixo da arquibancada, em cima do vestiário do profissional. É onde o Vasco é mais forte. Essa coisa de ter uma casa, ter tranquilidade para receber grandes jogos, sempre foi um aliado fortíssimo para as campanhas do Vasco. É um estádio do qual eu tenho muito carinho, por tudo que vivi no Vasco desde a base. Quando vou lá, me sinto bem, faz parte da minha vida, da minha carreira, onde tudo começou. Foi ali que recebi todas as condições para me tornar um atleta profissional, e passar pelo Vasco, estar na história.
ÉDER LUIS - Herói da Copa do Brasil de 2011 e campeão carioca de 2016 pelo Vasco
Vejo que, quando o torcedor faz de São Januário um "caldeirão", dá todas as condições de sermos favorecidos. É um clube histórico, um estádio histórico. Falando de uma lembrança marcante, o que eu vivi ali, são poucos jogadores que têm a oportunidade, que foi a nossa conquista da Copa do Brasil, quando voltamos de Curitiba. Ali que eu vi a grandeza do Vasco e aquela recepção no estádio. Eu fico feliz de ser lembrado, eu fiz um pouco também da história de São Januário.
RODRIGO - Campeão carioca de 2015 e 2016 pelo Vasco
São Januário é um dos grandes templos do futebol brasileiro. Muita tradição e história envolvidas desde sua construção, passando pelas conquistas do Vasco, momentos da história política do nosso país, inclusive. Jogando contra ou a favor sempre tive a mesma impressão sobre o estádio: a do "Caldeirão", que intimida os adversários, e faz o Vasco tirar forças de onde não tem em momentos de dificuldade. Hoje é um dos lugares em que passo mais tempo na minha vida, pois além de jogarmos lá, ainda treinamos todos os dias. Então existe uma convivência diária com os funcionários, as crianças das escolinhas... Ali, vivo um ambiente de como se fosse a minha casa, e sou muito honrado de fazer parte da história desse clube e desse estádio.
MAURICINHO - Ponta do Vasco nos anos 80 e 90
Como jogador do Vasco, preferia jogar em São Januário em vez do Maracanã. Ali estava do lado da torcida, ainda mais eu que era ponta, sempre que perguntavam, eu preferia São Januário, principalmente do lado da Força Jovem. Impressionante o incentivo que me davam, então sempre preferi São Januário a qualquer outro lugar. Parabéns, São Januário.
ACÁCIO - Goleiro do Vasco no título brasileiro de 1989 e campeão de três Cariocas
Jamais vou esquecer como era a nossa rotina em São Januário. Entrávamos pela frente com nossos carros, tanto para treinar quanto em dias de jogos. Isto fez a gente criar um laço afetivo e ganhar um respeito muito grande dos torcedores. São Januário sempre foi muito aconchegante, e esse carinho fica guardado para sempre.
ALAN KARDEC - Campeão da Série B pelo Vasco em 2009
Para mim, São Januário é a minha casa. Foi onde cheguei com 10 anos, comecei a morar com 12, vivi dentro do estádio mais ou menos seis ou sete anos seguidos até me tornar profissional, e depois segui o meu rumo morando em outro lugar, mas durante uma década foi a minha casa. São Januário significa praticamente metade da minha vida. Fui abençoado por Deus por ter pessoas que me acompanharam lá, que deram o estudo, o que é o principal para a formação do ser humano. Sou eternamente grato ao Vasco por tudo que eu conquistei.
MÁRCIO - Goleiro do Vasco nos anos 90 e 2000
Cheguei ao Vasco em 1987, e morei por quatro anos maravilhosos na concentração. Ainda tive o privilégio de, no ano seguinte a me profissionalizar, fazer parte do elenco que foi tricampeão carioca de 1992, 1993 e 1994. Mas, sem dúvida, o Campeonato Brasileiro de 1997 e a Libertadores de 1998 são as melhores lembranças que guardo de São Januário. Além de o Vasco ter um timaço bom de conviver, este foi o período em que eu tive mais oportunidades de jogar, e ainda vivi aquela festa de São Januário. O estádio sempre lotado, e a gente
ODVAN - Zagueiro do Vasco em dois títulos internacionais e dois títulos nacionais
São várias lembranças boas. Uma delas foi a minha chegada em São Januário, quando fui muito bem acolhido no meu pontapé inicial na carreira, uma coisa que contribuiu muito para o meu sucesso no Vasco. Depois disto, vieram outros jogos, como a minha estreia, em seguida o meu primeiro gol no clube. Agora, uma lembrança inesquecível foi a final da Libertadores. Aquela festa que a torcida fez para a gente em São Januário, com fogos, foi impressionante.
MARICÁ - Lateral-direito dos anos 1990
É um prazer falar de São Januário. Quando estava na base, sempre tive o sonho de jogar nesse campo, onde a gente via os treinos dos profissionais, e tive o privilégio de jogar desde a base neste estádio. E o prazer que eu tive, primeiro de representar a camisa do Vasco, me marcou muito no Brasileiro de 1997, onde a gente começou a caminhada rumo ao título e o Vasco não tinha ainda a fama de "caldeirão", não tinha o apelido. Todos os adversários sabiam que era difícil jogar ali. Mesmo quando a gente tinha o resultado adverso, a torcida cantava que o Vasco era o time da virada, isso motivava de uma forma que a gente conseguia virar. São Januário está marcado no meu coração para a vida inteira. Nunca mais isso vai ser apagado na minha memória e no meu coração.
HENRIQUE - Herói no Brasileiro de 2004
Vivi oito anos no Vasco, morei debaixo da concentração de São Januário. Sempre foi um clube altamente estruturado, com alimentação de qualidade. Agora, tantos anos depois, vejo que o estádio está bem diferente, com mais conforto para os torcedores, e isto é fundamental para o clube. Meu momento mais marcante em São Januário, sem dúvida, foi o gol da vitória do Vasco sobre o Atlético-PR, por 1 a 0, que livrou a equipe do rebaixamento em 2004. São Januário estava cheio, eu vi quase 30 mil pessoas emocionadas, e na época quando encontravam na rua, me abraçavam por ter feito aquele gol. Até hoje, guardo com muito carinho este momento.
GAÚCHO - Campeão brasileiro de 1974 pelo Vasco
Tenho muitas lembranças boas. Cheguei garoto, conhecia aquele ambiente bom, com a igrejinha, piscina e ginásio. Depois vivi aquele time dos anos 70 na minha adolescência. A lembrança mais curiosa que tenho é do Baile do Almirante. Também lembro com carinho da piscina funcionando, do ginásio, e eu bem moleque com uns 19 anos aproveitando.
ALEX OLIVEIRA - Campeão brasileiro e da Mercosul de 2000
Sou suspeito para falar de São Januário. A minha estreia pelo Vasco foi lá, fazendo gol em cima do Palmeiras no Rio-São Paulo. Lá sempre me trouxe coisa boa, sempre foi um prazer. É a casa do Vasco, onde a torcida se sente mais confortável, e sempre significou muito jogar lá. Espero que o Vasco ainda tenha muitas conquistas lá.
ALEX DIAS - Atacante do Vasco entre 2005 e 2006
Muitas lembranças boas. Além de muitos gols, a torcida criou música para mim. O calor da torcida e a parceria do Romário para gols decisivos foram muito marcantes em São Januário.
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