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Gerard Piqué traz mais um episódio de controvérsia por opinião política

03/10/2017 14h30

O zagueiro Gerard Piqué voltou a ficar em evidência ao manifestar sua posição política. Seu apoio veemente ao referendo pela independência da Catalunha rendeu novas vaias e manifestações da torcida durante treino da seleção da Espanha.

As opiniões que defendem catalães e espanhóis tiveram início ainda devido à rivalidade entre Barcelona e Real Madrid. Frequentemente, o zagueiro provocava o maior rival do Barça.

Durante o Mundial de 2010, Piqué teve um mal-estar com seu colega de seleção, Sérgio Ramos. Após um jornalista perguntar em castelhano e pedir que Piqué respondesse em catalão, Ramos interrompeu:

- Responda em andaluz, para ver se eu entendo.

No decorrer dos anos, Piqué continuou a levantar a bandeira por um plebiscito sobre a independência da Catalunha. Em 2014, chegou a levar o filho a uma das manifestações favoráveis ao plebiscito, sempre ressaltando que era favorável à democracia, mas "se sentia espanhol".

Seu posicionamento político trouxe mais controvérsias quando serviu à seleção da Espanha. Além das vaias nas arquibancadas, jornalistas questionaram sobre uma suposta "contradição" de vestir a camisa da Fúria. E o defensor foi claro:

- É algo que enfrento há muitos anos. Acabo de ganhar três títulos e estou muito feliz, não me afeta em nada. Virei sempre que for chamado à seleção porque me sinto em casa.

A imprensa espanhola divulgou, em 2015, que às vésperas da decisão da Copa do Rei, Piqué disse que ganharia a "Copa do Reizinho de vocês". O defensor negou que tenha falado desta maneira sobre a competição.

Mesmo sob pressão das vaias com o passar dos anos, Piqué à época não cogitara abandonar a seleção.

No entanto, os desdobramentos em torno do referendo no último domingo causaram maior impacto. Em entrevista após o vitória do Barcelona sobre o Las Palmas, por 3 a 0, Piqué deixou um recado aos demais espanhóis:

- A mensagem que envio (para a Espanha) é que, quando se vota, se pode escolher sim ou não... mas se vota. Neste país, houve muitos anos, no franquismo, em que não se podia votar. Sou e me sinto catalão, e hoje mais do que nunca me sinto orgulhoso das pessoas da Catalunha pela forma maravilhosa como têm se comportado - disse Piqué, em meio às lágrimas.

O defensor ainda lamentou a truculência dos policiais para tentar impedir a votação dos catalães. Foram mais de 700 feridos. E, pela primeira vez, Piqué acenou com a chance de deixar de servir à seleção da Espanha:

- Se o treinador e a Federação Espanhola acharem que sou um problema, não tenho nenhum problema em dar um passo ao lado e deixar a seleção antes de 2018.