Presidente da Conmebol exalta final única da Libertadores: "Espetacular"
A reorganização e a abertura da Conmebol como entidade, a busca pelo desenvolvimento do futebol e o fortalecimento dos clubes sul-americanos, a luta por um tratamento igualitário por parte da Fifa em relação à Europa, o aperfeiçoamento do uso do VAR... Em entrevista ao LANCE!, o presidente Alejandro Domínguez abordou todos estes temas, fez um balanço dos avanços da instituição e do esporte na América do Sul desde 2016, quando assumiu o cargo, e avaliou os inúmeros desafios que ainda tem pela frente.
O objetivo do trabalho, como o próprio Aleandro Domínguez destaca, é resolver o problema esportivo do continente, para que os clubes e seleções voltem a ser protagonistas, fazendo frente aos europeus. Para isso, a Conmebol luta para deixar o passado marcado por escândalos de corrupção para trás e, assim, conquistar espaço como uma organização de prestigio no cenário internacional.
"Como Conmebol, temos que assumir um desafio, que é conquistar nossa autoridade moral. A Conmebol sempre foi reconhecida pela qualidade do futebol, mas perdemos prestígio como organização. Quando não se tem prestígio, não há como pedir um tratamento igualitário. Temos que reconhecer que uma história da qual não podemos esquecer. Isso nos limita em algum aspecto, mesmo que nada temos a ver com as gestões passadas, pois não há como saber se realmente somos a confederação que dizemos ser. Temos que ser honestos e trabalhar muito", disse o presidente, em Lima, sede da decisão única da Libertadores.
O fortalecimento do futebol sul-americano, na visão de Alejandro Domínguez, passa por uma reformulação do calendário, o qual já teve mudanças significativas na gestão do atual presidente. A Libertadores e a Sul-Americana, por exemplo, foram "espalhadas" por todo o ano, visando dar mais margem para os times na agenda e para evitar o conflito entre as Copas e os torneios nacionais. Com o desafio de conciliar as diferentes agendas de todos países da América do Sul, sem dar vantagem a uma determinada federação sobre outra.
"É um problema complexo. São dez países, cada um com um sistema de disputa em seu campeonato, com início e final em datas distintas. Temos um país com o calendário como o europeu. Nós ordenamos nossos calendários para que não encontrem limitações que chocam com os interesses das competições nacionais. Estamos cientes da situação no Brasil, trabalhamos com a CBF e por isso também modificamos o calendário da Sul-Americana do próximo ano. Isso também afeta os compradores dos direitos de transmissão, que também tem seus interesses nas grades", explicou Domínguez, antes de citar uma proposta:
"Queremos comercializar nossos campeonatos de uma maneira forte, que não fique tão vulnerável às mudanças regionais. Vai levar um tempo pois tudo estava coordenado com a desordem. À medida em que nos organizamos, todos temos que aprender com os outros. É a primeira vez que a Conmebol trabalha em conjunto com os países. Minha proposta ao Conselho será de um calendário de ao menos três anos, para que todos países possam trabalhar em função deste calendário. Se não, é como se todo ano tivéssemos que fazer tudo de novo. No Brasil temos um problema no calendário que, às vezes, não encontramos em outros países. Por exemplo, feriados que são muito importantes culturalmente em certos países. Há muitas coisas a serem conhecidas e coordenadas" afirmou.
"PATAMAR FICOU MUITO ALTO"
Todas as atenções da Conmebol estiveram voltadas para Lima, no Peru, no último sábado. Com a mudança de sede há duas semanas da final entre Flamengo e River Plate (ARG), por conta dos protestos em Santiago, no Chile, a entidade fez uma grande operação para a capital peruana receber o evento, contando com o apoio do governo local, e o resultado foi muito satisfatório.
Para o presidente da Conmebol, a experiência da decisão em jogo único foi "espetacular", deixando um desafio para as próximas edições das Copas.
"A partida final da Libertadores foi espetacular. Teve tudo o que uma final pode pedir. O dia esteve lindo, estádio cheio, público com um bom comportamento, lindo show de abertura com grandes artistas, os Storm Troopers que fizeram a segurança da Copa e, por fim, a partida foi muito boa", disse.
