Neymar, Coutinho, Romário, Rivaldo e as coincidências para o hexa
Para os supersticiosos de plantão, a Copa do Mundo na Rússia preparou uma das boas para a Seleção Brasileira. Ela envolve Philippe Coutinho e Neymar, os dois principais craques brasileiros no Mundial, além de Raí, Romário, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho. Todos eles foram agraciados em vestir as camisas 10 e/ou 11 do Brasil em Copas, mas as coincidências vão além e podem animar os mais otimistas para a conquista do hexa.
Tanto em 1994 quanto em 2002, anos dos dois últimos títulos mundiais brasileiros, o camisa 10 e o 11 atuavam por Barcelona (ESP) e PSG (FRA), não necessariamente na mesma ordem. Agora, você lembra por qual clubes atuam Neymar, o atual camisa 10, e Coutinho, o 11, né? Pois é!
Em 94, Raí foi o camisa 10 da Seleção, enquanto atuava pelo PSG, e Romário foi a 11, atuando pelo Barcelona. Já em 2002, a ordem dos clubes e números se inverteu: Rivaldo, do Barça, vestiu a 10, e Ronaldinho Gaúcho, do PSG, usou a 11.
Tanto Neymar quanto Coutinho chegaram a seus clubes nesta temporada, são protagonistas e na Copa repetem a parceria que vem desde as primeiras categorias de base da Seleção. Eles são entrosados, estão quase sempre juntos nos treinos, e dividem a responsabilidade pelos três gols do Brasil na Copa até o momento: Coutinho, do Barcelona, marcou contra Suíça e Costa Rica, Neymar, do PSG, deixou sua marca contra Costa Rica.
A ligação de Barcelona e PSG com os jogadores brasileiros é extremamente estreita e vem de anos. No Barça, depois de Romário veio Ronaldo Fenômeno, Rivaldo, o próprio Ronaldinho Gaúcho, passou por Neymar e agora chegou a Coutinho, contratado do Liverpool justamente para suprir a saída do amigo, vendido ao PSG no ano passado por 222 milhões de euros (cerca de de R$ 882 milhões) - a maior transação da história do futebol. No grupo atual, há também Paulinho que atua pelos catalães.
Já no clube francês, são inúmeros jogadores que tiveram trajetória marcante. O ex-zagueiro Ricardo Gomes, o ex-meia Valdo, Raí, abrindo caminho para Leonardo, Aloísio Chulapa, Nene, Ronaldinho, Lucas Mouras, entre outros. Atualmente, Marquinhos, Thiago Silva e Neymar são representantes do PSG na Seleção Brasileira na Copa. Sem contar Daniel Alves, que foi cortado por lesão.
Vale lembrar que as camisas dos jogadores passaram a ter número nas costas em Copas a partir da edição de 1950, no Brasil. Na primeira Copa, a 10 foi usada pelo meia Danilo, então do Vasco, e a 11 por Noronha, do São Paulo. Já no primeiro título, em 1958, elas não poderiam estar melhor representadas: a 10 ficou com Pelé e a 11, com Garrincha. A dupla nunca foi derrotada atuando junta pela Seleção. Em 62, Pelé foi novamente o 10, mas se machucou, enquanto a 11 ficou com Pepe. Já no tri em 70, último título antes da sina Barça-PSG, a 10 ficou com Pelé e a 11, com Rivellino. Curiosamente, o ataque foi formado por quatro jogadores que vestiam a 10 em seus clubes: Pelé (Santos) Tostão (Cruzeiro), Jairzinho (Botafogo) e Rivellino (Corinthians). Prevaleceu o Rei.
Depois do título de 2002, ano do penta, as camisas 10 e 11 sofreram rodízio de clubes em Copas. Em 2006, a 10 era de Ronaldinho Gaúcho, então no Barcelona, mas a 11 era de Zé Roberto, do Bayern de Munique (ALE). Em 2010, Kaká vestiu a 10 enquanto atuava pelo Real Madrid (ESP) e Robinho, a 11, pelo Santos. Já em 2014, Neymar foi a 10 atuando pelo Barcelona, mas Oscar, com a 11, era do Chelsea (ING). Curioso notar que de 1998, com Rivaldo, até 2014, com Neymar, a camisa 10 foi trajada por um jogador que atuava no futebol espanhol, seja Barça (4) ou Real Madrid (1).
Pode ser só coincidência ou coisa de supersticioso, mas em campo Coutinho e Neymar já deram mostras de que podem decidir a Copa para o Brasil. O camisa 11 está com tudo, e o 10 ainda não mostrou tudo o que pode. Mas é preciso passar pela Sérvia antes, em duelo marcado para esta quarta-feira às 15h (de Brasília) no estádio do Spartak em Moscou.
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