Inquérito pede exclusão do Inter da Série B por uso de documento falso
O "Caso Victor Ramos" pode render uma dor de cabeça ainda maior para o Internacional. O inquérito feito pelo STJD para apurar o uso de documentos falsificados - e-mails de conversas envolvendo dirigentes da CBF - por parte do clube no processo desportivo que tramitou na corte foi encerrado. E com um pedido de enquadramento em um artigo que pode até gerar a expulsão do Corolado da Série B do Brasileirão.
Segundo a investigação conduzida pelo auditor Mauro Marcelo de Lima e Silva, o Inter não foi o responsável pela adulteração do conteúdo dos e-mails trocados entre funcionários da diretoria de registro e transferências da CBF e o Vitória. No entanto, o clube gaúcho não verificou, pela argumentação, a veracidade das conversas e acabou usando o conteúdo para tentar tirar os pontos do Leão por uma suposta escalação irregular do defensor.
O inquérito STJD se baseia no Artigo 61 do Código Disciplinar da Fifa para enquadrar os gaúchos, conforme antecipara a coluna De Prima. Além de cogitar sancionar o Inter exclusão da competição, o auditor Mauro Marcelo de Lima e Silva sugere as suspensões do ex-presidente colorado, Vitorio Piffero, e outros dirigentes.
Entre outras possibilidades de sanções estão a chance de não contratar jogadores ou receber multa. A Procuradoria analisará o pedido e fará a denúncia nos próximos dias.
"Observa-se que os documentos falsos foram utilizados, se não a título preordenado e intencional, no mínimo, sob suposta ignorância deliberada e clara assunção do risco mais do que previsível. (...) Houve a transgressão do ordenamento jurídico com a juntada da prova obtida ilegalmente", escreveu o auditor na peça do inquérito publicada pelo STJD.
Vale lembrar que foram realizadas perícias para verificar a falsificação e em quais pontos elas ocorreram. Em resumo, a conversa entre as partes existiu, mas houve mudança de frases e inclusão de assinaturas de e-mails. Há diferenças, por exemplo, em erro de concordância verbal.
CONFIRA A NOTA DO STJD
O Auditor Mauro Marcelo de Lima e Silva concluiu na manhã desta quarta, dia 31 de maio, o inquérito sobre a falsificação de e-mails juntados pelo Internacional em dois processos no Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol. De acordo com o relator, o Internacional não foi o responsável pela falsificação, mas fez uso dos documentos adulterados. Em sua conclusão, Mauro Marcelo opina pela denúncia do Internacional, do ex-presidente Vitório Piffero, ex-diretor jurídico Giovani Gazen, dos advogados do clube Felipe Baumann, Daniel Cravo, Rogério Pastl e Diego do Canto e do ex-gerente de Futebol do Vitória, Anderson Barros. Com a conclusão, o relatório será encaminhado para a Procuradoria da Justiça Desportiva para possível denúncia aos jurisdicionados e encaminhado para a CBF e Ministério Público para análise das condutas dos intermediários.
No dia 7 de dezembro de 2016 o Internacional entrou no STJD do Futebol como terceiro interessado no caso Victor Ramos e reiterou a denúncia contra o Vitória por suposta escalação irregular do jogador. O clube gaúcho juntou como provas novas cópias de seis e-mails trocados entre a Diretoria de Registro e Transferência da CBF e o Vitória em conversa privada onde se discutia acerca da transferência do jogador (nacional ou internacional). Ciente da documentação, a CBF oficiou o STJD informando sobre a adulteração dos correios eletrônicos e com pedido de apuração da falsificação. Diante dos fatos foi aberta uma Notícia de Infração que resultou na instauração do presente inquérito 012/2017.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.