Polícia prende quadrilha especializada em falsificar ingresos
Nesta quinta-feira, a delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), realizou uma operação, denominada como "Jogo Sujo", para desarticular uma quadrilha especializada em comprar e revender ingressos esportivos e culturais no Rio de Janeiro. De acordo com o site G1, quatros pessoas já foram presos no esquema e houve também 12 buscas de mandatos e apreensões cumpridos. A operação foi realizada em conjunto com o juizado Especial do Torcedor e de Grandes Eventos.
A quadrilha tinha uma divisão em São Paulo e comprava entrada de eventos, principalmente em jogos de futebol. O grupo agia com dados clonados através de cartões de créditos clonados pela internet. No entanto, os ingressos eram adulterados e revendidos ao público em geral. Segundo a polícia, dezenas de cambistas eram os beneficiados pelo esquema.
O que chamou atenção dos investigadores é de quem um dos chefes da quadrilha é um menor de idade. Ele coordenava o esquema criminoso por meio de uma operação virtual e confessou a sua participação após ser levado para a delegacia. O menor vai responder por crime análogo a estelionato e associação criminosa.
Em pouco mais de seis meses, a DRCI já calculou mais de seis mil tentativas de compras de ingressos pelo grupo. O Flamengo foi um dos prejudicados pelas ações da quadrilha. O Rubro-Negro estima um prejuízo mais de R$ 1 milhão.
A delegada Daniela Terra, titular da DRCI, explicou que os dois líderes da quadrilha, sendo um deles menor de idade e outro criminoso preso no Rio, de 19 anos, como clonavam informações das pessoas e como faziam para obter acesso aos cartões de créditos. Segundo Terra, eles tinham uma comunidade de hackers pela internet.
- Com base nesses dados, eles compravam ingressos de Sócio-Torcedor no plano mais alto (+ Paixão), com direito a quatro ingressos, que vinham através de vouchers, para serem retirados nas lojas do Flamengo - revelou à delegada.
- Eles alteravam esses vouchers, de acordo com os cambistas que faziam a demanda dos ingressos. Os cambistas nem pagavam os ingressos. Eles iam tirar os ingressos com o cartão e o nome deles, porque os cabeças do esquema alteravam tudo, inclusive os vouchers - completou.
O Flamengo se manifestou por meio de uma nota oficial sobre a falsificação de ingressos e agradeceu a operação realizada pela polícia. O clube declarou estar satisfeito com o trabalho pela DRCI e disse que está àa disposição das autoridades para colaborar com as investigações.
"O Clube de Regatas do Flamengo vem a público agradecer o empenho e a competência da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, através de sua Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), e do Juizado Especial do Torcedor e Grandes Eventos, que acabam de desarticular uma das maiores quadrilhas de falsificação de ingressos para jogos de futebol e shows no Brasil.
Em março deste ano, após sucessivos prejuízos e com o entendimento de que somente trabalhando em conjunto com as autoridades policiais poderia coibir esta prática tão nociva e nefasta, o Flamengo apresentou denúncia à DRCI e vinha, desde então, apoiando a Delegacia e o Juizado em ações controladas de inteligência e monitoramento às atividades dos falsários em partidas na Ilha do Urubu e no Maracanã.
Para evitar que a indústria da falsificação prospere e se prolifere há um personagem com papel fundamental: o torcedor. Ao comprar ingressos de cambistas, o torcedor causa prejuízos ao clube e alimenta uma cadeia de clonagem de cartões que prejudica muitos inocentes.
Cumprindo seu papel, o Flamengo seguirá reforçando os controles e práticas de segurança na venda de seus ingressos. E irá trabalhar ao lado das autoridades para que fatos como esse sejam apurados completamente e seus culpados punidos", comunicou o clube.
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