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Sem contratações, São Paulo aposta em recuperação de quarteto em 2020

Fernando Diniz, técnico do São Paulo - Rubens Chiri/saopaulofc.net
Fernando Diniz, técnico do São Paulo Imagem: Rubens Chiri/saopaulofc.net

11/01/2020 08h00

O São Paulo não contratou nenhum jogador até o momento e, segundo Fernando Diniz, a perspectiva é de que inicie a temporada com o elenco atual. Além de reforçar o grupo com atletas que voltam de empréstimo (casos de Shaylon e Brenner) e com garotos da base que foram promovidos (Diego, Danilo e Fabinho), o clube tem fé em um quarteto que já estava no plantel em 2019: Hernanes, Pablo, Pato e Everton.

Todos eles sofreram com problemas físicos ao longo da temporada passada, em que o clube, ao contrário do que está acontecendo agora, investiu alto em contratações. Hernanes, Pablo e Pato, por sinal, estão entre os reforços mais caros de 2019, junto de Daniel Alves - o único deles que esteve à disposição em praticamente 100% do tempo desde que chegou.

Veja abaixo como está a situação de cada um dos "reforços caseiros" que o São Paulo espera ter neste ano, que começa para o clube no dia 22, às 21h30, no Morumbi, contra o Água Santa:

Hernanes

O Profeta voltou da China no início de 2019 para ser o principal jogador do São Paulo, mas passou longe de repetir as atuações brilhantes de sua última passagem pelo Morumbi, em 2017. Mais do que a dificuldade de readaptação ao futebol brasileiro, algo que costuma acometer os atletas que retornam do futebol chinês, o que o atrapalhou foram os problemas físicos.

O drama começou ainda na pré-temporada. Após participar da Florida Cup, o jogador sentiu um incômodo na coxa que o impediu de ser utilizado nas primeiras rodadas do Paulistão. O retorno foi acelerado para que ele estivesse em campo nas decisões contra o Talleres (ARG), o que atrapalhou seu desenvolvimento físico e ainda foi pouco útil, uma vez que suas atuações nestas partidas foram tímidas e o time acabou eliminado.

Hernanes teve três lesões musculares ao longo de 2019, além de dores que não o impediam de jogar, mas limitavam seus movimentos. No fim da temporada, por exemplo, um incômodo no adutor o fazia evitar os chutes com a perna direita, algo que pesou para que Fernando Diniz não o tenha utilizado nenhuma vez no último mês do Brasileirão.

Dos 62 jogos do Tricolor na temporada, o ídolo esteve em 39, sendo 24 como titular e apenas dez completos. No período, marcou cinco gols.

Após treinar nas férias, ele se reapresentou melhor e tem animado a comissão técnica na pré-temporada.

Everton

O meia-atacante desfalcou o São Paulo em todas as partidas de Fernando Diniz no comando. Ou seja, para o técnico, ele é de fato uma nova peça no elenco.

Everton sofreu uma lesão no ligamento cruzado posterior do joelho esquerdo no início de outubro. A liberação para treinar com todo o grupo veio só agora, na pré-temporada, e sua condição física é considerada boa. A comissão técnica sabe que precisará ser cautelosa com ele, evitando grandes maratonas de jogos, por que o sofrimento com as lesões não é de agora.

Everton se machucou sete vezes no São Paulo, em 2018: foram quatro problemas na coxa esquerda, um na coxa direita, uma pancada na cabeça e essa lesão no joelho esquerdo.

Em 2019, o jogador de 30 anos disputou 33 dos 62 jogos do São Paulo e marcou dois gols.

Pablo

O São Paulo venceu uma disputa com o Flamengo e fechou a compra de 70% dos direitos econômicos do centroavante, destaque do Athletico-PR campeão da Sul-Americana em 2018, por 6 milhões de euros (R$ 26,6 milhões na cotação da época), que podem chegar a 7 milhões de euros (R$ 31 milhões na cotação da época). Estão previstas mais três parcelas de 333 mil euros a cada 12 meses de contrato cumprido. Era o grande reforço para o ataque, mas o próprio jogador terminou o ano classificando seu desempenho como decepcionante.

Ele é o único do quarteto a ter encerrado a temporada como titular com Fernando Diniz, mas passou seus últimos sete jogos sem marcar um gol e acumulando atuações fracas.

As lesões não o deixaram engrenar. Foram três : um cisto na lombar que foi retirado em uma cirurgia, uma torção grave no tornozelo direito e um estiramento na coxa direita. Tudo isso fez com que ele jogasse menos da metade das partidas do Tricolor: 30 de 62, com sete gols marcados (ainda conseguiu ser o artilheiro do elenco na temporada).

O camisa 9 está treinando sem restrições e vai iniciar o ano como titular, até pelo fato de seu reserva imediato, Raniel, ter ido para o Santos. Pato não gosta de atuar na função, o que faz de Brenner, jovem que volta do Fluminense, seu maior concorrente.

Pato

Embora o atacante também tenha sido atrapalhado por lesões - ele teve dois problemas na coxa direita e perdeu nove jogos, justamente depois de jogar muito bem e marcar dois gols em clássico contra o Santos -, a percepção no São Paulo é de que a preocupação maior tem de ser com sua parte psicológica. Se estiver motivado, ele vai render. Como rendeu nos primeiros jogos após sua chegada, em abril.

O desempenho apático em jogos e treinos fez com que ele não fosse utilizado no último mês da temporada, a exemplo do que aconteceu com Hernanes. O jogador ficou chateado por que esperava mais oportunidades pela ponta esquerda após jogar as primeiras partidas de Diniz improvisado como centroavante, preenchendo a lacuna deixada pela última lesão de Pablo. Uma conversa com Hernanes fez com que ele se acalmasse.

Pato jogou 22 dos 39 jogos do São Paulo desde a sua chegada. Foi titular 19 vezes e ficou em campo por 90 minutos em nove ocasiões, com cinco gols marcados no total.

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