Castan defende Abel e 'prefere não ouvir prazos' sobre salários no Vasco
O ano é 2020, mas os problemas do Vasco ainda são de 2019. Com dois meses de salários atrasados, além do 13º e das férias, o Cruz-Maltino tenta encontrar meios de resolver as pendências para tentar ter uma temporada mais tranquila. Nesta sexta-feira, o capitão da equipe, Leandro Castan, abordou a questão e admitiu que prefere não ouvir qualquer promessa de prazos para quitar as pendências. O presidente Alexandre Campello havia dito, em conversa com o grupo pouco após a reapresentação, que acertaria uma parte até o último dia 20, o que não aconteceu.
"Não é novidade, o salário está atrasado. Conversamos com o Campello quando ele veio. Somos profissionais. Quando me apresentei no dia 8, estou pensando em 2020. Durmo com a consciência tranquila, estou fazendo meu melhor, dando o máximo. Deixamos isso para a diretoria. Nunca criticamos a diretoria aqui e não vai ser agora. Eles sabem da responsabilidade. Esperamos que sejam pagas as coisas que estão para trás, mas estamos fazendo nosso trabalho. Quando alguém vai falar alguma data, prefiro nem escutar para não me envolver. Sabemos que tem tanta coisa, penhora para lá, para cá. Preferimos jogar futebol, ajudar os companheiros e uma hora ou outra vai entrar esse dinheiro", disse o zagueiro, no CT do Almirante.
Na última rodada do Campeonato Carioca, o Vasco acabou derrotado pelo Flamengo por 1 a 0 no Maracanã, em partida que Abel Braga optou por atuar com a equipe reserva, recheada de jogadores do sub-20 vascaíno. Após o confronto, apesar do resultado, o treinador afirmou que "foi lindo" o esforço dos jovens. A declaração não caiu bem com a torcida.
"Não repercutiu nada a declaração do Abel, pois não temos que comentar o que nosso treinador faz na entrevista. É uma pessoa superior a nós, respeitamos eles. Acho que os meninos, mesmo com pouco tempo, deram o máximo. Faltou fazer o gol, até fez, mas anulou. Eles foram muito bem, começaram bem, mas futebol tem que fazer o gol. Temos que respeitar essa meninada aí, pois fazem um bom trabalho na base. O que eu tento passar para eles é aproveitar essas oportunidades. É difícil fazer a transição para o profissional e eles estão tendo essa chance. O que pudermos ajudar, iremos", afirmou.
Castan reafirmou a união do grupo neste momento complicado do clube e exaltou a importância de honrar a camisa cruz-maltina.
"Todo mundo pode zoar o Vasco, é muito fácil falar. Mas não, o Vasco é um time de muita história. De muita tradição, isso me incomoda. Não pode, tem que acabar. Enquanto eu estiver vestindo a camisa e o grupo estiver aqui, faremos de tudo para honrar. Não podemos ser o melhor time do mundo, que entrou para a história e ganhou títulos, mas vamos ser o grupo que honrou a camisa. Treinamos muito para tentar reverter isso também. O ambiente é pesado fora, se não nos blindarmos dentro, vai para o espaço. Continuamos fechados. Sabendo da responsabilidade que é vestir a camisa do Vasco", finalizou.
Veja outras declarações:
Acha que a torcida está pressionando muito o Abel?
"Eu não acho nada, não posso me apegar a críticas ou elogios. Temos que ter um foco, que é na preparação. O ano é longo, não vencemos ainda. O professor optou por trocar o time por pensar lá na frente. Acho que temos que ter calma. Quando fala de Vasco, a proporção é muito maior. O clube já tem tantos problemas, então acho que nós, vascaínos que vestimos a camisa, temos que tentar diminuir o máximo possível isso. É difícil, não podemos pedir nada aos torcedores, porque o que eles têm feito pelo clube é grande. Mas nós, jogadores e comissão técnica, temos que ter sabedoria. É um momento delicado por tudo que vem passando nesses anos. Temos que conseguir a vitória e ir. Futebol é resultado".
Revezamento
"Acho que sim (aprova o revezamento). Ano passado fomos campeões da Taça Guanabara invictos, todos jogaram todos os jogos. Eu fui um deles, cheguei no início do Brasileiro e não aguentava mais jogar futebol, estava cansado. Vão falar 'ah, jogador tem que jogar, ganha bem', mas não é por isso. Quando atua quarta e domingo sem se preparar, acaba desgastando e foi o que aconteceu. Tive uma lesão, não tratei bem e acabei perdendo quase o primeiro turno inteiro. É o momento de ter sabedoria. Tem um ano longo pela frente".
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