Palmeiras já mostrou na Flórida "perde e pressiona" pedido por Luxemburgo
"Vamos criar nossa característica, personalidade, o que queremos. É a nossa identidade. Nesse grupo aqui, vamos criar uma identidade de homens, atletas, em busca de um objetivo. Não quero só o jogador, o atleta. Quero homens atletas em busca de um objetivo. O objetivo está para o adversário e está para nós, mas vamos ter sempre que querer mais do que eles." Esse foi o discurso de Vanderlei Luxemburgo antes da estreia do Palmeiras na Florida Cup. E é dele que se pode extrair o que de melhor o time traz do torneio que venceu nos Estados Unidos.
O empate por 0 a 0 diante do colombiano Atlético Nacional, seguido de vitória por 10 a 9 nos pênaltis, e a vitória de virada por 2 a 1 sobre o norte-americano New York City valeram mais do que os cinco pontos, que garantiram campanha superior aos dois e ao rival Corinthians. Foram vistos avanços nas armas ofensivas e, principalmente, o espírito que o técnico quer implantar.
Depois da falta de acordo financeiro do Palmeiras com Jorge Sampaoli, a missão de comandar um time mais ofensivo do que a torcida vinha vendo passou para Luxemburgo, e o treinador iniciou a pré-temporada com uma meta: ter mais posse de bola. A estratégia passou a ser o que ele chamou de "perde e pressiona", que nada mais é do que cobrar reação imediata para tentar o desarme assim que a bola for para o rival.
Isso não passa de um primeiro passo. Mas o Palmeiras, principalmente contra o New York City, mais frágil dos rivais que encontrou na Flórida, ocupou o campo adversário por minutos seguidos. O segundo jogo do torneio amistoso já mostrou jogadas coletivas, como se viu no gol de Lucas Lima que, curiosamente, não teve a participação de Dudu, costumeiramente onipresente nas ações ofensivas.
A ordem de "querer mais" do que o adversário também foi vista no segundo tempo das duas partidas, principalmente com a presença de muitos dos garotos formados nas categorias de base do clube. Contra colombianos e norte-americanos, o Verdão terminou o jogo pressionando, independentemente de a condição física ainda estar longe da ideal.
O "perde e pressiona" aliado ao "querer mais" acabou simbolizado no gol de Willian. Zé Rafael, que terminou 2019 entre os titulares, não mostrou abatimento por começar esta temporada no banco, ficou em cima da defesa adversária e fez a assistência para selar a virada e a primeira vitória sob o comando de Vanderlei Luxemburgo.
O troféu da Florida Cup não passa de um símbolo - tanto que a delegação já estava no aeroporto, a caminho do Brasil, quando dirigentes o ergueram. Tecnicamente, as atuações também não podem gerar empolgação, como raramente ocorre em uma pré-temporada. Mas está claro que o Palmeiras está focado nas competições que terá em 2020, a começar pelo antes desprezado Campeonato Paulista.
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