"O Peru esteve à altura e o trabalho de toda gente da Conmebol em 12 dias mostra a alta capacidade profissional e pessoal de cada um. Muito contente e satisfeito. As finais únicas (da Libertadores e Sul-Americana) mostraram ser um grande êxito. O patamar ficou muito alto", finalizou Aleandro Domínguez.
Confira abaixo as outras respostas de Alejandro Domínguez
Qual foi a motivação da Conmebol para tornar a final da Copa Libertadores decidida em partida? Foi simplesmente para copiar o que acontece na Champions, ou uma questão econômica?
Há uma realidade que é o mérito esportivo. Na América do Sul, comparando-se com a Europa a nível de seleções e clubes, hoje temos menos títulos mundiais do que a Europa. E se olharmos 20 anos atrás, como estava a América do Sul nesta mesma comparação com a Europa? A América do Sul estava acima da Europa em méritos esportivos. Havia e é há algo que está ocorrendo que nós não nos adequamos. Não queremos parecer a Champions, queremos resolver o problema esportivo da América do Sul.
A partir disso, vimos e estudamos o que estava acontecendo. Os clubes tradicionais não podiam ter mais consistência em suas participações nos campeonatos internacionais. Nos demos que tínhamos dois campeonatos: a Libertadores, no primeiro semestre, e a Sul-Americana, no segundo semestre. Assim, a equipe que participava da Libertadores tinha que apertar muito sua agenda de jogos e, nesse nível de estresse e cansaço, aquela equipe que não saia campeão da América estava com uma má performance em seu torneio nacional, geralmente. Nossa primeira solução foi organizar isso. No passado, não havia previsibilidade, não havia calendário, não se sabia quando nem como iria se jogar contra a outra equipe. Então, pusemos as competiçoes durante o ano, aliviando a agenda, dará mais tempo aos clubes para participar de seus campeonatos nacionais com menos estresse e com mais tranquilidade nos campeonatos internacionais.
A partir disso, encontramos outros temas que temos que resolver e um deles era a respeito do sistema de partida de ida e volta. Encontramos que, em 70% das vezes, a equipe que decidia o confronto em casa terminava sendo campeão. Isso nos pareceu que não havia justiça esportiva. Ainda também se precisava pensar em outra coisa: a organização do espetáculo. Havia outros tipos de problemas neste ponto em que a organização era vulnerável. Me refiro muito à violência. Dando esta oportunidade de resolver o problema da justiça esportiva, acreditamos que em uma partida única, onde não pode-se reclamar de uma vantagem de uma equipe sob a outra, em apenas 90 minutos, 120 minutos e pênaltis, se define sem outra oportunidade. Os times têm que pôr tudo em campo. E mais, podemos nos organizar. Que seja um espetáculo onde a gente possa conviver em paz, desfrutar do futebol e que se recupere os valores que foram perdidos no passado, onde se tomou que a violência era parte cultural do futebol, que era parte do jogo. Quando vamos compreendendo as soluções, resolvendo os problemas, o que eu poderia dizer é que, em todo caso, a Uefa fez essa mesma análise há 20 anos e colheu os frutos. Não quero copiar, mas quando alguém resolve um problema hà de se dar o mérito.
Então, o ponto chave foi a questão do mérito esportivo. O calendário poderia ser alterado sem uma final única, certo?
Sim, mas aí está o dado estatìstico, que demonstrou que havia uma vantagem, de alguma maneira, ao time que decidia o confronto em casa. Então, a justiça esportiva é o que nos interessa.
A Champions deve ser um exemplo não somente pela final única, mas pela qualidade dos campos, recepção às torcidas e imprensa, a estrutura em geral. O que está sendo feito para a Conmebol avançar também nestes pontos?
Nós estamos trabalhando muito na profissionalização da organização. Detalhes como o campo de jogo, por exemplo. Hoje, a Conmebol conta com sua própria equipe de engenheiros agrônomos que fazem avaliações dos campos de todas as competições da Conmebol. E levamos muita assistência aos clubes. Ao mesmo tempo damos mais recursos e também as licenças dos clubes para elevar a exigência, aumentando o patamar ano a ano. O que exigíamos para este ano, e também para o próximo, era o mínimo: condições do vestiário e do campo de jogo. Uma vez conseguido isto, vamos exigir aos clubes que sigam investindo nestas condições que são tão básicas.
