Conversa, troca de função e gol: relação entre Pato e Cuca começa bem no SP
Alexandre Pato e Cuca têm se entendido muito bem em seus primeiros dias de convivência no São Paulo. O técnico tem se preocupado em conversar com o atacante sobre seu posicionamento, e a receptividade tem sido boa.
Pato gosta de jogar aberto pelo lado esquerdo, onde se deu muito bem sob o comando de Juan Carlos Osório em sua primeira passagem pelo Tricolor, mas Cuca ainda não o utilizou nessa função. Na vitória por 2 a 0 sobre o Botafogo, no sábado, o escalou como homem de referência. No triunfo por 2 a 1 sobre o Goiás, ontem, o recuou para jogar como um armador e o viu marcar um gol e ser o melhor em campo.
"O Pato ficou quatro, cinco meses sem jogar. Hoje, não consigo vê-lo jogando pelo lado do campo, até ele ter uma condição física ideal. A intensidade é muito grande. Você não precisa ser um marcador, mas você tem que passar a linha da bola algumas vezes pelo menos. Eu já conversei com ele sobre isso. O melhor caminho para ele é trabalhar a bola por dentro, sendo segundo atacante, como ele foi no jogo de hoje (quarta). Muitas das vezes o primeiro (atacante), como no lance do gol", analisou Cuca.
Quando Pato rescindiu com o Tianjin Tianhai (CHN) e ficou com o caminho livre para jogar no Brasil, o técnico não era um grande entusiasta da contratação. Achava que o São Paulo tinha necessidades mais urgentes e temia que um alto investimento para trazê-lo impedisse a chegada de reforços que ele priorizava, como Tchê Tchê. Durante as conversas, porém, Cuca foi se convencendo de que o atacante poderia ser uma referência no elenco tricolor. Quando falou com ele por telefone, a impressão se confirmou. No fim da negociação, disse à diretoria que o clube não podia perder o jogador, ainda mais se fosse para um rival, o Palmeiras. Nessa fase inicial de trabalho, os dois estão bem entrosados.
"Ele (Cuca) me chamou na sala dele, tivemos uma conversa. Ele perguntou para mim se eu poderia jogar no meio. Eu disse que sim, que já fiz isso na Espanha, na China e até no Milan. Aqui é coletivo. Se ele pedir para eu jogar de atacante, de segundo ou aberto, é opção do treinador e eu tenho que respeitar. A conversa vai ajudar bastante. O grupo é maior que qualquer um", disse Pato, na saída do Serra Dourada, mais uma vez colocando o coletivo acima dos interesses individuais.
"Fico muito feliz de encontrar um treinador assim, que conversa muito. Isso ajuda bastante o jogador. O entrosamento vem aos pouquinhos, a torcida tem que ter um pouco de calma. São muitos jogadores novos, é o meu segundo jogo. Tenho certeza que vão ter coisas boas até o final do ano", completou.
Ainda sofrendo com falta de ritmo, Pato foi substituído nas duas partidas. Ele deve ser titular novamente contra o Flamengo, às 16h de domingo, no Morumbi, pela terceira rodada do Brasileirão.
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