Mais do mesmo? Números mostram: Palmeiras dá mais passes com Mano
As vitórias vieram, e a promessa de um time que toca mais a bola se cumpriu. Os números do Footstats mostram que as duas partidas sob o comando de Mano Menezes foram as que o Palmeiras mais trocou passes certos no Campeonato Brasileiro, superiores ao que ocorreu mesmo no jogo com mais bola de pé em pé com Luiz Felipe Scolari no banco.
O Verdão teve 456 passes certos no 2 a 1 sobre o Goiás, no sábado passado, em Goiânia, e 346 no 3 a 0 diante do Fluminense, na última terça-feira, no Allianz Parque. Ambos maiores do que o recorde da equipe com o técnico anterior: 344 passes certos na vitória por 2 a 0 ante o Avaí, no estádio do Verdão, no que foi o último triunfo de Felipão no principal torneio nacional.
- Embora o pessoal, de um modo geral, me achava mais do mesmo, uma análise um pouco mais profunda de futebol é capaz de estabelecer uma diferença na maneira de as minhas equipes jogarem em relação ao que estava sendo executado. Todas são boas, quando se faz bem, e respeito todas. Mas meu time joga com um pouco mais de aproximação e posse de bola. Gosto que a equipe faça isso, e trabalhamos para isso - disse Mano.
- Escolhemos fazer uma transição controlada para fazer essa mudança. É perigoso fazer de forma abrupta. Às vezes, não dá certo, não se faz uma coisa nem outra, e o time fica pelo meio do caminho. É o caminho que queremos evoluir, e temos condições pela qualidade do time, para que as vitórias se repitam, as atuações melhores e tenhamos mais consistência e segurança para seguirmos nesse caminho.
A estreia em Goiás também fez Mano igualar o menor número de lançamentos que teve com Felipão: 27, assim como no 2 a 0 sobre o Atlético-MG, no Mineirão. O confronto em Goiânia ainda foi o que o Palmeiras mais teve posse de bola na competição: 59,3%, superior ao recorde de 55,5% sob o comando de Scolari, no empate por 1 a 1 diante do Vasco, no Allianz Parque.
Contra o Fluminense, porém, esses números não foram tão bons. Os comandados de Mano tiveram 42,8% de posse (a sexta pior do clube na competição) e 34 lançamentos (a oitava vez que o time menos optou pela alternativa no torneio). A insistência em ligações diretas, especificamente, incomodou o novo treinador no Allianz Parque.
- Em determinados momentos do jogo, alongamos muito e perdemos o controle, porque o jogo fica "lá e cá", o que eu não gosto. Quando se tem a vantagem no placar, isso é mais desnecessário e menos inteligente ainda, porque dá a oportunidade que o adversário quer e não pode ter - comentou, citando as participações de Diogo Barbosa e Marcos Rocha em dois dos três gols de Luiz Adriano sobre o Fluminense como prova do sucesso de sua estratégia de atuar mais pelo chão.
- Fizemos uma saída de bola mais no chão, com controle de ações, propondo o jogo. Isso dá mais tranquilidade para a passagem dos laterais, porque a bola chega mais lenta à frente, passando pelos setores. Se a bola chega muito rápido lá na frente, não dá tempo nem segurança para os laterais passarem, e eles não passam. Contra o Fluminense, fizemos dois gols com boas passagens - declarou, otimista para uma evolução.
- O time precisa construir uma capacidade de trabalhar a bola, levar o adversário e a marcação para o lado que queremos e usar o lado contrário com qualidade, abrir linhas para construir com qualidade. É assim que sempre trabalhei e é o caminho que vamos fazer. Temos de evoluir nessa linha. Quando estivermos muito confiantes assim, a tendência é de entregar um jogo gostoso de se ver, com a qualidade que se tem, que é grande.
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