Com respeito à recepção, nós estamos acompanhando muito de perto e por isso até agradecemos à Uefa. Nos da uma abertura muito grande, estamos capacitando nossos profissionais, com intercâmbio, com nosso pessoal trabalhando com eles, como nesta edição da Champions. Estamos aprendendo e internalizando os processos, ao mesmo tempo que temos nossos próprios profissionais. Estamos completamente abertos à imprensa e fazendo todo o possìvel para que o público tenha uma experiência muito boa sábado, no estádio.
Desses fatores, qual vê como mais difícil de alcançar um padrão Uefa?
Estamos levantando muito o nível. Vimos isso no espetáculo que foi a primeira final única da Sul-Americana, em Assunção. O resultado foi muito positivo. Tivemos um recorde neste jogo de transmissão para 122 países. O jogo de sábado vai ter transmissão para 186 países, e fechamos um acordo com a Sport24, a empresa encarregada de transmitir o sinal direto para cruzeiros e aviões. Então, todos que estiverem em cruzeiros e aviões terão a oportunidade de assistir à final da Libertadores. Dito isso, a qualidade das transmissões é um ponto. São 32 câmeras nesta partida (Flamengo e River Plate), toda tecnologia padrão Fifa e Uefa estão à disposição para este jogo.
Mas, saindo um pouco da final única, como levar toda essa estrutura para toda as fases da Libertadores?
Estamos levando condições mínimas para os clubes para que tenham seus estádios habilitados. Primeiro passo foi o campo de jogo. Todo ano se faz um treinamento para que todos os encarregados pelos campos de jogos de todos os clubes da América do Sul. Também é preciso entender que, no passado, a Conmebol não exigia nada, tampouco dava nada. Hoje damos mais, e exigimos mais. O que não podemos é esperar que tudo se transforme de um ano para o outro. É um processo.
As distâncias e as estruturas de transporte na América do Sul não são como na Europa. Há também a questão de escassez de estádios para receber a final da Libertadores. Como vê essa questão fora de sua gestão, por exemplo? É viável?
Creio que sim. Com as limitações que existem, somos um continente grande, de poucos países, mas com muitas cidades. Acredito que, provavelmente, não iremos repetir sedes, mas é preciso ter em conta que na própria Europa, há um nível de expectativa quando se joga em determinado país e, por exemplo, se joga em Madri, uma cidade que respira futebol. Há cidades com expectativas menores. Acredito que demos um bom passo. A medida que formos avançando, vamos encontrando soluções.
Na sua gestão, há algum ponto que gostaria de destacar na evolução do futebol sul-americano?
Há um dado muito importante hoje, que é a quantidade de competições que organizamos na América do Sul hoje. São competições que emblocam o compromisso com a juventude, promovendo o futebol, seu desenvolvimento e seus bons valores. Tudo isto se encaixa com o compromisso de desenvolver o futebol em toda América do Sul, e, sobretudo, tendo hoje uma instituição 100% transparente. Todos os números estão à disposição e todo o recurso da Conmebol é devolvido ao futebol. 100% dos recursos voltam ao futebol, direta ou indiretamente. Isso é um motivo de orgulho. Ter, hoje, a confederação mais transparente do mundo. Prestamos conta de tudo, temos uma auditoria interna, temos uma auditoria externa, temos um organismo com um novo estatuto novo, comissões completamente autônomas e independentes, de pessoas não vinculadas ao futebol, que são muito importantes para mudar essa cultura. A Conmebol passou a ser uma organização do século 21 e quer promover os bons valores do futebol.
Assim como Infantino na Fifa, você também se considera em reformista, que deseja ver o passado da Conmebol, com escândalos, para trás?
Sou um futebolista. Amo o futebol e sempre estive vinculado ao futebol. São 23 anos de vivência ininterruptas. Acredito que temos, na América do Sul, uma grande oportunidade de transformar sua organização e mostrar ao mundo que não podemos apenas gerar os melhores jogadores e jogadoras do mundo, mas também que podemos ter uma organização ao nível dos nossos jogadores. Isso é o que me inspira. Conhecer o futebol, ver como nosso povo ama, se apaixona pelo futebol, e não tem barreiras. Sabendo que algumas circunstâncias são desfavoráveis, as pessoas vieram de Rio à Lima, de Buenos Aires à Lima... Enquanto houver esse amor, esse compromisso, vai inspirar esta transformação. Tenho como objetivo que o futebol seja um exemplo, uma inspiração, para todos.
