Topo

De citado por Tite a vaias das torcida: a instabilidade vivida por Marcinho

09/02/2019 07h00

Um dos maiores ativos atuais do Botafogo, Marcinho não tem tido vida fácil em relação às arquibancadas. Vaiado constantemente em 2019, o jovem lateral não atravessa um bom momento técnico, mas tem o apoio da comissão técnica.

Aos 22 anos, Marcinho recebeu sondagens nesta janela de transferências, após ter atuado em 48 dos 62 jogos do clube em 2018. O Botafogo, porém, faz jogo duro quanto ao defensor, cuja multa rescisória está na casa dos R$ 50 milhões.

Afinal, as cobranças são justas? Abaixo, o LANCE! resume a curta trajetória do promissor atleta pelo clube, marcada por instabilidade e atritos com a torcida.

INÍCIO TRAVADO POR LESÃO

Os primeiros passos de Marcinho pela equipe profissional do Botafogo foram traumáticos. Em 2017, o lateral-direito estava em quinta partida como titular quando, em abril, rompeu o ligamento cruzado do joelho direito. Campeão brasileiro sub-20, o jovem retornou apenas em 2018, quando passou a receber oportunidades com a chegada do técnico Alberto Valentim, na Taça Rio.

TITULARIDADE INCONTESTÁVEL

Marcinho chegou a ser considerado um "pupilo" de Valentim, que foi lateral-direito nos tempos de atleta. Passou a ser peça importante na equipe que vinha em evolução e, em abril, seria campeã carioca - justamente um ano após a grave lesão do defensor. Pouco depois, renovou o vínculo até o fim de 2020.

Mesmo com a saída de Valentim, já no Campeonato Brasileiro e na Copa Sul-Americana, Marcinho ficou à frente de Luís Ricardo na concorrência e engatou uma sequência positiva no setor, distribuindo assistências. Chegou a marcar o gol de uma vitória, contra a Chapecoense, ainda treinado por Marcos Paquetá.

CITAÇÃO DE TITE

Em agosto, pouco depois da chegada de Zé Ricardo ao Botafogo, Marcinho foi citado por Tite em uma entrevista coletiva. O treinador da Seleção Brasileira havia informado que o lateral de 22 anos estava em seu radar, o que, segundo o próprio jogador, o pegou de surpresa.

Na ocasião, Marcinho era titular e tinha a confiança da torcida, que já ensaiava críticas pesadas por conta de sua fragilidade defensiva - um ponto reconhecido por Marcinho. A relação de amor e ódio passara a ser constante.

CRÍTICAS DA TORCIDA

Marcinho atravessou uma fase ruim, inclusive técnica, assim como toda a equipe do Botafogo. Chegou a deixar o clássico contra o Fluminense, em setembro passado, no início do segundo tempo.

Sobretudo pelo momento turbulento vivido pelo Botafogo, que ficou ameaçado de rebaixamento na reta final do Brasileirão e foi eliminado na Sul-Americana em pleno Nilton Santos (para o Bahia), a torcida passou a pegar no pé de Marcinho com uma certa frequência.

PRESSÃO AUMENTOU

O Botafogo conseguiu uma arrancada, se livrou do rebaixamento e, ao virar o ano, ficou apenas com Marcinho para a lateral direita - Arnaldo retornou de empréstimo, mas voltou a ser cedido, agora para a Ponte Preta, enquanto Luís Ricardo, já sem vínculo com o Glorioso, rumou para o mesmo clube de Arnaldo.

Único no setor, Marcinho iniciou os primeiros jogos do ano sem concorrência e, embora tenha apresentado uma evolução no aspecto defensivo, não está em boa fase técnica. Com a paciência encurtada por conta da eliminação na Taça Guanabara, a torcida tem o vaiado com muita frequência em 2019.

APOIO DE ZÉ RICARDO

As vaias a Marcinho foram tema na última entrevista coletiva de Zé Ricardo, concedida após a vitória sobre o Defensa y Justicia, por 1 a 0, na partida de ida da fase inicial da Copa Sul-Americana.

O treinador alvinegro ratificou a confiança que tem em Marcinho, poupado apenas de um jogo neste ano, quando Rickson foi improvisado no setor.

- Entendemos a torcida, o contexto pelo início da temporada. Mas não é justo cobrar apenas um jogador, ainda mais alguém que demonstra comprometimento grande e já mostrou seu valor em outras oportunidades. Damos confiança e esperamos que ele dê a volta por cima. Ninguém esquece como jogar futebol - disse o treinador.

A próxima oportunidade para Marcinho voltar a estar por cima e amenizar as cobranças da torcida será nesta quarta, contra o Campinense, na Paraíba, pela Copa do Brasil. Potencial, até para ser protagonista, o camisa 4 tem de folga.