Como avalia o primeiro das transmissões via internet, pelo DAZN e Facebook? Quais os erros, acertos e ajustes a serem feitos?
Há muito o que se aprender. Somos uma organização completamente nova. Faz três anos que assumi e, a partir daí, fui armando a equipe de trabalho que, hoje, está alcançando grande êxito. O ancho de banda foi uma limitação para todas as regiões. Há uma alta expectativa, é uma maneira que vemos de transmitir o sinal para que chegue a mais gente, mas encontramos limitações em alguns países onde há menor quantidade de banda larga, que gera uma frustração no consumidor final. Então, as expectativas são muito grandes pois há o interesse no produto, e vamos conhecendo a realidade com isso.
E quanto ao sinal único distribuído pela Conmebol a partir do ano que vem, o que você tem a comentar?
Acho que é o correto pois temos que ter o controle do produto que transmitimos. Teremos uma alta exigência em gerar um sinal, em todos sentidos, excelente e que sempre busque mais. É um controle de qualidade.
A transmissão da Copa Sul-Americana pela internet no Brasil, por exemplo, limitou demais a audiência. Que ajuste deve ser feito neste sentido?
Estamos trabalhando muito próximos de nossos clientes para solucionar este tipo de problema. Somos os maiores interessados em encontrar alternativas para que o cliente tenha sucesso com seu acordo comercial com a Conmebol e o consumidor final tenha uma experiência positiva. Temos que encontrar alternativas que sirvam às três partes. Acredito que isso se resolverá bem.
A Conmebol preferiria uma transmissão mais restrita e mais valiosa ou uma transmissão mais ampla com um faturamento menor?
Essa é uma boa pergunta, porque, na verdade, o que a Conmebol quer é gerar mais recursos para os clubes. Temos que encontrar a fórmula que ajude os clubes a terem mais recursos, não é que a Conmebol deseja gerar dinheiro. Nós temos um compromisso com os clubes de gerar mais recursos. Temos que encontrar essa fórmula, por isso também tentamos acordos para entrar na televisão aberta, na televisão paga e no mix. A Sul-Americana não teve o mix, esse foi o ponto no Brasil. É uma experiência que estamos todos aprendendo.
A América do Sul é um exportador de "pé de obra" cada vez mais jovem. Acredita que, com esse trabalho junto aos clubes, é possível mudar este cenário?
Eu diria que há uma questão muito importante nisso. Temos que gerar condições aos clubes para que não tenham tantas necessidades. Lamentavelmente, todos têm necessidades. Às vezes, há clubes que se veem na necessidade de fazer uma transferência de um jovem por um valor que não é o verdadeiro. Se promovermos os recursos, mas não só os recursos, e também o crescimento do ambiente profissional, a infraestrutura, as condições de bom jogo, me refiro muito às categorias de base. Que se trabalhem com a estrutura correta. Mesmo com tudo isso nao será possìvel evitar as transferências. O que nós queremos é que as transferências sejam no momento correto e por valores mais justos.
A Copa América de 2020 será a quarta desde 2020. Não há uma desvalorização de um evento que se repete tanto assim?
Vou responder com números. Na Copa América do Brasil, quase o território completo da América do Sul estava pré-negociado pela administração anterior. Todavia, surgem que teremos limitações nas tratativas de nossos direitos comerciais. No Brasil, alcançamos um recorde histórico entregando 70 milhões de dólares em prêmios em participações e geramos recursos posteriores de sete milhões de dólares, apesar da limitação de que o grande mercado já havia sido negociado. Nossa expectativa, em função do que vivemos neste tempo, é que no próximo ano vamos gerar ainda mais recursos. E, a partir do próximo ano, vamos coordenar nosso calendário com a Europa, pois ainda há conflito com os clubes europeus que têm nossos jogadores e as convocações de nossas seleções. A nossa ideia é ter menos atrito com os jogadores, clubes e seleções.
Ter a Copa América no mesmo ano da Eurocopa não é uma desvantagem neste aspecto da comercialização?
São dois pontos importantes. As competições acontecerão com uma semana de diferença e o segundo é a diferença dos horários dos jogos permite que haja uma maior quantidade de futebol na grade de todos espectadores. Todos poderão ver o melhor do futebol europeu no mesmo dia em que verão o melhor do futebol do mundo, que é o sul-americano. No Mundial de 2018, a Fifa teve uma grande êxito na comercialização. Porque não teríamos com a Copa América e Eurocopa no mesmo ano? É o que o povo gosta, futebol europeu e sul-americano. Isso ainda reforça a minha ideia de ter um jogo entre o campeão da Copa América e o campeão da Eurocopa. Seria como uma final do mundo. Estamos trabalhando com a Europa sobre essa ideia.
Há uma demanda dos clubes brasileiros para receber sua participação como na Europa, de acordo com o tamanho de mercado. Como a Conmebol vê esta questão?
É um temos que estamos trabalhando. Brasil e Argentina são os países com mais representantes na Libertadores e Sul-Americana. Hoje, 50% dos recursos são destinados por méritos esportivos aos países. Não significa que tenhamos a resposta para a demanda dos clubes brasileiros. Eu, particularmente, sou da política que precisa haver o mérito esportivo. Chegando às fases finais, maior o prêmio, mas não porque é um clube grande ou tamanho do mercado, e sim pelo mérito esportivo, por conta da competência. Não quero um campeonato no qual o campeão possa receber menos que um time que caiu nas semifinais por causa do seu tamanho no mercado. É um tema que estamos trabalhando para que cheguemos a uma solução boa para todos.
Para o Mundial de Clubes da Fifa, a Conmebol pleiteia ter o mesmo número de vagas da Europa?
Ainda não conhecemos com detalhes o projeto que será apresentado pela Fifa para ser o Mundial de Clubes. Em princípio, 24 clubes. Podem ser que sejam 32. Ainda não temos nenhuma proposta concreta. Assim, também não podemos ter uma posição definida, uma vez que não temos as informações. Minha postura em Fifa, particularmente com o presidente Infantino, é que a América do Sul deve receber o mesmo trato da Europa. Se a Europa tiver oito vagas, temos que ter oito. Se vão receber a determinada quantidade de dinheiro, os clubes sul-americanos devem receber o mesmo. É a luta normal de uma organização tão grande que precisa defender seus interesses.
Essas vagas sairão, certamente, da Libertadores e Sul-Americana?
Sim. Ficaria feio enviar uma equipe não foi campeã diante de clubes de outros países. A confederação propõe enviar equipes campeãs.
O Brasil representa uma grande parte do mercado sul-americano. Quais vantagens e dificuldades isso implica na política da Conmebol?
A nossa política é benéfica para todos os clubes. Fizemos uma abertura da Conmebol aos clubes, na qual discutimos Internamente como queremos nos organizar daqui em diante. Nesse caso, são dois mercados. Não podemos dar mais mais importância a um sobre o outro porque são 50% para cada lado (Brasil e "não Brasil"), temos que encontrar uma fórmula onde todos tenham suas participações e se sintam confortáveis. É um desafio grande. Temos que manejar todas circunstâncias, inclusive a instabilidade politicas que temos na América. É um grande desafio.
Qual avaliação que você faz da gestão de Infantino no comando da Fifa?
Os resultados esportivos mostram que é um trabalho exitoso. A quantidade de dinheiro gerado pela Copa do Mundo de 2018 foi um recorde histórico, e a quantidade de espectadores no Mundial Feminino deste ano foi um sucesso. Em função disso, a gestão é muito boa. O que precisamos fazer, como Conmebol, é garantir que a Fifa nunca se desvie do foco que é trabalhar pelo desenvolvimento do futebol. Às vezes, as organizações tendem a perder seu foco.
Como avalia a experiência do VAR na América do Sul?
É muito boa. Vou dizer, não é perfeita, mas é muito boa. O VAR fez justiça, até hoje. Tem muitas coisas. O grande desafio é abreviar o tempo (das interrupções). O que eu desejo propor é que, quando o VAR entra em ação, o tempo de jogo seja paralisado. Tem que ser feito algo para que não haja uma perda tão grande de tempo.por conta da ação do VAR, que vem trazendo justiça ao jogo. Outro ponto que é que os jogadores não possam falar com o árbitro para questionar suas decisões. Muitas vezes, isso é feito para jogar a torcida contra a arbitragem. Isso só poderia ser feito através da regra.
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